ɴᴏᴄᴇᴜʀ (ɴᴏᴜɴ) . ᴏɴᴇ ᴡʜᴏ ꜱᴛᴀʏꜱ ᴜᴘ ʟᴀᴛᴇ
ᴾ ᴿ ᴵ ᴹ ᴱ ᴵ ᴿ ᴼ
Sou fã das imperfeições. Na grande maioria das vezes, são elas a razão que me leva a agarrar no pincel pela primeira vez e marcar o que outrora fora uma perfeita tela branca. São elas que dão carácter às coisas e possibilitam encontrar divergentes formas de beleza repartida por biliões de olhos diferentes.
Mas a imperfeição pertence a algum lado; faz sentido. Não é um acidente, mas sim uma característica de algo, ou alguém, e, por isso, deve de ser vista e apreciada como nada mais do que formidável.
O mesmo não pode ser dito daquele ponto.
Aquele maldito ponto é uma imensa mancha no que até então era a minha melhor obra até à data.
Bate-me o coração com força no peito; ouço-o bombear o meu sangue com uma batida cada vez mais acelerada, ao compasso em que emoções brotam desde o fundo da minha alma. Raiva; tristeza; revolta. Nem mesmo o doce toque do vento que recebo nesta varanda recupera o que, até agora, estava a ser o final de sábado mais calmo de todo o meu mês.
Congelo o aperto a redor do pincel, cuja tinta negra me cai aos pés. A mesma tinta que agora arruina o meu trabalho de uma semana. A rua iluminada de Nova Iorque, a qual escolhi retratar na tela que comprei quando cá cheguei, totalmente estragada por um mero ponto. Este torna-se imenso quando sei não ser suposto lá estar.
Frustrada, lanço o pincel para dentro do copo e vou a bater o pé até à porta do meu vizinho. De pantufas nos pés, as minhas passadas são inaudíveis sobre a música alta que ele decidiu começar a tocar sem qualquer aviso.
— Jungkook! — berro, mas a minha voz é fumo no nevoeiro, sendo consumida pelos instrumentos que estão a ser totalmente violados do lado de lá desta porta — Jungkook!
Se a música não está a incomodar os meus vizinhos, os meus berros de certeza que farão o trabalho.
Espanco a porta dele a um ritmo alienado.
— Jungkook! Eu juro que se não abres esta porta agora eu... — ele abre a porta e o resto da minha frase fica a pairar no ar quando perco o balanço, obrigando-o a desviar-se das minhas mãos descontroladas.
Rapidamente recupero a postura, mas o enervante sorriso que lentamente cresce nos seus lábios cria-me urticária.
— Cassidy. — cantarola o meu nome; a voz tão penetrante que fico desconfortável. Remove o cigarro de entre os dentes e prende-me o olhar — É sempre um prazer.
Jeon Jungkook é uma força da natureza, nomeadamente, por a sua zona gravitacional só atrair problemas. Para muitas pessoas, é a ilusão de algo perfeito. 1,90cm de puro músculo com um maravilhoso toque de beleza e charme. No entanto, é também a pessoa mais teimosa e casmurra que já conheci em toda a minha vida e, para mim, essas qualidades falam muito mais alto do que as sensações que o meu corpo ganha sempre que aqueles olhos me fixam.
Quando me mudei para Nova Iorque, à apenas quatro semanas, nunca antecipei que o meu maior obstáculo para o sucesso estaria a viver a meros cinco metros de mim.
— Sabes que horas são? Onze da noite. — respondo antes dele ter a mínima hipótese de lançar algo sarcástico — Num sábado. — reforço.
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Cloaked Lust | Jeon Jungkook
Fanfiction+18 | Conteúdo Adulto Cassie sempre sonhou em estudar Arte, e quando é aceite na Academia de Artes de Nova Iorque, não perde tempo em fazer as malas e mudar-se para um pequeno e antiquado apartamento num dos bairros da cidade. Contudo, as paredes de...