03. ᴇᴜᴘʜᴏʀɪᴀ

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ᴇᴜᴘʜᴏʀɪᴀ (ɴᴏᴜɴ). ᴀ ꜰᴇᴇʟɪɴɢ ᴏʀ ꜱᴛᴀᴛᴇ ᴏꜰ ɪɴᴛᴇɴꜱᴇ ᴇxᴄɪᴛᴇᴍᴇɴᴛ ᴀɴᴅ ʜᴀᴘᴘɪɴᴇꜱꜱ


ᴛ ᴇ ʀ ᴄ ᴇ ɪ ʀ ᴏ


     John foi o primeiro homem a abordar-me no bar. Absorto do significado da palavra "cavalheirismo", deixou as suas intenções bem claras desde a nossa primeira troca de olhares, quando decidiu que piscar-me o olho e mexer na pila sobre as calças seria uma ótima forma de conquistar-me.

     Ao início, quis acreditar que a sua atitude lasciva era exatamente o que procuro num homem, tendo em conta o propósito que cá me trouxe esta noite. Mas, visto que o meu estômago quase regurgitou o jantar só de me imaginar a beijá-lo ou em tê-lo dentro de mim, decidi passar para outro.

     Anthony abordou-me depois, quando percebeu que dei John para trás. Entrou em ação com uma bebida, o que me agradou, e perguntou-me se estava aberta para falar com outra pessoa. Gostei da forma de como lidava com tudo, tão confiante e calmo, até ver a aliança no seu dedo e todo o entusiasmo morrer ali.   

    O terceiro homem estava demasiado bêbado para sequer se lembrar do seu nome, o que achei uma pena visto ser o mais atraente deles os três.

     A partir daí, desliguei totalmente e apenas aceitei o fracasso em que se estava a tornar este plano. Bem, na verdade, este plano nada mais é do que uma esperança, visto que eu não tracei qualquer ideia antes de vir para cá.

     Agora, já ficava tarde e o bar cada vez mais vazio conforme os minutos passavam. A força de vontade que trouxe comigo do apartamento evaporava-se no ar pesado, coberto em fumo de tabaco e álcool. Nem sequer sei porque vim especificamente a este sítio, mas, na minha cabeça, um bar era a minha melhor hipótese para encontrar um homem com quem me pudesse divertir um bocado.

     Revela-se sempre mais complicado do que isso.

     Levo a cabeça às mãos. O rabo de cavalo a roçar-me os ombros expostos no vestido sem costas. O que estou a fazer? Tenho mais respeito por mim mesma do que isto. A ideia da Aleya pareceu-me fantástica quando a partilhou comigo à uns dias, mas sinto-me tão estúpida que nem eu própria quereria alguma coisa comigo.

     Creio que será mais fácil comprar um trombone e pôr-me a tocar a altas horas da noite para chatear o Jungkook.

     Meu Deus. Como é que deixei que um homem se enraizasse tanto dentro de mim para chegar a este ponto?

          — Posso? — uma voz soa diante a mim, com leveza. Só o fato de ser masculina faz-me resmungar para dentro.

     Estou demasiado cansada para fazer isto outra vez.

          — Honestamente, é melhor... — calo-me, no instante em que o meu olhar apático se cruza com um par de íris cor de whisky, presas a mim como se eu fosse a única mulher na sala.

     A minha expressão de puro choque cumprimenta o homem. É alto. Cabelo castanho. E possui um tom de pele bronzeado, viciante ao olhar.

     Ao aperceber-se da minha reação à sua presença, o desconhecido sorri e aguarda até que eu dê permissão para se ocupar do lugar vazio à minha frente. Faço-o sem pensar duas vezes.

          — Desculpa a intermissão. — ele remove o casaco e pousa-o nas costas da cadeira, revelando uma t-shirt igualmente negra, justa ao corpo. Isento de tatuagens, mas coberto em músculo, é uma miragem que não se contempla todos os dias — Tenho estado a ver o que estás a fazer à algum tempo. Não posso fazer de conta de que não acho curioso.

Cloaked Lust | Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora