Noite de Natal - Parte 1

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O meu plano de hoje não tem lá um grande mistério, mesmo no dia de hoje as coisas ainda seriam iguais como de costume.

Durante a manhã eu perambulava pela Cidade afim de uma coisa para comer, eu não tenho nenhum recurso ou algo do tipo então eu acabava passando por algumas feiras de rua local de maneira bem discreta e pegando algumas coisas, pequenas mas era o suficiente pela manhã, se eu seguisse normalmente o dia, provavelmente uma hora depois das 12h após o almoço eu poderia me esgueirar nas lixeiras e consegui pelo menos o resto de alguma refeição, é um pouco duro para se lidar já que apenas tenho que administrar as sobras, isso enquanto fico de olho para não ser pega pelos funcionários dos restaurantes, talvez a vantagem de morar em uma cidade pequena como essa é que não há uma disputa com moradores de rua já que a maioria consegue um tipo de emprego por aqui e se virar bem por um tempo e tal, claro todos menos eu...

Talvez eu devesse estar estudando á essa hora, ou fazendo qualquer outro tipo de coisa que um jovem faça socialmente, mas no momento eu não tenho nada para se fazer, ou melhor dizendo eu não tenho nada.

Depois de virar o lixo e encontrar alguma coisa por algum milagre eu ia para algum lugar isolado para ter a minha refeição, como eu tenho uma mochila velha e surrada que também achei na lixeira posso esconder bem meus achados, se eu me esgueirar bem por aqui eu não serei vista por ninguém então consigo me virar bem sem ser humilhada ou algo do tipo.

Depois da minha refeição não tão agradável, pela tarde eu continuava o meu dia como o habitual, mas com habitual quero dizer não fazer nada.

Eu costumo dar longas voltas por aí ao redor da Cidade e observar as pessoas, são tantos sentimentos diferentes que posso observar, alegria, tristeza, raiva, angústia, frustração entre outros não é lá um passatempo comum entre os jovens mas é o bastante para mim.

Observar as coisas é realmente relaxante embora seja do tipo de coisa que enjoa muito fácil, como não tenho nem sequer uma Tv ou um celular eu me viro do jeito que posso para o tempo passar mais rápido.

As vezes fico deitada em um banco olhando as nuvens passarem ou apenas sentada refletindo sobre essa vida que tenho, poderia ter sido melhor? Poderia ter sido pior? Eu realmente deveria ter existido para começo de conversa? São muitas perguntas e nenhuma resposta como de costume.

[...]

A noite chegou e mais brilhante que o de costume, já que hoje era um dia extremamente especial, a véspera de natal.

Pessoas felizes, famílias reunidas, presentes sendo abertos, uma mesa farta e sorrisos para todos os lados, tenho certeza que já tive algum tipo de natal como esse em família, mas como era bem pequena eu não me recordo da sensação, mas posso afirmar que já experimentei isso antes.

Pela vantagem desse feriado pelo menos as ruas se enchem com algumas pessoas interessantes, casais apaixonados fazendo votos debaixo de árvores de natal, algum esquisitão correndo desesperado para comprar um presente em uma loja de 1 dólar por ter esquecido de última hora e pessoas fazendo boas ações e trabalhando voluntariamente, acabei passando por uma dessas e peguei para mim um biscoito de gengibre e uma gemada, mais precisamente amostras grátis, a janta de hoje será doce para variar.

Claro que eu também aproveitei para entrar um pouco nesse espírito natalino, havia uma loja da qual despachou um pequeno pinheiro quebrado em sua lata de lixo, claro que não podia desperdiçar essa oportunidade, acabei o pegando na surdina, fora alguns enfeites do qual já estavam nos bolsos do meu casaco, claro que fiz isso disfarçadamente, mas não podia evitar alguns olhares das pessoas enquanto carregava aquele pinheiro quebrado.

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