CAP 8

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  A Bethany fez uma expressão séria e nos convidou para entrar, a mesma fechou as janelas, e explicou que o homem se chamava Thomas, que ele era um clandestino que ELA havia levado e auxiliado a fuga da Jamaica.
  Saanvi estava calma, contudo confusa com o que ouvira:

- Tinha um clandestino no avião ?
- Ele é namorado do meu primo Leo.
- Mas por que acobertou ele?
- Você  tem ideia de como é perigoso Ser gay na Jamaica, garota do computador? Quando os amigos foram espancados, Leo e Thomas fizeram um vídeo acusando a polícia por não ter investigado, e acabaram...

  A mulher deu uma olhadela para mim, ela deve estar controlando e calculando o seu palavreado por minha causa.

Decidi aliviá-la:

- Fica tranquila Bethany,  palavreado é o menor dos meus problemas nesses tempos.

Saanvi concordou com a cabeça, Bethany suspirou constrangida e continuou:

- Acabaram se tornando alvos também.

  A cientista ainda estava concentrada na aeromoça:

- Eles não conseguiram comprar passagens para sair?
-Leo conseguiu, porém Thomas não conseguiu um passaporte a tempo e sua vida corria perigo, eu tive que ajudar. Meu primo e ele estavam apaixonados e o Leo é uma parte da família. Mas meu primo nunca chegou aqui nos Estados Unidos, desapareceu uns anos depois que sumimos...

  Uma pequena pausa constrangedora atingiu a casa, Saanvi suspirou:

- Você fez o que pôde.
- Ficamos perplexos quando disseram que cinco anos haviam se passado em um piscar de olhos, imagine como foi para o Thomas. Sozinho, em um país estranho.
- Vamos achar um jeito de ajudá-lo.

Agora eu vou começar a falar:

- Bom, Bethany, se quiser ele está lá no hospital na ala psiquiátrica, mas pelo estado que se encontra é melhor você ir logo, antes que acabem sedando ele mais intensamente e Thomas acabar entrando em coma.

A cientista concordou, séria.

- Exatamente, Bethany, você quer vir conosco no hospital para vê-lo?
- Não sei... Não parece uma ideia boa.
- Melhor tirarmos o Thomas do hospital, eu trabalho lá, sei de lugares que a maioria das pessoas não entram. Bethany, se não tirarmos ele dali vão descobrir que ele era um clandestino no 828 e ele pode sumir do mapa. Tipo, pra sempre.

Bethany suspirou, com preocupação na face, se levantou e pegou sua bolsa.

- Onde vamos?

Fomos para o carro de Saanvi, onde ela dirigiu até para o hospital. Vi na expressão de Bethany que ela nos agradecia, mas continuo um pouco relutante sobre ela .
  Chegamos, Saanvi nos acompanhou pelos corredores, Bethany ainda reclamava:

- Ainda acho que é uma ideia ruim.
- É o único jeito do Thomas sair daqui.
- Seremos pegas, você perde o emprego, eu sou presa, ela vai ouvir um monte quando voltar pra casa... Vão acabar reconhecendo duas passageiras grandonas de 1,80 andando por aí juntas, e também não vai ser difícil reconhecer uma passageira mirim que parece uma bolinha de pingue-pongue.
- Ei! Eu não pareço uma bolinha de pingue-pongue! Pareço?
- Essas enfermeiras trabalham muito, vamos torcer para que nenhuma delas fique assistindo o canal de notícias 24 horas no tempo livre.

Fomos surpreendidas por uma grande enfermeira, quase esbarrei na perna dela.

- Posso ajudá-las?
- Ah! Tenho ordens de dispensa para um paciente psiquiátrico .

A mulher virou-se para Bethany

- Você é a mãe?
- Uhum.
- Estou surpresa que o doutor liberou ele, tomou muito Haldol. talvez seja melhor eu che-

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