CAP 18

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Esse capítulo foi feito a partir da ideia de @Florzinhadeliz e outras sugestões nos comentários, espero que tenha ficado do jeito que vocês imaginaram!

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     Tia Mick abriu a porta, e eu vi a Autumn do lado de fora, ela estava com a postura baixa, corcunda, a mesma sorriu:

- Michaela? Será que podemos conversar? Tipo em um café?

Tia Mick parecia surpresa, eu me levantei da mesa, fechando o livro. Minha tia sorriu da mesma forma:

- Desculpa Autumn, mas não posso deixar meus sobrinhos sozinhos. Podemos conversar aqui?

Autumn olhou para nós, depois ajeitou sua postura.

- Claro. É.. Claro que sim!

Autumn entrou, me senti desconfortável, essas sensações de insegurança e desconfiança não surgem do nada, não sem motivo. E Autumn ter entrado logo depois desse instinto não melhora nem um pouquinho a situação .

O que eu tenho contra ela? Não sei

O que ela fez? Nada que eu possa provar

Ela e a tia Mick começaram a conversar no sofá e Cal acabara o dever de casa após dez minutos. ( ele deve ter feito tudo errado ).
Cal ligou o vídeo game e começou a jogar em seguida. Eu odeio os sons daqueles jogos de luta.

  Fiquei ao lado da minha tia. Estar ao lado dela me trazia uma sensação de mais conforto, sempre trouxe.
Elas ficaram conversando de derivados assuntos por mais de uma hora até o telefone da minha tia tocar. Mesmo com a gentileza da Mick, me sinto completamente desconfortável com Autumn aqui, seus olhos encontraram os meus quando minha tia se levantou para atender o telefone

Meu olhar era agudo, frio, encarando- a fixamente.

- Com licença Autumn, é meu irmão. -Minha tia disse, se levantando e indo para outro cômodo- Mel, por que não conta dos seus livros pra ela?

- Você já leu Drácula, Autumn?

Fiz uma pergunta aguda, será que meus olhares não são convincentes o suficiente pra ela ir embora?

- Não Mel, não li, você já? Não é muito pesado pra você?
- Minha idade física e mental são muito diferentes . O que você gosta de ler? - Eu respondi e perguntei, com naturalidade -
- Não gosto de ler Mel.. Você gosta de desenhar?

Meus pensamentos foram invadidos pela memória do meu caderno escondido. Droga, ele está tão mal escondido que qualquer faxininha no meu quarto o revelaria.

- Ah, eu gosto de desenhar sim. Mas não gosto muito de mostrar meus desenhos, talvez algum dia quando eu o trazer você veja.

Autumn sorriu e calou-se, e notei que Cal ria baixo ao meu lado, mesmo jogando.

Há quanto tempo estou nessa tortura mental? Eu não queria e nem deveria estar preocupada com a simples presença dela aqui.
Me levantei e fui até o banheiro, me encarei no espelho por minutos, de onde veio essa paranoia toda?? Não, eu não vou me preocupar mais com Autumn, não tenho nada a ver com ela. Seria um gasto de palavras, de tempo...

Sorri para mim mesma com minha decisão e saí do lavabo. Agora minha tia conversava com a Autumn novamente, sentei-me ao lado da Mick e observei os jogos do meu irmão.

Depois li mais um pouco, a tarde foi legal, mamãe veio buscar a gente umas cinco horas da tarde, a campainha tocou, ela veio e abraçou o Cal e a mim:

- Oii crianças, como estão? Se divertiram?
- Sim, muito. -Cal sorriu para ela, ele é tão inocente. - Olha só que legal mãe!

Cal apontou para o video game, onde ele matava um Npc com socos.

- Uau... Quanto.. Sangue né filho?

Eu não respondi à pergunta dela, achei melhor ficar calada, nos despedimos da tia Mick calorosamente e mamãe nos levou para casa, jantamos com a OL e por fim fui até o quarto do Cal com o meu caderno. Meu irmão tava agitado, estranho...

- Cal..
- Oi Mel.
- Posso perguntar uma coisa?
- Pode, mas fala logo, tô ocupado.
- Você sabe o que significa isso?

Eu abri meu caderno nas páginas onde desenhei paisagens e a neve. Ele parecia tentar entender o lugar.

- Ei! Eu desenhei uma coisa parecida ontem! a gente tem que ir aí.
- A tá, me mostra, espera, COMO assim a gente tem que ir aí ? No meio do NADA? Cal você já ouviu falar de Edgar Allan Poe!? Ele nunca recomendaria que fôssemos aí sozinhos, olha pra você! Tu tem DEZ anos e eu CINCO cara. Não vai rolar não.
- Confia que vai dar certo.
- Não confio. Como você sabe que a gente tem que ir aí?
- Foda- se. Você teve o chamado, você vai.
- MÃE O CAL TÁ FALANDO PALAVRÃO AQUI Ó! COLOCA ELE DE CASTIGO.
- CALA BOCA MELANIE!

- PARA DE FALAR PALAVRÃO CALAMENDER! OU VAI LAVAR A BOCA COM SABÃO! - mamãe gritava da cozinha.-

- TÁ MÃE DESCULPA !

Cal fechou a porta do quarto lentamente, se aproximou de mim e sussurrou:

- A gente tem que ir, acha que eu quero sair daqui nesse frio? mas se os chamados querem que a gente vá não tem o que fazer, você não teve um aviso mais precoce que a gente tinha que sair antes de quase acabar com o meu final de semana?
- Não tive nenhum.
- Parabéns, agora teve graças a mim, seu querido irmão. E pra gente ir temos que nos preparar, então vem me ajudar.
- Por que hoje?
- Por que sim, eles querem. Reclama com os chamados e não comigo.
- Mas são nove da noite. A gente vai sair escondido?
- Cara Melanie, acho que agora você finalmente sacou o que eu tô tentando falar há 15 minutos.

Eu não tenho um minuto de paz nessa vida.

- Do que você precisa, Cal?
- Bandaid, gase, todas aquelas pomadas analgésicas e cicatrizantes extras que a mamãe comprou pra você, remédios analgésicos, spray desinfectante, cobertas, saco de dormir, travesseiro, água e um kit de primeiros socorros.
- Credo tudo isso? A gente vai virar médico?
- Sei lá.

Um a um fomos pegando tudo o que era preciso, mesmo sem saber o motivo. Nossa, se eu for comparar tudo que eu fiz desde que voltei, eu tô um capeta, não aquieto em casa e fico saindo do nada. Quando terminamos, conseguimos duas mochilas cheias.

- Acho que foi tudo. - Cal repetia, ofegante de tanto procurar pelas coisas- Eu vou fazer uma coisa espera.

O meu irmão pegou uma folha da papel, escreveu algo e escondeu atrás de sua escrivaninha, vai entender o que se passa na cabeça dele.

- A gente realmente não pode ir amanhã?
- Não, não pode, tem que ser hoje, inclusive tá na hora.
- Se alguma coisa acontecer comigo, eu vou deixar registrado no meu testamento que a culpa foi sua!

Cal abriu a janela do quarto dele, fazendo um gesto para eu pular, minhas mãos começaram a suar, eu estava com uma blusa de inverno e a mochila menos pesada nas costas.
   Eu seria completamente guiada pelo Cal agora, não sei o caminho, essa informação não teve tempo de chegar na minha mente.

   Cal pulou também, estávamos no telhado, ele desceu com cuidado e tentando fazer o menos barulho possível. Por que eu aceitei vir com esse cara? Ele me ajudou a descer, agora tá tarde demais pra voltar. Merda.

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DESCULPAAAAAAAAAAAAAA

eu sei que eu quebrei a promessa do cap 7 😭😭😭😭😭😭 mas eu não tive tempo galera :( me perdoem.

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