Pecados Capitais

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"Estou começando a me arrepender de ter concordado em vir explorar esse lugar." pensou Joyce, enquanto caminhava lado a lado com Catarina.

A passos moderados e cautelosos, Joyce e Catarina continuavam a caminhar um do lado do outro, enquanto atrás dos mesmos situavam-se João e Sophie, e liderando-os estava Henrique, o mais velho entre eles.

Conforme mais aproximavam-se da ruína ancestral emaranhada em meio a floresta, Joyce pensava consigo mesmo.

"Cara... Essa sensação esquisita que estou sentindo, isso não é normal." pensou Joyce que seguidamente olhava o seu entorno de soslaio enquanto permanecia a caminhar. "Naquela hora, quando olhei para trás, eu vi um sorriso estranho no rosto da Sophie. Um sorriso... Um sorriso perturbador."

Catarina, percebendo a imersão de Joyce em seus pensamentos, questiona em um sussurro:

— Joyce, tudo bem ? — indaga Cat, segurando gentilmente a mão de Joyce. — Você está imerso assim desde que chegamos aqui. Antes você havia dito para eu relaxar, porque não passava de uma ruína esquisita. Mas... Você mesmo não aparenta estar confortável com toda essa situação.

Sem se desvencilhar da mão gentil de Catarina, Joyce responde, também em sussurro.

— Sabe... Eu sei que isso pode parecer loucura, mas alguns instantes atrás, quando olhei para Sophie e João atrás de nós, vi um... um sorriso perturbador estampado na face da Sophie. — disse Joyce, com uma pequena fagulha de medo em sua voz. — Era um sorriso anormal. Anormal para qualquer pessoa humana. — afirmou Joyce convicto, mas ainda temeroso.

Ouvindo tais palavras da parte de Joyce, Catarina então lembrou-se de quando ambos, há quatro anos atrás, fizeram uma atividade escolar em dupla. Naquela atividade, quando Catarina foi a casa de Joyce para realizar o trabalho junto com o mesmo, aconteceu, por alguns instantes, algo muito estranho com a mesma. Catarina, por um breve momento, viu um Joyce com olhos completamente negros e fundos em seu rosto, bem como um sorriso. Sim, um sorriso anormal a qual lhe causara tamanho pavor. O mesmo sorriso que, no momento em questão, Joyce aparentava descrever para a garota.

— J-Joyce, sabe quando fizemos aquela atividade em dupla a quatro anos atrás ? — indagou Catarina, apertando inconscientemente um pouco a mão de Joyce.

— Precisa ser mais específica Catcat. Já fizemos mais de uma atividade em dupla. Sem contar que não vou me lembrar de todos os trabalhos escolares que realizei ao longo de quatro anos. — respondeu Joyce de maneira um pouco seca.

"Idiota!" pensou Catarina.

— Me refiro àquela vez que eu derrubei o copo d'água no chão e acabei quebrando-o. — explicou Catarina.

— Ahh... Sim, agora me lembro. — respondeu Joyce, como se tivesse passado por uma revelação. — Mas o que um trabalho que fizemos a quatro anos atrás tem haver com o que eu acabei de dizer ?

— Se lembra do que eu disse a você naquele dia ? — indagou Catarina e então prosseguiu. — Seus olhos estavam tomados pelo negro e fundos. E sobretudo, havia um sorriso anormal estampado em sua face.

Ouvindo as palavras de Catarina, Joyce teve um breve momento de epifania.

"Um sorriso anormal..." pensou Joyce.

— Mas... Mas eu realmente não estava com um sorriso anormal naquele dia, muito menos com os olhos totalmente escurecidos. — elucidou Joyce.

— Eu sei seu tonto, mas o sorriso que você descreveu no rosto da Sophie, bate com o mesmo que eu vi em você há quatro anos.

O Que Acontece Depois...Onde histórias criam vida. Descubra agora