Duas da tarde estava fazendo bastante calor, e a piscina era um convite irresistível. Resolvi refrescar um pouco, fui pro quarto suíte, onde Bruno voltara a deitar na cama. Adentrei em silêncio pra não acordá-lo, puxei a gaveta o mais devagar possível e tirei uma sunga de lá. Ao me rerguer, meu joelho estralou. Bruno as minhas costas mexeu na cama, virando de um lado, resmungando algo que não entendi. Me virei lentamente, e o vi ainda dormindo. Ele estava sem camisa, e de short. Não podia ficar mais um segundo ali, era difícil não olhar. Fui saindo, nas pontas dos pés, e já estava cruzando a entrada da porta, quando:
- Hei porque tá saindo assim todo suspeito?
Droga! O ogro sonolento acordou e tinha me visto. Virei pra ele:
- Nada não, eu só não queria te acordar.
- O que é isso na sua mão? - Bruno se sentou, e passou a mão no seu cabelo rebelde. O cabelo dele era muito lindo, bagunçado daquele jeito após acordar era ainda mais atraente. - porque não responde, em vez de ficar me secando?
Droga! Ele era tão ordinário. Fiquei corado após ser novamente flagrado por ele.
- Isso é uma sunga, mas é minha, não se preocupe! - respondo meio que áspero.
- Ah já saquei, vai mergulhar na piscina?
Agora era minha vez de ser irônico:
- Não, eu vou mergulhar no canteiro de flores!
Bruno me olhou e eu encarei seu olhar.
- Vai se espetar todo nas roseiras - respondeu Bruno sorrindo.
- Sim eu vou pra piscina, tá legal?
- Eu posso ir com você?
Oh não... sério isso?
- Porque?
- Porque o quê?
Estava ficando nervoso e atrapalhado.
- Nada não, se você quiser, vai!
- Então tudo bem ir com você?
- Por mim não tem problema nenhum.
- Então me espere, e a gente desce junto.
Dei de ombro.
- Tá legal então.
Bruno sentou na cama, e espreguiçou:
- Minhas costas estão tão tensas. Você sabe fazer massagem?
- Não! - respondi rápido demais.
- Nossa não sabe fazer nada - reclamou ele, se pondo de pé. - Vou só lavar o rosto e dá uma mijada.
Ele cruzou por mim, e abriu a porta do banheiro e não a fechou. Num instante ouvi seu jato forte dentro do vaso sanitário, e depois a descarga. Logo a torneira da pia foi aberta, e num instante depois ele apareceu com o rosto ainda úmido.
- Vou mergulhar de short.
- Você quem sabe.
- Se eu ficar de sunga vou te constranger, por que eu tenho um pau enorme, mesmo mole ele é bem destacado - disse me olhando e sorrindo.
Revirei os olhos.
- Ah como você é idiota!
- Mas é verdade, quando vou a praia todas as garotas ficam de olho, e os caras delas morrem de inveja.
- Não se preocupe não vou olhar e nem ficar com inveja! - Arquejei irritado.
Bruno parecia se divertir com a minha reação.
- Eu não quero que se fique roçando essa bunda na minha cintura entendeu, ou vou te quebrar na porrada.
Mostrei o dedo do meio pra ele e sai do quarto. Desciamos as escadas, eu uns degraus mais a frente.
Minha tia me encontrou na sala:
- Oi Gil pra onde tá indo?
Antes que pudesse ter tempo pra responder, ouço a voz do ogro as minhas costas:
- Vamos mergulhar na piscina.
Olhei pra ele.
- Que maravilha, vão sim meus queridos, aproveitem essa tarde gostosa de calor! - disse minha tia animada.
Bruno chegou ao meu lado e como se fossemos muito chegado, atirou o seu braço por cima do meu ombro.
- Vamos nessa amigo? - disse ele.
- Vou mandar o Silvio levar umas bebidas refrescantes pra vocês! - disse minha tia, quando eu ia dizer que não precisava, Bruno apertou o seu braço entorno de mim, impedindo de recusar. Minha tia saiu das nossas vistas. Me soltei dele com rispidez:
- Você é muito abusado!
- Relaxa, para de drama, bora pra piscina e logo vamos tomar umas bebidas.
- Eu não bebo!
- Mas você toma né?
- Já disse que não!
Ele ficou me olhando, e sorria maliciosamente, e entendi a sua pergunta infâmia:
- Nossa como você é criança... voltou pra quinta série, foi?
Bruno ria.
- Eu só estou tentando ser legal com você.
- Fazendo piadinha preconceituosa é ser legal não é?
- Você não é do tipo que se deixa ofender por isso, então deixa rolar - respondeu ele.
- As vezes fingimos que não nos afeta, pra não parecermos aos olhos dos outros como vítimas, e tal, para quem pratica a homofobia, não percebe que isso é muito cruel pra quem recebe - respondi naturalmente, como se tivesse me abrindo com o meu melhor amigo.
Bruno jogou novamente seu braço entorno do meu pescoço, achando graça:
- Ah, deixa disso, tu sabe que eu não sou homofóbico, do contrário não teria insistido que dividisse o quarto comigo, e não estaria indo pra piscina com um gay, então minhas piadas são brincadeiras de crianças comparado com a verdadeira homofobia cometida em ruas, ou dentro das escolas - se defendeu Bruno.
Dessa vez não tentei me soltar dele, e permiti que ele continuasse agarrado a mim, mas não concordava com a sua opinião.
- Olha Bruno, não vou pedir que mude seu jeito, pois é algo que você terá que mudar por si mesmo, se você se sente bem fazendo isso, não quer dizer que os outros vão aceitar sem ficar magoado, mas como disse, você terá que mudar por vontade própria, só assim vai ser uma pessoa de opinião e personalidade única.
- Caralho você é muito chato sabia? - Bruno me apertou contra o seu corpo. - Você me faz ficar num dilema, se eu paro de te provocar, ou continuo, pois acho que isso fica excitante.
Suspirei.
- Excitante só pra você - rebati.
- Não, aposto que tu fica excitado - disse e desceu a mão para apalpar meu órgão masculino. Esquivei, lhe dando um empurrão. Bruno riu com a minha reação assustada. - Quem não deve, não teme! Se você correu é porque eu estava certo.
Respirava forte.
- Não faça mais isso! - disse sério, eu não estava brincando. - Nunca mais... você não sabe quando parar. Se você continuar fazendo esse tipo de coisa, eu vou mudar de quarto.
Bruno levantou as mãos em sinal de rendição, mas eu vi que ele ria de ironia.
Eu já estava começando a me arrepender de ter aceitado a companhia dele na piscina.
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Bruno - O amigo do meu primo
Teen FictionEu me chamo Gilson, mas todos me chamam de Gil mesmo. Meus pais trabalham numa multinacional e precisaram ir numa viagem a negócios por 3 semanas. E então fui enviado para a casa dos meus tios, Roberto e Sandra, e iria ficar ali até a volta dos m...