Ao chegar à porta, resolvi bater antes de abrir, pra não correr o risco de flagrar uma cena constrangedora, pois agora tudo podia acontecer. Bati duas vezes, nada de resposta, nada de sons suspeitos, então girei a maçaneta e empurrei. O quarto parecia vazio. Bruno só podia estar em dois lugares, ou no banheiro ou no quarto de meu primo. Torci que não estivesse no quarto do meu primo... e fui em direção a minha cama, e a porta do banheiro estava fechada, e de costas ouço a descarga... não sei porque, mas sinto aliviado. Bruno sai do banheiro, e estava de cueca, e sem camisa. Droga, me viro rapidamente, pra não ficar olhando.
- Ah você apareceu, seu tio estava lhe procurando. Onde você se enfiou? - Bruno perguntou, e então sentei na minha cama, ainda recusando olhar para ele.
- An... eu fui tomar um ar fresco na varanda... - menti.
Escuto Bruno pular na cama, e ele ri, dizendo:
- Hei para com essa timidez, você pode ficar a vontade, o quarto também é seu!
Ouvindo aquilo, fui tentando ficar calmo, mas era difícil... Bruno estava me tirando do sério com aquela cueca. Seu corpo era lindo e atraente demais.
Mordi os lábios, e fechei bem as pernas, e me endireitei a postura, ficando de frente para ele.
- Você... você vai dormir assim? - indaguei com nervosismo.
Bruno sentou cruzando as pernas em cima da sua cama. Desviei meu olhar de sua barriga sarada e do seu tórax musculoso.
- Acho que vou. Porque? Isso lhe deixa incomodado?
Droga... quanto mais ele pergunta, mas idiota eu pareço ficar.
- Claro que não!
Bruno riu:
- Ótimo, mas se você quiser, também pode dormir sem roupas, aliás, como disse, o quarto é nosso.
Engoli a seco, e balancei a cabeça negativamente:
- Eu não quero... quero dizer, durmo de pijama.
- Azar o seu - disse Bruno dando de ombros.
- Hoje você... - estava iniciando uma conversa, quando me arrependi.
- O que tem hoje? - Bruno me fez continuar.
- Sei que isso não é da minha conta.
- Mas pergunte mesmo assim.
- Bom, eu ia perguntar se... se não iria trabalhar hoje.
Bruno suspira aliviado:
- Não, hoje é minha folga. Ainda bem, pois o dia foi muito intenso. Mentalmente falando.
Olhei para ele e forcei um sorriso complacente:
- Foi mesmo.
- E falando em trabalho, você pretende fazer o que da vida?
- Eu?
Bruno riu levando a mão na cabeça:
- Sim, você.
Droga. Tinha que manter a calma.
- Eu ainda não sei. Quero dizer, meus pais querem que eu volte a concluir meu curso que mantenho trancado... - Oh não estava me excedendo demais, tinha que parar de falar daquilo.
- Hum, você então estava fazendo faculdade... - disse Bruno, e me encolhi na cama. - Mas vendo sua reação, prefere não comentar mais sobre isso, certo?
Nossa Bruno tinha uma boa percepção.
- Bom, se isso não te ofende, sim, prefiro não contar.
Bruno fez um gesto compreensível:
- Está de boa, quando sentir mais preparado pode desabafar comigo, prometo que vou ser um bom ouvinte.
Olhei bem pra ele, e senti que estava sendo sincero. Sorri para ele:
- Obrigado Bruno.
- Pelo quê?
Suspirei:
- Por muitas coisas.
- Muitas coisas? Exemplo.
Eu dei um riso de nervosismo:
- Bem, você evitou que eu recusasse o jantar de hoje, pois teria que mentir aos meus tios pra não aparecer com o olho roxo a mesa.
Bruno fez um ar de compreensão:
- Ah não foi nada.
- Para mim foi. Eu não havia agradecido da forma correta. Obrigado.
- Se quer mesmo agradecer de forma que me sinta retribuído, então só aceito se você ficar assim como estou.
Olho pra ele sem entender.
- Perdão?
Bruno me olha desafiador:
- Eu quero que durma de cueca e sem camisa também.
- Ficou louco?
- Não, ao menos, ainda não.
- Isso não vale! - protesto - Você pode só aceitar meu pedido de agradecimento, e só isso.
Bruno balançou a cabeça:
- Nem todos precisam agir igual a todo mundo. Eu gosto de ser diferente. Então, vai tirar a roupa sim ou não?
- Mas é claro que não! - exclamei.
- Então sinta-se ainda em débito comigo. Não aceito só um "Obrigado" da boca pra fora - disse Bruno.
Eu não estava acreditando que ele ia me obrigar a fazer aquilo...
- Você é insuportável! - digo vociferando, e me coloco de pé. - Então feche os olhos!
Bruno colocou as mãos sobre seus olhos.
- Não vou olhar.
- Acho bom mesmo!
E rapidamente começo a baixar minha calça e a removo das pernas. Em seguida tiro a camisa, e subo na cama, me enrolando com o lençol.
- Pronto!
Bruno descobre seus olhos:
- Hum, preciso ter uma prova que não está me enganando.
- Eu estou só de cueca! - respondi.
- Mas eu não vejo.
Peguei a minha calça de dentro do lençol e joguei pra ele:
- E agora tá convencido?
Bruno pegou a calça que lhe atirei, e sorriu:
- Na verdade eu queria te ver sem o lençol.
- Mas se contente só com isso, eu já fiz o que me pediu, vou dormir sem calça e sem camisa. Como desejou!
- Então se eu tirar a cueca...
- Não vou cair nessa!
- Mas lembra, você tá me devendo ainda. Lá na mesa de jantar, quando lhe passei a travessa de maionese. Disse que ia te cobrar.
Droga! Ele estava testando meus limites?
- Você só pode estar de sacanagem né?
- Não, eu sou assim mesmo. Você tem duas opções. Você tira o lençol que cobre seu corpo, ou vai ter que dormir sem cueca por essa noite. Escolhe.
Arquejo indignado:
- É sério isso?!.
- Sim, vai me diz qual vai escolher.
Suspiro com raiva, e me descubro, jogando o lençol de lado.
- Satisfeito agora?
Bruno se ajoelhou na cama, se erguendo um pouco, me olhando melhor. Porque ele estava fazendo aquilo comigo?
- Ainda não estou, se me quer ver satisfeito por completo, então se coloque de pé e abaixe a cueca - ele sorria.
- Você é um idiota - reviro os olhos. - Você também pede pro meu primo pra tirar a roupa pra você? - pergunto pra tentar deixá-lo humilhado. Péssima ideia.
Bruno pega o seu celular:
- Vou ligar para o seu primo pra perguntar a ele, um minuto só.
Droga! Saio da cama, num pulo, e tento tirar-lhe o celular de sua mão, mas como se fosse possível ele deixar que lhe tirasse. Estava apavorado pois ouvia o som da chamada. Bruno era louco! Ele ia ferrar tudo agora.
Sai da sua cama, olhando desesperado pra ele e ajuntei as mãos, implorando:
- Me desculpe, era só uma piada!
A ligação foi aceita. Meu coração parou. Bruno colocou no viva voz. Ouço meu primo perguntar:
- Bruno, o que foi?
Eu caio de joelhos, e agarro na sua perna, e mexo os lábios, sem emitir som algum, mas torcendo pra que Bruno me compreenda:
"Me perdoe!"
Bruno sorri pra mim, e aproxima o celular na sua boca:
- Oi Tiago, liguei pra te desejar boa noite!
Olhava para o desgraçado que segurava o riso.
- Me ligou pra isso? Vai dormir seu merda! - respondeu Tiago irritado e desligou. Bruno abaixou o celular, sorrindo enquanto me olhava suando e empalidecido:
- Bom, eu aceito seu pedido de perdão, mas sabe como funciona, né?
Me coloco de pé, com um ódio extremo por ele:
- Você é um manipulador!
- Não, não sou. Agora vem cá, suba na minha cama - pediu ele.
Fiquei atônito:
- O que disse?
- Você não é surdo, me ouviu direito.
Engulo a seco:
- Bruno o que você... - num momento de vacilo, meu braço é agarrado por sua mão forte, e ele me dá um puxão, caio com a metade do meu corpo em cima das suas coxas, ficando com as minhas pernas do lado de fora. - Bruno, para com essa brincadeira! - tentei me levantar, mas não consegui.
- Eu vou te dar duas escolhas.
- Chega dessa coisa, só me solte! - pedi furiosamente. - Eu não vou ficar jogando seu joguinho toda a hora que quiser!
Sinto a mão dele abaixando minha cueca, deixando as minhas nádegas de fora.
- Se você me ouvir, será bem melhor - pediu ele calmamente, e mesmo parecendo absurdo demais aquela cena parei de me agitar no seu colo. - Ótimo, bom garoto. Agora me ouça.
- Fala logo o que tem pra falar e me solte, essa brincadeira já está passando dos limites! - falei sério.
- Antes de mais nada, isso não é uma brincadeira e sim uma punição.
Achei estranho:
- Mas do que está falando? Eu pedi desculpas!
- Não estou me referindo a sua pergunta provocativa, mas sim ao seu atrevimento de ficar ouvindo a conversa dos outros às escondidas - revelou Bruno assustadoramente calmo. Gelei o coração. Então ele havia percebido...
Mordo os lábios:
- Eu juro que não era a minha intenção Bruno! - tento explicar. - Estava debaixo da mesa pra pegar um garfo, quando vocês se aproximaram meio que tendo uma conversa acalorada e não quis interromper... - dizia, mas sabia que Bruno não ia acreditar tão facilmente assim. - Se você não quiser acreditar, é um direito seu, mas é essa a verdade não fiquei ali para ouvir as escondidas, mas eu acabei ouvindo, não posso desfazer o que aconteceu. Me desculpe!
Bruno suspirou:
- Eu acredito em você, mas ainda assim quero te punir.
Droga.
- Vai fazer o quê então?
- Abaixei sua cueca, isso não lhe dá uma ideia? - disse ele rindo de malícia. Eu engulo a seco. Não acho que ele seria capaz... ele estava blefando, tinha quer ser uma pegadinha.
- Você não... eu não estou pronto...
- Para de pensar em sexo seu pervertido, só quero te dar umas palmadas! - Bruno se fez de indignado, mas depois não conteve o riso. Fiquei com as bochechas ardendo de vergonha por ter achado que... Droga!!!
- Isso é ridículo Bruno, não sou mais uma criança de seis anos! - protesto - Se quer me punir, escolha outra forma, essa é de muito mau gosto!
- Eu já escolhi. Agora quero seu consentimento.
- Você não tem esse direito!... - vociferei.
- É por isso que estou pedindo por esse "direito", se você permitir, vou te bater, não sabe como estou louco pra te dar essas palmadas. Você está merecendo.
Engulo a seco, e fecho os olhos de raiva:
- Faça logo então, te dou esse direito!
Bruno ri de satisfação, e sinto sua mão apalpando minha bunda que se contrai com seu toque firme. Ele alisa uma das minhas nádegas, como se estivesse preparando ela pra o show. - Não demora, não tenho todo o tempo do mundo! - o apressei irritado.
No colo daquele ogro selvagem, de bunda de fora, senti a primeira palmada. Minha bunda se contraiu toda com o primeiro impacto. Gemi de dor.
- Aguenta tá, vai ser apenas dez - disse Bruno.
Cerrei os dentes. Senti o segundo tapa. Dessa vez ardeu mais. Bruno ergueu novamente a mão, e desferiu a terceira palmada.
- Ai! - não deu pra resistir a dor calado.
- Doeu né?
Eu não queria dar a ele aquela satisfação:
- Nem tanto assim.
- Hum, sério? - Bruno ia destruir minha bunda agora. Eu não devia ter provocado. Mordi os lábios...
A quarta palmada veio, mas não tão intensa como achei que viria. Foi até gostosa a palmada, por pior que fosse admitir aquilo. Não entendia o que estava acontecendo, mas Bruno estava afrouxando o golpe de propósito, e então não sentia mais desconforto, e sim prazer. Droga! Como podia acontecer aquilo, Bruno já havia passado das dez palmadas, e eu estava permitindo de boa vontade?!
Murmurei:
- Acho que já deu por hoje...
Bruno pousou a mão sobre minha nádega avermelhada e um pouco dolorida, e meio que deu uma alisada, e levantou minha cueca.
- Então vai querer mais amanhã?
Eu havia percebido o mal entendido que causei:
- Eu não quis dizer isso, eu... bem, você já me puniu, agora posso voltar pra minha cama? - pedi sua permissão.
- A vontade.
Me reergui com cuidado, e me apoiei na sua coxa ao sair de cima dele. De cabeça baixa fui pra minha cama. Deitei de bruços, acomodando meu rosto no travesseiro.
- Se incomoda de apagar a luz? - pedi, de rosto virado pra parede. Estava me sentindo envergonhado, mas por outro lado, eu havia estranhamente ficado excitado, e não sei se Bruno havia percebido ou não.
- Claro que não - Bruno apagou a luz, mas o quarto tinha uma sacada e as luzes das luminárias do jardim alcançavam um pouco do interior do quarto, já que as janelas estavam abertas.
Fechei os olhos, e logo o silêncio reinou no quarto. Bruno adormeceu, escutei seu suave ronco, até que dava pra dormir sem ficar incomodado. Que experiência foi essa? Será que estava permitindo conhecer Bruno mas do que realmente deveria? Não sei como seria, mas agora eu estava envolvido por aquele cara, muito mais do que eu pensava.
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Bruno - O amigo do meu primo
Teen FictionEu me chamo Gilson, mas todos me chamam de Gil mesmo. Meus pais trabalham numa multinacional e precisaram ir numa viagem a negócios por 3 semanas. E então fui enviado para a casa dos meus tios, Roberto e Sandra, e iria ficar ali até a volta dos m...