Capítulo 16

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Rafaela invade o quarto de Lena com os olhos arregalados e assusta Kara que estava deitada na cama.

– Kara, você tem alguma coisa pra vender? - Pergunta.

– Tenho, sobraram alguns de ontem. Por que?

– Os maconheiros do andar de baixo chegaram, vai lá embaixo com tudo o que você tiver em uma hora. Vão estar tudo com larica. - Fala afobada arrancando uma risada alta da mais velha.

– São em quantos?

– Sete.

– Vou fazer um bolo e tirar mais dinheiro deles. - Sorri de forma diabólica e as duas riem animadas.

– Do que estão rindo? - Lena pergunta entrando com Cecília nos braços, tinha ido pegar um biscoito para a menina.

– Os maconheiros chegaram e vão enriquecer a Kara. - Rafaela aponta para a mulher que continua a rir.

– Ganhou na loteria por ter vizinhos maconheiros, Kara. - Lena entra na brincadeira.

– Espera, como você sabe que eles chegaram?

– Me mandaram mensagem perguntando se você tinha pão. - Balança o celular fazendo Lena a olhar desconfiada.

– Por que você tem o contato deles?

– Um deles queria me beijar a um tempo e conseguiram meu número, mas eu não quis. - Resume. Lena afirma com a cabeça e Cecília joga o corpo para o chão indicando que queria descer.

– Vocês acham vinte reais muito caro para cobrar por um bolo simples?

– Não, arranca dinheiro desses maconheiros safados. - Lena dispara. Em questão de segundos, Kara e Rafaela riem.

Kara se levanta da cama, arruma o short que usava e anda até Lena dando um beijo em Cecília que estava irritada por estar no colo.

– Ficam de olho nela? - Pergunta.

– Claro que sim, vai lá mulher. - A mais velha lança uma piscadela em sua direção, colocando Cecília no chão e segurando suas mãozinhas gordas.

Kara sai apressada para a cozinha iniciando a preparação do bolo. Tinha apenas três pães e isso não renderia muito para sete pessoas, por isso ela faria o sacrifício de fazer um bolo. Menos de uma hora e meia depois, Kara já voltava com sessenta reais e sem nenhuma comida que tinha levado, ela estava radiante.

– Gente boa. - Kara elogia guardando o dinheiro em sua carteira.

– Não fala isso perto da mãe, se ela ouvir isso te dá uma panelada. - Rafaela alerta ajudando Cecília a dar alguns pulinhos.

– Por que?

– Uma vez ela discutiu com eles por estarem fazendo merda aqui no corredor, agora ela criou um ódio mortal por eles. - Contém uma risada divertida.

Kara fica pensativa por alguns segundos sabendo que aquilo era a cara de Lena fazer esse tipo de coisa. Rindo baixinho, ela vai até o banheiro lavar as mãos e volta para a sala ouvindo Cecília falar "auau" apontando para a televisão onde passava a patrulha canina.

Quando Lena se junta a elas, a mulher se joga no sofá soltando um grunhido alto, transparecendo a frustração e raiva que sentia naquele momento, após ter recebido uma ligação da sua equipe falando que tinham feito merda, para variar.

– O que foi? - Kara questiona encostando a cabeça no estofado do sofá.

– O pessoal errou de novo e eu tive que arrumar. - Lena tinha um bico irritado nos lábios.

Singular (Supercorp's Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora