Bem mais calma do que a vinte minutos atrás, Lena toma um remédio para enxaqueca sentindo sua cabeça pulsar pela fúria que tinha sentido a momentos atrás. Tendo a certeza que se encontrava em boas condições para conversar com a mulher que estava dentro de sua casa, Lena sai do quarto indo até a sala encontrando Kara brincando com a bebê que estava apoiada no sofá flexionando os joelhos enquanto a mãe cantava uma música infantil baixo.– Preciso lhe fazer algumas perguntas. A voz de Lena ecoa pela sala atraindo a atenção de Kara e de Cecília que olha para a mulher voltando a ganhar uma expressão assustada.
Sem saber ao certo o que dizer, Kara senta no sofá e acaricia a cabeça da filha que agarrava sua perna. Lena tinha a assustado pela forma que havia falado quando a viu.
– Quantos anos você tem? - Lena perguntou parando a uma distância considerável e com os braços cruzados.
– Vinte e quatro. - Responde de prontidão.
– Seu nome completo. - Não se importava se aquilo iria parecer um interrogatório porquê de certa forma era um.
– Kara Rose Danvers. - Lena a encara por alguns segundos até que afirma com a cabeça.
– De onde você é?
– Caldas Novas, interior de Goiás. - Se mexe demonstrando seu desconforto.
– Já teve alguma passagem pela polícia?
– Não, nunca me envolvi com nada do tipo.
– Sua filha tem quantos meses?
– Oito, está quase para completar nove. - E pela primeira vez, Kara vê Lena esboçar um sorriso em sua direção no momento que seus olhos caem sobre Cecília que a olhava com curiosidade.
– Por que iria precisar ir para um abrigo?
– Eu tinha uma loja de roupas, estava indo bem mas quando aquela pandemia chegou, a quarentena e por não poder abrir, minhas vendas caíram até que não pude continuar com a loja. As roupas que sobraram eu abaixei o preço para tentar conseguir um pouco mais de dinheiro tentando manter mas acabei indo a falência. - Pausa se abaixando para pegar Cecília no colo. - Cecília era recém nascida, então não pude ir atrás de um trabalho porque não tinha com quem deixá-la e não queria me arriscar a acabar contaminada, por isso eu me cadastrei para receber o auxílio emergencial, o que nos ajudou bastante já que pude arcar com o aluguel junto com as minhas economias mas quando tudo acabou não tinha onde tirar dinheiro para o aluguel, não encontrava um trabalho por ser mãe solo e as contas foram se acumulando até que fui despejada e sua filha me encontrou. - Seus olhos ficam marejados mas ela pisca diversas vezes tentando esconder.
– Você não tinha ninguém para recorrer? O pai dela ou algum familiar?
Kara fica tensa e hesitante ao contar sobre isso. Ela sentia que estava entre a cruz e a espada, só um passo em falso e ela seria jogada na rua então optou por não dizer que não existia um pai, e sim, uma progenitora que não quis Cecília.
– A pessoa que me ajudou a trazer Cecília ao mundo não a quis. - Fala com amargura. - E todos os meus familiares ficaram em Goiás, mas não posso entrar em contato com eles por questões pessoais. - Suas bochechas coram e Lena afirma com a cabeça.
– Eu sinto muito. - Lena fala com empatia.
– Tudo bem.
– Eu vou ligar para o meu ex para pedir que ele traga o berço e que confirme a sua história, se estiver tudo certo, poderá ficar aqui o tempo que for necessário. - Kara afirma com a cabeça tendo sua consciência limpa por saber que tudo o que havia saído de sua boca era verdade. - Rafaela. - Se vira para o corredor chamando sua filha que sai correndo do quarto temendo o que sua mãe falaria. - Você vai dormir no sofá pelos próximos dias.
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Singular (Supercorp's Version)
FanfictionApós uma longa e cansativa semana de viagens a trabalho, Lena só queria chegar em casa, jantar e ficar um pouco a coma sua filha antes de dormir. Entretanto, ao colocar os pés dentro do apartamento ela nota algumas coisas diferentes. Em sua sala, ha...