Capítulo 41

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 Rafaela encarava as coisas que Kara colocava dentro de uma panela com água, ao ver a mais velha colocar uma casca de laranja, o rosto de Rafaela se contorce em desgosto.

– Não faz essa cara, esse chá vai te ajudar com essa garganta ruim. - Kara diz olhando por cima do ombro.

– Acho que não consigo beber isso. - Nega com a cabeça.

Erguendo a sobrancelha, Kara se vira para a adolescente colocando uma mão na cintura a olhando descrente.

– Se você consegue beber álcool, você vai conseguir beber isso. - Aponta para a panela, arrancando uma risada da garota.

– Mas eu não bebo...

– Não bebe? Conta outra, Rafaela! Imagina se bebesse então, lembro de quando você bebeu três cervejas da sua mãe, sem contar as outras vezes. - Seu tom debochado estende ainda mais a risada de Rafaela. Adorava que Kara tinha uma vibe materna e ao mesmo tempo de amizade.

– É, mas...

– Shh... Não tem como me driblar, vai beber isso sim. - Corta a adolescente antes que ela invente uma dor de barriga para se trancar no banheiro por duas horas só para não beber aquilo.

– Tudo bem. - Murmura murchando os ombros, engolindo saliva e sentindo sua garganta doer. Observando Kara passar aquela gororoba pela peneira, adicionar uma colher de mel e experimentar um pouco com a colher, ela sorri satisfeita e entrega a xícara para Rafaela.

– Bebe tudo. - Aconselha. Por sua vez, Rafaela choramingava e faz corpo mole para pegar a xícara, levar até os lábios e prender a respiração dando alguns goles. - Credo, Rafaela! Até parece que é amargo.

– Tem canela, hortelã, laranja e outras coisas. Isso não combina! - Nega com a cabeça antes de virar todo aquele líquido de uma vez, correndo para beber um copo de água por cima tentando tirar aquele gosto ruim da boca, podendo ouvir a risada de Kara.

– Isso vai aumentar a sua imunidade e ajudar a melhorar essa dor de garganta. - Explica de braços cruzados.

– Tem esse lado, não aguento mais ficar doente por nada. - Revira os olhos, deixando o copo de vidro sobre a pia.

– Se quiser, posso preparar os negócios que eu uso para não ficar doente.

– Adoraria, se não for essa gororoba. - Aponta para a panela que ainda tinha um pouco daquele chá.

– Só por chamar o meu chá de gororoba, irei adicionar um ingrediente amargo na próxima.

Rindo de Rafaela lamentando sua fala anterior, Kara sai da cozinha indo em direção aos quartos para ver se Cecília ou Lena tinham acordado. Abrindo a porta do quarto, ela sente o frio do ar condicionado a atingir, mas nada insuportável. O clima do quarto estava fresco. Fechando a porta, ela sorri olhando para as duas na cama.

Lena estava abraçando Cecília tendo um travesseiro na barriga para caso Cecília começar a chutar enquanto dorme não atinja sua barriga. Sorrindo abobalhada, ela se aproxima da cama e fica alguns segundos observando as duas, Kara decide deitar atrás de Lena e a abraça, distribuindo beijos por seu rosto, pescoço e ombro na tentativa de fazê-la acordar. Ela teria que tomar cápsulas de vitaminas em alguns minutos.

– Acorda, benzinho. - Sussurra passando o nariz por sua pele, inalando o cheiro de lavanda. - Você tem que comer algo para tomar as vitaminas. - Continua a falar usando o mesmo tom.

– Quero dormir mais. - Com a voz sonolenta de ena chegando aos seus ouvidos, Kara sorri apoiando o queixo em seu ombro.

– Vamos comer algo, e depois, você volta a dormir. - Sugere.

Singular (Supercorp's Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora