Capítulo 15

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Com os dias se passando, Cecília e Rafaela se recuperam da gripe voltando à rotina de sempre, a adolescente indo para a escola porém agora com uma sacola térmica com as pequenas roscas e pães recheados que Kara tinha feito no dia anterior para vender na escola. Lena voltou a trabalhar no mesmo dia que Rafaela voltou para a escola, assim como Kara que acordou logo cedo para fazer os pães que venderia na parte da tarde, deixando Cecília com Rafaela. Claro que Kara estava juntando um pouco de dinheiro para pagar a garota pelas vezes que tomava conta de Cecília já que não achava justo ela fazer isso de graça.

Naquele dia, assim que Rafaela chegou em casa, Kara já estava de saída dando algumas instruções para a garota que ouvia tudo com atenção, já que Kara não sabia por quantas horas ficaria fora. Quando Rafaela deseja boa sorte e entregava algumas moedas e notas pequenas para que ela tivesse troco, Kara sai do apartamento segurando uma bolsa térmica em uma mão e na outra uma forma com a rosca e o pão para que as pessoas vejam.

Andando por quase todo o centro de São Paulo, entrando em lojas, escolas, floriculturas e até parando em semáforos, Kara consegue vender tudo o que tinha conseguindo cento e cinquenta reais. Sentada em um ponto de ônibus para descansar já que suas pernas estavam fracas por ter ficado quase cinco horas andando para cima e para baixo, além de sentir sua pele reclamar pelo sol que tomou, Kara sorria orgulhosa esperando o ônibus que a levaria para o bairro que estava morando. Estava começando a anoitecer, deveria ser quase seis horas da noite, não tinha levado o celular com medo de ser roubada e perder algo que nem era seu e por esse motivo não tinha noção de que horas eram.

Vendo um ônibus vindo, ela se esforça para ver para onde ele iria, tendo certeza que era o seu, ela se levanta e faz sinal para que ele pare. Assim que as portas se abrem, Kara entra desejando uma boa noite para o motorista ranzinza, passa pela catraca e se joga em um banco vazio, olhando pela janela.

Quase uma hora depois, Kara abria a porta do apartamento sentindo todo seu corpo doer. Ela estava fedendo a suor e acabada, só queria tomar um banho e ir fazer mais do que estava vendendo.

   – Boa noite, Kar. - Lena deseja sorridente saindo da cozinha encontrando Kara usando seus cabelos em um rabo de cavalo alto, uma blusa que lembrava branca, calça jeans e por fim um tênis branco.

   – Boa noite. - Deseja cansada.

   – Vai tomar banho, a janta já está quase pronta. - Sorri com cordialidade pensando no que poderia fazer para agradar Kara por ver o quanto cansada ela estava.

   – Onde está Cecília? - Pergunta olhando em volta.

   – Comendo. - Kaa afirma com a cabeça e vai em direção ao banheiro, deixando a sacola térmica no braço do sofá. Só queria tomar um banho e um remédio para dor de cabeça.

Com os cabelos molhados e cheirando a sabonete, Kara sai do banheiro correndo para o quarto onde sua mala estava por ter se esquecido de pegar uma roupa. Vestindo uma roupa confortável, ela se estica sentindo as costas doerem antes de ir para a cozinha, encontrando Rafaela e Lena sentadas na mesa a esperando.

   – Vem comer, a mãe fez strogonoff de carne. - Rafaela fala animada.

   – O cheiro está maravilhoso. - Kara elogia ouvindo os gritinhos animados de Cecília que estava lambuzada com purê de batata. - Oi, minha vida. Sentiu falta da mamãe? - Pergunta com a voz melosa beijando as bochechas da menina que ri animada falando, da forma que conseguia, “mamãe” repetidamente. - Eu também senti a sua falta. - Sorri abobalhada deixando mais um beijo na bochecha da mesma.

   – Vendeu tudo? - A mais velha pergunta assim que Kara senta ao seu lado a deixando perceber suas bochechas avermelhadas denunciando que tinha pego muito sol.

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