Capítulo 9

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"Mina! Você está bem?!" A garota em questão não se afastou do abraço apertado que sua mãe fez ao chocar seu corpo no dela. 'Agora ela vai ficar superprotetora comigo.' Resmungou ela em sua mente mas não culpando-a por isso. "Você não se feriu, está tudo bem mesmo?" Perguntou ela mais uma vez enquanto verificava seu rosto e corpo.

"Eu estou bem. Me escondi junto de Momo e Himiko na ventilação." Respondeu Mina sorrindo de forma reconfortante para sua mãe. Uma policial se aproximou das duas que se viraram em sua direção, Mina percebeu ser a mesma que deu de cara ao sair da tubulação. "Ela tem razão. As gravações foram regatas, a senhora pode ver se preferir." Comentou ela.

Atualmente elas estavam na delegacia de polícia próxima do arcade. Apenas ela ficou pois os pais de Momo foram na hora e buscaram a garota enquanto os de Himiko Mina percebeu como eles agiam como pais incríveis mas o olhar relutante e hesitante de Himiko dizia outra coisa. Mina ficou mais tempo por que usou sua individualidade sem licença, mesmo sendo uma criança e a situação exigente. 'Burocracia, disse a oficial. Nem ela e os outros queriam me fazer ficar aqui mas precisavam.' Pensou ela.

Mina e sua mãe foram levadas para atrás da secretaria onde um policial colocava o vídeo do momento exato onde o assassino apareceu, exatamente atrás de Mina. O agarrado em seu ombro quase torcendo sua pele dizia como sua mãe se sentia. 'Calma mulher, eu sei que a situação era preocupante mas já passou e eu estou bem. Não precisa arrancar meu ombro!' Exclamou ela, não ousando dizer em voz alta.

Eles viram Mina terminar de forma perfeita a dança na máquina e sair para comprar um refrigerante, até que o homem apareceu, como se tivesse teletransportado. 'Agora que eu vi de uma outra visão, ele não estava no arcade antes.' Analisou Mina, resistindo à vontade de gritar pela dor em seus ombros. Na gravação, ela deslizou com ácido para o lado de forma repentina, mas no exato momento em que o homem tirou a faca e estendeu a mão. "Instintos fortes esses, hein?" Sussurrou a policial, conseguindo arrancar um sorriso aliviado de sua mãe tão pequeno que não parecia ter mudado em nada para quem não a conhecia.

Logo em seguida Mina na gravação encontrou Momo e a agarrou pra longe e se escondeu atrás de uma máquina. O homem, parecendo confuso, se virou na direção que ela correu mas não viu nada. Parecendo contemplar, ele correu pelo outro lado, e a gravação o seguiu. Mina congelou ao vê-lo conseguindo levar consigo duas crianças, um garoto e uma garota, ambos caindo no chão sem vida é um corte na garganta. Logo.

"AAAAHHHHHHHHH!"

Ah, aquele familiar grito de gelar a espinha. Ela se sentiu igualzinha de como se sentiu naquele arcade, seus pelos dos braços se arrepiando, sua respiração presa e suas pernas estagnadas, mesmo estando fora de cena. Fora horrível aquele grito e a sensação após, ainda mais ao saber que esteve presente ali do lado.

A câmera voltou para ela novamente, com as três garotas se juntando ao comando de Mina para entrarem na tubulação. Confusa, ela se virou e percebeu que ambas não entraram por causa do medo repentino e da velocidade dos acontecimentos. A mina da gravação manteve a expressão séria mas trêmula enquanto guiava ambas para dentro da tubulação, com ela entrando no final.

A câmera mudou para a entrada da tubulação. Mina piscou. 'Tinha uma câmera ali? Nem cheguei a ver.' Pensou ela focando na tela a sua frente. Nesse momento, ela já ignorou o puxão de sua mãe em seus ombros que ameaçava arrancar sua pele rosada. A gravação mostrava a expressão de cada uma das garotas. Mina tinha o rosto fechado, carrancudo, seus lábios sangrando enquanto seus dentes o mordia, dedos tremendo. As outras duas tinham expressões de puro medo e pavor, não sabendo como lidar com a situação.

'Se não fosse por mim as guiando e forçando um pouco, o que aconteceria?' Pensou Mina, sentindo um arrepio na espinha ao tentar imaginar. Seja terrível, com certeza. 'E eu provavelmente não teria mais duas amigas.' Pensou ela assustada, sua expressão por fora sendo diferente do que sentia por dentro.

A gravação terminou com a polícia entrando no arcade e elas saindo com sujeira e poeira cobrindo seus rostos e corpos. "O suspeito foi pego e está detido, bom, com essa gravação ficará por um bom tempo." Comentou a policial suspirando enquanto levava as duas para fora da secretária. Sua mãe fez um depoimento contra e logo foram liberadas sem problemas algum.

'O problema vem agora.' Pensou Mina suspirando, enquanto prendia o sinto do carro com sua mãe no banco do motorista. Seu pai não pode vir pois estava no trabalho, mas ambas sabiam o quão preocupado ele deve estar nesse momento, sem saber sobre a situação dela. Sua mãe não perdeu tempo e fez uma chamada para ele, lhe contando o que aconteceu enquanto o tranquilizava.

Terminando a ligação, ela suspirou cansada enquanto dava partida no carro. O motor roncou enquanto ligava e começava a rodear. Mina olhou pela janela, não querendo enfrentar sua mãe nesse momento. "Olha." Começou sua mãe, fazendo-a olhar em sua direção, mantendo a cabeça virada para a janela. "Você poderia ter sido uma daquelas crianças." Mina tremeu levemente ao escutar isso, sua cabeça encostada na porta, não querendo olhar para cima.

"Você poderia ter sofrido pior, mas acabou tudo bem." Comentou ela, parecendo assegurar mais para si mesma do que para a garota. Mina entendia sua preocupação e não a culpava, até porquê, por que iria culpar sua mãe de se preocupar com sua filha? "Você está totalmente bem. Você foi madura, corajosa e inteligente naquele momento." Comentou ela sorrindo pelo retrovisor mas Mina viu como ele tremeluzia, como se quase estivesse chorando.

Ambas pararam na casa e entraram pela porta da frente, a sala antes colorida e viva parecia mais deprimente, memso que tudo tenha terminado bem. 'Quer dizer, duas crianças não terminaram bem.' Pensou Mina franzindo as sobrancelhas só de pensar no olhar aterrorizado de ambas as crianças após terem sido levadas para o além.

"Tem lanches na geladeira que eu fiz de tarde para você e suas amigas. Pode comer a vontade. Tem suco no congelador." Comentou sua mãe sorrindo para ela enquanto subia as escadas para o quarto. Mina ouviu o clique da porta ser fechada enquanto o silêncio da casa a rodeava. O ar parecia rarefeito enquanto ela respirava, cada lufada parecendo custar uma maratona para ser executada, um frio passageiro se arrastando sobre ela.

Suspirando, ela agarrou uma manta, enrolou entorno de si mesma, e se arrastou para a cozinha. Abrindo a geladeira ela viu vários sanduíches feitos em um enorme pote. Abrindo o freezer ela viu suco de pêssego feito naturalmente. Ela pegou alguns sanduíches e um grande copo de suco e deitou-se no sofá da sala. O tecido do móvel estava frio, levantando leves arrepios em suas canelas que encostaram não superfície gélida.

Suspirando, ela ligou a televisão e puxou o telefone da casa. Discando o número de Momo, ela suspirou mais uma vez ao cair. 'Não atendida. Era de se esperar. Himiko não tem celular nem telefone na casa, sendo a única maneira de falar com ela sendo pessoalmente ou através dos pais que não sei o que pensar ainda.'

Com um bocejo, ela decidiu que iria ligar no dia seguinte, enquanto aproveitava o que teria pelo restante desse. 'Assim que meu pai chegar vai começar uma conversa entre ele e minha mãe que provavelmente a fará chorar ou ambos ficarem bem. Provavelmente será a primeira opção.' Analisou Mina colocando um sanduíche na boca enquanto assistia um programa de culinária.

'Eu deveria aprender a cozinhar além de treinar, mas isso vai ser nos fins de semana.' Pensou ela pegando um caderno e sua lapiseira de desenho. 'Vou ter que aumentar meu regime de treino e focar no que sou melhor: minha Quirk e meu corpo. No futuro talvez eu pegue algum equipamento ou arma. Uma Naginata e uma pistola seria legal.' Escreveu ela.

'Meu controle do ácido é bom mas não o suficiente. Irei treinar até que se torne igual uma Logia, uma Logia de ácido. Isso... lembro que tinha Meu de Naruto que também usava ácido, talvez eu possa me inspirar em algumas técnicas dela. Também tem as técnicas da Mina original.' Escrevia ela, fazendo pequenos esboços rápidos de cada golpe.

Havia a técnica de transformação de ácido, igual a imunidade de uma Logia, o Rasengan de ácido que explodia, o vento ácido de Mei que corrói até mesmo aço, deslizamento de ácido, armadura de ácido estilo Susanoo ou uma armadura padrão mesmo, dragões de ácido, etc. 'talvez eu consiga até mesmo habilidades em elementos próximos do ácido ou que o compõe, como Oxigênio, Hidrogênio, Cloro, Enxofre ou Fósforo. Talvez até mesmo o ácido presente no suco gástrico de alguém possa ser manipulável. O ácido fluorídrico pode ser uma boa escolha para situações mais letais.'

'Tantas ideias.' Resmungou ela escrevendo tudo o que podia, enfiando goela abaixo sanduíches e suco de pêssego.

Aquela vez que reencarnei como Mina Ashido em MHAOnde histórias criam vida. Descubra agora