Capítulo 13

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Zee mordiscava o lábio enquanto pensava no que tinha visto. James realmente estava Bangkok e na mesma faculdade que Nunew. Aquilo faz um calafrio percorrer todo seu corpo pensando naquele garoto tão perto de Nunew.

As horas passavam devagar. Ele não via a hora de ir buscar Nunew, e tentar conversar com ele, para entender o porquê não estava sabendo que ele tinha voltado. Odiava ser deixado no escuro quando o assunto era a família de Nunew.

Os dois já tinham passado por merda demais para tentar enfrentar tudo sozinho e Zee não tinha boas lembranças quando o assunto era Nunew tentando resolver seus problemas sozinho. Se lembrava do hospital branco e sem vida, enquanto o amigo estava deitado em uma maca, sem responder quando ele o chamava.

James era um psicopata que não media esforços para conseguir aquilo que desejava e Zee tinha medo do que ele poderia fazer agora. Já tinha feito tantas coisas para Nunew e o pior de tudo, era que ninguém via! Ninguém percebia o jeito dele. Quando eram mais novos, os pais de Nunew insistiam em fazer eles conviverem, principalmente quando Nunew tinha que ficar na casa dos avós. Era ridículo! Os dois podiam gritar que aquilo não ia dar certo e ninguém escutava.

O que poderiam fazer? Eram dois menores de idade que não podiam ficar sozinhos e Zee não podia chamar Nunew para sua casa, porque sua mãe não era a pessoa de convivência fácil e Nunew a odiava com todas as forças. Preferia ficar na casa dos avós, do que no mesmo ambiente daquela senhora.

Zee balança a cabeça e respira fundo. Olha no relógio mais uma vez e praticamente grita quando precisa sair, mas então ouve o celular tocando.

— Zee, não precisa vir me buscar, vou precisar ficar na faculdade um pouco mais. O Tor vai me levar.

Zee não tem nem tempo de responder, quando percebe, a ligação já havia sido encerrada, o fazendo ficar olhando para o celular igual um idiota. Certo! Mais tempo sem respostas. Bufa alto e joga o aparelho no sofá. Em pouco tempo teria que entrar em live, porque sua vida profissional não podia parar.

Resolve sair e dar uma volta pelo condomínio, tentar esfriar a cabeça antes de começar a live. Seus inscritos não precisavam saber que sua vida era um trem que estava descarrilhado.

Vê Nat chegando e caminha até o amigo.

— Oi, você tem um tempo? — Zee pergunta com a voz mansa quando chega perto do baixinho.

— Claro, vamos lá em casa, vou fazer um lanche pra gente.

Zee concorda e os dois vão até o apartamento, conversando sobre coisas futeis. Nat já imaginava que seria algum assunto sério, já que Zee praticamente nunca o chamava para conversar daquela forma.

— Pode falar. — Nat diz assim que se senta e serve uma xícara de chá para cada com alguns biscoitinhos que ele mesmo tinha feito na noite anterior.

— O James tá em Bangkok desde quando?

Nat, que estava levando a xícara até os lábios, para o que estava fazendo e olha para Zee, praticamente assustado com aquilo.

— Como você sabe? O Nu te contou?

— Não. Eu vi ele conversando com o Tutor.

— Tutor? Tutor o quase namorado de Nunew?

Zee revira os olhos e concorda com Nat.

— Certo. Tem um mês, ou quase isso. Nunew não queria te contar porque você tava ocupado com o trabalho. Ele não se aproximou de Nunew, só alguns dias que faz questão de esbarrar nele, mas o Nu nunca tá sozinho, então ele nunca fez nada.

Zee suspira e passa as mãos no cabelo, puxando os fios com força. Não acreditava naquilo. Um mês ou mais! Puta que pariu. Nunew realmente tinha o deixado no escuro quanto aquilo. Justo ele, que moveria céus e montanhas para afastar James de perto dele. Não conseguia acreditar. E a desculpa era o trabalho... Como se um dia Zee tivesse priorizado qualquer outra coisa em sua vida, a não ser Nunew.

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