Capítulo 8

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 A noite anterior havia sido muito boa. Do tipo que Nunew estava precisando. Conversas sem sentido, risada para fazer doer a barriga e comida gostosa. O marshmellow de Nat realmente havia dado certo e ficado maravilhoso e aquilo tinha sido motivo dele se gabar o resto do tempo.

Quando o cansaço finalmente tinha dado conta do corpo dos rapazes, eles apagaram a fogueira e se enfiaram na barraca. Zee logo se enroscou no corpo de Nunew dizendo que estava morrendo de frio. Quando esquentou, a desculpa foi de que a barraca era pequena. E não era. Mas quem era Nunew para negar aquele abraço?

— Se um dia — no meio da noite, Zee sussurra, chamando a atenção de Nunew — você começar a namorar, a gente teria que deixar de dormir assim, não é?

— Não sei. Talvez meu namorado não precisasse ficar sabendo que a gente dorme assim. Ou se eu me sentisse estranho. Tudo é uma questão de "e se". E você?

— Você é acima de qualquer coisa. Se um dia eu namorar e a pessoa pedir pra eu não dormir com você, vou ter que terminar.

— Você não pode ser assim, Zee. Quando você começar a namorar tem que pensar na pessoa também.

— Não vamos entrar nesse assunto, Nu. Você sabe que não existe no mundo, pessoa que estará acima de você.

— Diz isso agora, mas quando conhecer alguém que faça seu coração bater diferente, as coisas podem mudar.

— Não. Nunca vou deixar outra pessoa mudar o que nós temos.

— Tudo bem, eu acredito em você.

Nunew queria suspirar, mas Zee estava tão perto. Ele realmente queria acreditar que sreriam somente os dois, mesmo que eventualmente alguém ali começasse a namorar. Por tanto tempo foram somente os dois, mas Nunew sabia que eventualmente Zee conheceria alguém e o mundinho que tinham criado poderia mudar.

Ou até mesmo ele.

Ele poderia ser a pessoa que destruiria o mundo deles.

Nunew respira fundo e tentar espantar aqueles pensamentos. A manhã estava só começando, então ele não podia dar espaço para pensamentos tristes. Abre a barraca e sai para esticar seu corpo, encontrando Max já acordado, arrumando as coisas para o café da manhã.

— Você não dorme não? — Nunew se aproxima de Max para ajuda-lo.

— Durmo, mas acordo cedo. É costume. Vai escovar os dentes, nojento.

— Zee ainda tá dormindo, não quero mexer na bolsa e acordar ele.

Max concorda e passa as coisas para Nunew arrumar na mesa improvisada que eles tinham levado. Os lanches Nat já tinha deixado pronto, porque além de ser bom com números, o rapaz era ótimo cozinhando e graças a ele, os meninos tinham comida fresca para aquele acampamento.

— Bom dia, gostosos do meu coração. Bom dia, bom dia!

Nat acorda animado e estica seu corpo assim que sai da barraca. Ele realmente amava estar em contato com a natureza, respirando aquele ar puro, com uma vista linda pela manhã e não toda aquela poluição que era Bangkok, com barulho de buzina e gritaria.

— Queria acordar assim. — Nunew mastigava um pedaço de bolo enquanto falava. — Só acordo querendo voltar a dormir.

— Pare de ser tão pra baixo. Um lindo e gostoso desse, não querendo nem acordar. O mundo precisa ver sua beleza.

Nat fala animado e corre deixar um beijinho rápido nos lábios de Nunew, que pega Max e ele de surpresa.

— Aí como eu tô feliz.

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