A secrets calling LOVE

Primeiro toque

Enquanto preparo o jantar tenho de lidar com a infeliz presença de meu marido, não arrisco me aproximar, tenho certeza que se eu estivesse mais próxima sentiria o cheiro de perfume barato em suas roupas.
Depois de tantos anos de mentiras e traições eu me recuso a brigar ou discutir, até porque se isso adiantasse meu casamento não estaria nessa situação.
Coloco os pratos na mesa e espero que minha família se sente, Alicia voltou tarde e pelo visto no carro de um amigo já Fernando está sentado no sofá lendo e graças a Deus Antônio decidiu tomar banho antes do jantar não aguentaria sentar ao seu lado.

-Filho por favor chame sua irmã- digo a Fernando que rapidamente se levanta e vai em direção ao quarto da irmã.

Antônio e Alicia não demoram chegar a cozinha e logo estão comento enquanto eu e Fernando parecemos compartilhar a falta de apetite.

Parecemos uma família de mudos, não á diálogos não á olhares só uma família desestruturada e silenciosa eu me pergunto quando as coisas chegaram nesse ponto, não consigo culpar apenas Antônio, sinto que tenho uma parcela de culpa nesse silêncio, coloquei meu trabalho em primeiro lugar fui negligente com meu casamento.

Depois que todos comemos cada um vai para um canto, eu permaneço na mesa pensativa decido retirar as coisas da mesa e ir tomar um banho. Enquanto sinto a água escorrer pelo meu corpo tento lembrar a última vez que cuidei de mim no sentido de cuidar mesmo me preocupar com as minhas emoções ou com meu corpo, infelizmente não me lembro... está na hora de me colocar como prioridade chega de tentar por todos dessa casa em primeiro lugar, chega de ignorar as minhas necessidades, tenho que parar tentar salvar algo que já esta perdido, eu preciso me ajudar, preciso resolver a bagunça que anda minha cabeça e consequentemente meu corpo, preciso de um banho de loja, um dia no salão, terapia, preciso fazer doer no bolso as traições de meu marido.

Por fim deito em minha cama torcendo para que meu marido adormeça na sala apago o abajur e logo adormeço.

De manhã, levanto de minha cama e percebo que já é tarde (08:20), decido fazer minha higiene matinal, logo após coloco uma roupa básica calça jeans e uma camisa rosa bebê vou rumo a cozinha, não ouço nada de nenhum dos cômodos de minha casa ou estão todos dormindo ou saíram.

Quando chego a ilha da cozinha vejo um bilhetinho com a letra de Fernando dizendo que saíram para a cidade, ele para a casa de um amigo, Alicia sabe se lá o que foi fazer, o pai diz que vai para uma reunião, reunião ok.

Pelo menos no silêncio em que me encontro posso pensar melhor sobre o que vou fazer preciso sair preciso comprar nem lembro o que eu fazia antes para me divertir, como um casamento que no começo parecia perfeito pode apagar completamente a personalidade de uma pessoa, eu não lembro quem eu era antes dele.

Preciso me encontrar.

Depois de um café simples decido sentar na área de minha casa em uma das poltronas que escolhi a dedo quando decidimos nos mudar para a fazenda, sempre adorei móveis rústicos, dentre tantas coisas para fazer nessa imensa casa prefiro aproveitar a vista que modéstia a parte é maravilhosa, não trocaria minha casinha por nada nesse mundo. Meus poucos minutos de reflexão são interrompidos por um barulho de carro vindo da estrada talvez seja Antonio, não é, parece o carro de Rodrigo, que diabos esse menino está fazendo aqui de novo.

Meu coração acelera de repente, se controle, não é nada demais, não estou acostumada com visitas ainda mais quando estou sozinha, ele pode ter vindo concertar mais alguma coisa, eu não sei o que esse rapaz tem mais ele me desconserta, o seu olhar é penetrante, vive cheio de piadinhas de duplo sentido sem falar que ele é bem...como eu posso explicar?
Muito atraente é não tem outras palavras, tem um sorrisinho de lado que deve arrasar vários corações por aí, bom é melhor não ficar reparando muito né.