Antes

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Tudo permanece tediosamente igual - desde as

crises até os momentos raros de epifania. Eu sou

uma cópia de quem fui há anos; as terríveis

sensações seguem as mesmas, desde os flertes

com a morte até os beijos breves do amor. É

como se eu fosse a mesma poetisa que fui há

sete anos, mesmo sendo uma escritora

totalmente diferente da que jamais pensei que

poderia ser. Sou tudo aquilo que almejei ao

mesmo tempo que sou tudo aquilo que mais

desejo distância; consigo ser as lâminas em

meus pulsos e as agulhas que fecham minhas

cicatrizes de novo e de novo...

Eu sou o veneno e o antídoto, a praga e a cura.

Consigo ser minha ruína e ascensão em questão

de parágrafos; frases; metáforas. Sou meu pior

pesadelo; o inferno e o céu em um estalar de

língua ou piscar de olhos. Coexisto a partir do

fruto proibido e do perdão dos pecados mortais;

existo finitamente escrevendo como se fosse

viver eternamente; como se minhas palavras

nunca fossem se dissolver na imensidão do

universo ou nas inconstâncias do tempo.

o mundo estava em chamas e nem você podia me salvarOnde histórias criam vida. Descubra agora