Lea
Luka. Trilhamos uma história juntos. Conheci ele no jardim de infância. Nunca nos demos muito bem quando crianças. Vivíamos implicando um com o outro, fazendo provocações e discutindo.
Mas me lembro muito bem o dia em que nos aproximamos.
Estávamos na sétima série. Ele sempre foi muito popular. Já eu não tinha muitos amigos. Tinha apenas minha melhor amiga Belle e o senhor nevado, meu coelho de estimação.
Meu dia já não tinha amanhecido muito bem. Então percebo que Belle faltou. Pronto, eu estava acabada.
Eu sei que fui bem dramática, e não me orgulho disso. Mas eu era uma garota de treze anos, é tudo muito dramático nessa época.
Passei o recreio sozinha aquele dia. Me desabei a chorar, e achava que eu era pessoa mais infeliz do mundo. Ninguém percebeu minha tristeza.
Pelo menos era isso que eu pensava.
Luka tinha reparado. Ele foi até a mim e perguntou o que estava acontecendo.
Ele se importou.
Não ligo se eu era o drama em pessoa, o importante é que ele se importou. Depois daquele dia, percebi que ele não era tão ruim quanto eu tinha imaginado. Passamos a ser ótimos amigos depois daquele dia.
Mas em um ano muita coisa muda. No meu aniversário de quatorze anos ele me levou para um parque de diversões. Enquanto estávamos na montanha russa (e eu quase morrendo) ela me pediu em namoro. Eu realmente passei mal depois daquilo.
Ele me levou em um posto de saúde para ver se estava tudo bem. Minha pequena crise tinha passado, e depois que consegui processar as informações eu aceitei.
Lienor: Essa não foi a história que contou para minha mãe? Sua mentirosa.
Eu tinha que ser rápida para pensar em alguma coisa e... Espera, porque eu estou me justificando para uma intrometida que se meteu na minha história? Enfim, lembro que esse foi um dos dias mais felizes da minha vida.
Mas se muita coisa muda em um ano, em dois o mundo acaba. Dois anos depois de começarmos o namoro, terminamos. Percebemos que não erámos os certos um para o outro. Porém, continuamos amigos depois do rompimento. Foi Luka que me reconfortou quando eu estava de luto por meus pais.
Luka foi, ou melhor, é uma parte muito importante da minha vida.
Foi estranho ver ele novamente. Conversamos bastante. Ele também ficou muito amigo do Yori e da Sayuri. Assim conseguimos formar um “grupinho”, embora Luka e Blake não pareçam ter se dado muito bem.
Hoje seriam as audições para a peça de teatro. Estava nervosa e, ao mesmo tempo, confiante. Já li muito sobre Shakespeare. Romeu e Julieta vai ser fácil.
***
Estava na fila para as audições. Luka e Blake também, eles tentariam entrar na peça. Sayuri também estava com a gente, mas não para atuar e sim para apoiar. O teste já tinha começado. Eu fiquei muito nervosa, pois tinha muita gente, e isso aumentava a concorrência e diminuía a chanca de conseguir um bom papel.
Nem peguei o papel de fala, pois sábia de trás pra frente essa cena. Peguei o microfone com as mãos tremendo. Respirei fundo e comecei a atuar.
—Meu inimigo é apenas o teu nome. Continuarias sendo o que és se acaso Montecchio tu não fosses. Que é Montecchio? Não será mão, nem pé, nem braço ou rosto, nem parte alguma que pertença ao corpo. Sê outro nome. Que há num simples nome? O que chamamos de rosa, sob uma outra designação teria igual perfume. Assim Romeu, se não tivesse o nome de Romeu, conservara a tão preciosa perfeição que dele é sem esse título. Romeu risca teu nome, e, em troca dele, que não é parte alguma de ti mesmo, fica comigo inteira.
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sanduíches, chocolates e um namoro de fachada
RomanceLea tinha uma vida simples e boa, até que de repente conhece Blake, um menino convencido e arrogante, porém muito rico. Ele lhe oferece uma oferta irrecusável, e quando Lea se dá por si, está no Japão. estava tudo indo bem, até um sentimento inesper...