sanduíches, chocolates e um namoro de fachada

3

                                     
Blake

    Olhei o rosto que eu não via há muito tempo. Minha mãe estava com algumas rugas a mais do que eu me lembrava, mas continuava com seu semblante doce. Com certeza, de todos da minha família, foi dela em que eu mais senti falta. Fiquei muito contente em revela outra vez, mas minha felicidade durou pouco. Logo ouvi uma voz irritante e estridente.

    —Olha se não é o gêmeo feio da família.

    —Continua irritante como sempre Lienor.

    —Tive um bom professor.

    Disse ela com um sorriso vitorioso, como se tivesse ganhado alguma discussão.

    —Vejo que continuam com as mesmas brigas bestas de antes. —Ouvi a voz que tanto temia, meu pai. Sempre tentava buscar a aprovação dele. Quando eu era criança, na minha visão ele era o homem mais incrível que eu conhecia, mas sempre me deu um pouco de medo. Quando fui crescendo fui percebendo que ele não era tão incrível quanto eu pensava, mas ainda me dava medo, e ainda assim eu o amava.

    —Papai.

    —Blake. Então, sua namorada é essa jovem adorável?

    Foi quando voltei à realidade. Olhei para Lea que estava calada até agora, e ela parecia meio envergonhada, ou melhor, deslocada. Meus pais estavam analisando-a, minha irmã olhava para ela com olhar de desconfiança, e meu irmão com um sorriso idiota no rosto.

    Ela parecia um gatinho assustado no meio de leões.

    Percebi seu desconforto, e logo me aproximei dela.

    —Sim. Essa é a Lea, minha namorada.

    —Sou Elizabeth Campbell. E esse é meu marido Matthew. —anunciou minha mãe.

    Lea estava parecendo um pimentão, coisa que eu achei engraçada. Ela parecia uma garota tímida e assustada, o que era interessante, porque na hora de discutir comigo (alguém que ela nem conhece direito) ela é bem decidida.

    —Fico feliz em finalmente te conhecer. Estou cansada de viver rodeada de homens na família, quer dizer, eu tenho a Lienor, mas às vezes ela é tão bruta que parece um menino. — minha mãe comentou. —Seja bem vinda à família.

    Lea pareceu se aliviar um pouco.

    —Você é estranha. —Disse a peste

.
    —Lienor, tenha modos! — exclamou mamãe.

    —É porque... —Lienor tentou se justificar. —é porque ela parece ser alguém legal. Por isso ela é estranha. Por que alguém legal namoraria o ogro do meu irmão?

    Aquela filha de uma... Mulher incrível, que também é minha mãe. Droga, não dá nem pra xingar.

    Lea começou a rir. Não era uma risada escandalosa, mas também não era discreta. O que aliviou o clima.

    —Acho que seremos ótimas amigas Lienor.

    —Concordo Lea. —a peste abriu um sorriso. —venha vou te mostrar o quarto que você poderá ficar.

    Com isso, Lienor saiu arrastando Lea junto. Olhei para meu pai, para ver sua reação, só que seu rosto estava impassível.

    —O que achou dela? —Tomo coragem e pergunto.

    —Não tenho uma opinião formada ainda. Preciso conhecê-la melhor.

                    ***