LUTA

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Notas iniciais: oii gente, isso daqui é um surto da madrugada e uma short fic. (Provavelmente vai ter uns 5 CAPS no Max) espero que gostem.

Aviso: não leiam se tiverem gatilho com morte, crise de ansiedade/pânico ou com gore leve.
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Ramiro cai no chão, sua testa sangrando e seus olhos lacrimejados.

Ele não sabe a quantas horas esta lá, ele só sabe que dói, dói muito. Dói demais. Tudo dói. Dói.

Ele soluça baixinho agarrado ao chão, suas mãos e unhas avermelhadas, marrons de terra, seu rosto ensanguentado e sua boca úmida. O gosto de cobre ataca todos seus sentidos e ele só quer descansar. . . Só dormir, ele não quer mais acordar, ele não quer, ele jura que não quer. Ele não quer mais lutar.

Mas se ele não lutar ele terá que ficar longe de Kelvin. . .

Ele chora mais alto ao pensar em seu pequetito, seu coração apertado e machucado enquanto se lembra das últimas palavras, da última briga deles.

"Pois então você vai ficar sozinho!"

Rams se encolhe gemendo de dor ao fazê-lo, se ele não tiver mais Kelvin consigo, se eles não puderem mais ficar juntos então. . . Então sua vida não vale de nada. Então não tem razão para permanecer em luta. . .

Seus olhos ardem com a poeira que chega neles e ao ver um carro passar a poucos centímetro de si ele fecha os olhos, torcendo para que o pneu passe por sua cabeça e enfim acabe com sua dor.

Torcendo para que termine o trabalho que seu patrão começou.

Ele está cansado. Tão, tão cansado.

O carro para a sua frente entretanto, e um certo baixinho ruivinho sai de dentro dele quase imediatamente, o procurando com um olhar animado apesar de preocupado e um sorriso angelical no rosto.

O moreno não pode ver porém, seus olhos fortemente fechados esperando. . . Um baque, um tiro, uma batida, qualquer coisa, ele apenas quer que isso acabe.

Que a dor acabe. Que a luta acabe.

Infelizmente para si, a única coisa que acaba é sua consciência.

Kelvin arregala seus olhos ao ver o estado de seu Ramiro, Caio, que o deu a carona até lá após a mensagem de Rams rapidamente saindo sem dar a minima para o peão, indo procurar algum sinal de seu pai ou de sua noiva.

Ramiro está ensanguentado e suado, seu corpo completamente encolhido, úmido e avermelhado, (tanto pelo sangue quanto pela maldita terra vermelha.) cheio de mini cortes, escoriações e hematomas dos mais diversos, não há uma parte de si que não esteja roxa ou vermelha, marcas de botas e de punhos das mais diversas em seus braços, peito e pernas, seus olhos fechados e seu corpo mole, fraco contra o chão. Contra a terra. . .

Ele foi tão chutado e socado que sua pele se abriu em vários lugares. E vários de seus ossos parecem fora do lugar.

O coração do ruivo cai no lugar com a visão digna de um de seus piores pesadelos.

"Não. . . Não. Não não não não não não não não não não não não!" -Se desespera então correndo até Ramiro antes mesmo que possa se controlar, todas as palavras presas em sua boca, seu coração partido, seu corpo arrepiado.

Seu Ramiro não, seu Ramiro nunca. Ele não! Qualquer um. . . Mas seu Ramiro não!

Cai de joelhos sem se importar se ficará dolorido depois ou se suas calças ficarão manchadas, puxando automaticamente seu Ramiro para perto então, para seu colo e quase soltando um soluço de dor ao sentir-lhe torto, encolhido, mole como queijo derretido. Kelvin respira profundamente, estremecendo.

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