CALMARIA

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Notas iniciais: Oiiii gente, espero que gostem. Hoje o capítulo é mais tranquilo e curtinho. (É a calmaria antes da tempestade.)

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Kelvin suspira em seu lugar, faz uma bom meia hora que ele "acordou" (se é que o que ele fez a noite possa ser considerado dormir.) após a pior noite da sua vida.

Era engraçado a forma como Ramiro fora o principal responsável tanto pelo melhor quanto pelo pior dia de sua vida.

Suspira. . . Francamente ele não acha que consegue rir da situação. 

Se escora melhor sobre a cadeira dura e desconfortável do hospital, suspirando audívelmente antes de tomar mais um gole de seu café quente no copinho descartável. O amargor o traz de volta ao momento atual, contribui para ele se firmar na realidade ao seu redor e a queimação em sua garganta o ajuda a segurar o fluxo de lágrimas que quer escapar.

Kelvin funga, limpando os olhos pelo que parece ser a milésima vez antes de fecha-los por alguns segundos, tentando respirar fundo e não fraquejar quando não deve.

Um toque em seu ombro o impede de relaxar entretanto, o assustando e tirando de seu eixo.

"O que?"

Franze as sobrancelhas, se perguntando quem exatamente pode ser agora. Abre os olhos novamente, arregalando-os ao ver Caio de todas as pessoas a sua frente.

Se afasta, encolhendo-se para trás com o susto.

—Kelvin!

—Caio?

—Oiii Kelvin, eu queria ter vindo mais cedo. . . Descurpe,  mais – Caio se auto-interrompe, parecendo pensativo, como se pensasse em como exatamente dizer o que quer dizer. Kevin sente um péssimo pressentimento o dominar com a percepção, um gosto amargo crescendo em sua boca ao se lembrar como a primeira coisa que Caio fez depois deles acharem Ramiro foi ir caçar seu pai ou Aline, não parando por um momento para o ajudar com o cacheado ou pelo menos para ligar a ambulância. Não que fosse obrigação dele ajudar mas. . . Bem, Kelvin estendeu a mão quando o brucutu precisou. . . (Além de que a maioria das pessoas, quando vê alguém caído e sangrando, tem como primeiro instinto ajudar a pessoa. . . não simplesmente a abandonar para ir atrás de outras coisas/pessoas.) E quase perdeu seu Ramiro por isso. . .

—Eu sei qui ocê deve de tá preocupado com a Aline tamén, o Ramiro já acordou pra gente falar com ele? – Questiona e Kelvin franze as sobrancelhas ao ouvir, seus olhos parcialmente arregalados e sua boca entreaberta em choque.

—Falar com ele? Caio, ele precisa descansar, ele não vai conseguir falar nada agora. O seu pai quase. . . Quase. . . – Os olhos de Kelvin lacrimejam automaticamente ao falar e ele desvia o olhar, cerrando os punhos. – O Ramiro quase não aguentou, não dá pra falar com ele agora. – Diz simplesmente, determinado apesar de sua voz embargada.

Caio arregala seus olhos, também em choque mas não pelo motivo que Kelvin pensa.

—Kelvin nos não pudemô de esperar home! A Aline precisa de mim! Eu não posso deixar ela na mão! – Afirma claramente desesperado.

O ruivo suspira ao ouvir, sabendo bem que ele e o La Selva não estão de lados opostos e particularmente empático com a situação dele, no entanto apesar disso, não disposto a ceder.

—Ele precisa descansar, eu nem sei se ele vai acordar hoje ainda, o médico falou que pode demorar. . . cê não viu a situação dele.  – Tenta explicar ainda, sentindo sua paciência assim como um saco de areia furado lentamente começar a  esvaziar.

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