Capítulo 01 - A Cadeira

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O pé de Olivia bate ansiosamente enquanto ela observa os números do elevador mudarem, seu estômago revirando mais e mais a cada andar que passa. Ela engole em seco. Está tudo bem, vai dar tudo certo. É apenas uma pequena entrevista boba, certo? Certo.

É só uma entrevista com uma das maiores produtoras de música do mundo. Alguém por quem Olivia também tem um pouco mais que uma queda. Espere, pare. Não é por isso que ela quer esse emprego. Isso é simplesmente... um bônus adicional.

Não, não é por isso que ela quer o emprego. Ela nem quer realmente esse trabalho, não há como ela estar qualificada para isso, mas ela precisa dele. Ela precisa trabalhar com a mundialmente famosa Sabrina Carpenter para divulgar seu nome e sua música. Sabrina fez seu nome ao encontrar estrelas emergentes, aquelas da classe baixa que muito raramente tinham o tipo de oportunidades que aqueles com dinheiro eram capazes de criar.

E Olivia é da classe baixa? Não.

Os pais de Olivia apoiam sua decisão de ser artista? Também não.

Eles cortaram qualquer contato quando ela trocou os negócios da família por microfones? Um grande e gordo sim.

Claro, quando ela era pequena e tinha aulas de piano, seus pais a apoiaram cem por cento. Esgrima? Claro. Líder de torcida? Sim. Capitã da equipe de debate? Absolutamente sim. Esse era especialmente necessário se um dia ela quisesse assumir os negócios da família. Qualquer coisa que pareça boa para a Ivy League, eles aceitaram.

No entanto, quando Olivia finalmente reuniu coragem suficiente para dizer-lhes que não queria os negócios da família, depois de obter todos os seus diplomas, é claro, que queria escrever músicas e cantar suas canções para o mundo, o relacionamento que ela tinha com os pais foi totalmente por água abaixo.

A expressão "o que importa é quem você conhece" nunca foi tão precisa para Olivia do que depois que ela terminou a faculdade, porque todos os seus diplomas? Suas realizações? Eles não significavam nada no mundo real. Para conseguir qualquer coisa você precisa ter conexões, conhecer pessoas.

Sua única graça salvadora foi seu colega de quarto, que ganhou dinheiro mais do que suficiente com sua carreira para mantê-los pagando aluguel e contas, enquanto ela usava o dinheiro de seu trabalho de barista para comprar mantimentos. É uma pequena contribuição, mas ela foi inflexível em relação a fazer isso. Uma contribuição que seu colega de quarto garantiu que não era necessária, mas entendeu que ela precisava acrescentar. Afinal, ele foi um dos poucos da classe baixa que conseguiu sobreviver. Foi ele também quem lhe deu coragem para seguir seus sonhos, e ela estará para sempre em dívida com ele por isso.

As portas do elevador se abrindo a tiram de seus pensamentos e ela respira fundo novamente, entrando no caos que de repente a cerca, pessoas correndo pelos corredores com pilhas de papéis e telefones colados nos ouvidos, outras folheando gráficos e projetos, dedos batendo furiosamente nos teclados e folheando tablets. 

Ela mal consegue desviar dessas pessoas enquanto caminha lentamente pelo corredor em busca de alguém que pareça um pouco livre para perguntar aonde ela precisa ir, não achando ninguém continua caminhando até o final do corredor parando em frente à uma porta onde está escrito "relações públicas" acabando por achar sozinha onde precisa estar, então ela bate.

Um rápido "entre" a cumprimenta e sua mão treme quando ela abre a porta, subitamente cercada de silêncio, exceto pela mulher em uma mesa que levanta um dedo de "um minuto" na direção de Olivia enquanto ela termina sua ligação. Assim que o telefone é desligado, a mulher inclina a cabeça.

—Você não é o almoço.

—Ah, não... — Olivia tropeça no ar ao dar uns passos à frente. —Estou, uh- estou aqui para o trabalho de assistente pessoal. — O olhar vazio da mulher continua, então Olivia estende a mão. —Olivia Rodrigo. — O olhar vazio se transforma em uma carranca confusa quando a mulher pega o telefone novamente. 

My dreams running into your dreams (Salivia)Onde histórias criam vida. Descubra agora