Capítulo 35

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Ovelha negra

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Ovelha negra.

_ Eu te disse! _ A voz acusadora de Marcela não ajudou na confusão que se formava em sua cabeça.

_ Me deixa Marcela! _ Raiou de forma grosseira. Se preparando para sair da cozinha. E possivelmente da festa. Que naquela altura tinha se transformado em um dos arrependimentos da sua vida. Mas como sempre dizem " Sempre pode piorar." E ela constatou isso, ao dar de cara com sua mãe e a mãe de Jessy. Que riam de alguma coisa. Mas logo que notaram sua presença o sorriso de ambas morreram ali.

_ Oi gatinha!  _ A mãe de Jessy foi a primeira a se pronunciar.
_ Não sabia que você já tinha chegado. _ Aquela frase fez Juliana quase revirar os olhos. Estava certa de que Jessy provavelmente já tinha anunciado sua chegada. O que era mais provável que sua tia nem fez questão de ver sua presença. E embora demostra-se euforia ao abraça-la, Juliana estava certa de que euforia era tudo que sua tia não tinha. Ela embora se desse bem com Juliana, era uma pessoa muito superficial. E uma vez ou outra gostava de alfinetar e se meter na vida dos outros. Em especial da propria Juliana. Que apesar de amar Jessy como uma irmã, preferia se manter a uma certa distância da mãe dela. E vendo o olhar dela sobre si sorriu amarelo. " Definitivamente estou no lugar errado. " Disse mentalmente querendo fugir dali.

_ Cheguei a algum tempo. _ Continuou com seu meio sorriso para as duas.

_ E nem se deu o trabalho de vir nos cumprimentar? _ Voz acusadora da sua mãe a fez contar até dez em sua mente, definitivamente queria fugir dali o mais rápido possível.

_ Eu não vi a senhora chegar mãe.
_ Disse entre dentes, tentado disfarçar o desejo gritante de falar umas boas verdades.

_ Teria visto se não estivesse por ai dando em cima de ninguém. _ Um choque tomou conta de seu coração. Pelo jeito todo mundo tinha visto o bendito beijo.

_ Então, já arranjou algum pretendente?  _ A tia interveio.

_ Não tia, eu tô bem sozinha. Homem dá muito trabalho.

_ Juliana é um caso perdido. Não para com ninguém. Esses dias mesmo estava namorando o um rapaz excelente. Você tinha que ver, um menino muito bem educado, muito ajuizado. Só que ela o dispensou.

_ Eita Juliana, quem escolhe muito termina sozinha.

_ Antes só do que mal acompanhada. Não acha tia?_ Disse de forma irônica, encarando sua mãe.

_ Isso é verdade. _ A tia deu de ombros. Fazendo Joisy torcer o nariz.

_ Oi. _ Marcela que até então não parecia ter sido vista pelas duas mulheres, entrou na conversa. Aparentemente prevendo a catástrofe que aconteceria caso não intervir-se na situação.

_ Talvez a Juliana termine com uma das amiguinhas. Vindo dela nem me surpreenderia. _ Olhou para Marcela com um certo desdém.

_ O importante é que ela seja feliz, né? _ Marcela se apoiou sobre os ombros de Juliana. Inalando de forma sensual o perfume dos cabelos da amiga. Que meio que instantaneamente a olhou com cara de poucos amigos. Enquanto ela ria compulsivamente. Percebendo que suas palavras e  atitude inesperada tinha atingido o público alvo. Já que a mãe de Juliana passou entre elas como um furacão. E a tia, como era de se esperar as olhava de forma insinuosa. Ao mesmo instante que um sorriso torto se formava nos lábios da mulher, que parecia ter agora a fofoca do ano. E sem nem se quer voltar a olhar para as duas, seguiu no encalço de Joisy.

_ Está feliz agora?

_ Estou. _ Marcela continuou rindo.

_ Qual é o seu problema? Não sabe como a minha mãe é? E minha tia?
_ Suspirou frustrada.

_ Calma! Fiz isso para descontrair um pouco.

_ É, só que agora deu mais um motivo para ela me encher a paciência.
_ Pegando mais uma taça na bandeja do garçom, Marcela a encarou com o semblante sério.

_ Esse é exatamente seu problema Juliana. Por mais que você negue, minta para si mesma dizendo que não se importa com que sua mãe pensa, você se importa! Tanto, que mesmo inconcientemente, fica tentando provar que é boa o suficiente. Que é alguém que ela deva se orgulhar.
_ Enquanto falava, Marcela começou a andar, e Juliana apenas a seguiu. Escutando atentamente cada palavra.

_ Mas quer saber? Isso nunca vai acontecer. Independente  do que faça, ela nunca vai mudar a opinião que tem sobre você. Por mais que você se esforce. Nunca vai ser a filha perfeita. Eu sei disso porque tenho os mesmos problemas com a minha. E você melhor do que  ninguém, sabe o quanto me esforcei para ser uma boa filha. Só que mesmo assim, sempre levei o título de ovelha negra. Enquanto minha irmã mais velha sempre foi a filhinha da mamãe. A perfeitinha. Então eu cai na real. Aceitei ser a ovelha negra. Nunca mais mais tentei provar o meu valor. Porque eu sei o valor que tenho. Se a minha mãe não tem a capacidade de enxergar, azar dela! Estou feliz comigo mesma. _ Achando enfim uma mesa vazia, Marcela se sentou confortavelmente. Chamando mais um garçom que passava, pegou mais uma taça de bebida. A qual ofereceu a Juliana.

_ Não tô afim de beber, a noite Já foi bem ruim para mim. Não vou estragar o resto. Na real, tô louca para ir para minha casa.

_ Ir embora e perder toda a diversão?

_ Você é a única que está se divertindo. Eu só tive azar. Agora só quero me jogar na droga da minha cama, e simplesmente fingir que essa noite nunca aconteceu.

_ La vem a falsiane! _ Marcela revirou os olhos ao ver Jessy se aproximando.

_ Qual o seu problema com ela?

_ Abri os olhos para a cobra que ela é. E você deveria fazer o mesmo.

_ Para com isso Marcela! _ Juliana a repreendeu a tempo de ver Jessy se sentar ao lado delas.

_ Priminha sua danada! O que andou aprontando?

_ Que eu saiba, nada! Por que? _ A noite Já tinha sido tão catastrófica que  Juliana já imaginava mais uma bomba.

_ Tia Joisy está conversando com meu pai, aparentemente revoltada.

_ Seria surpresa se não estivesse! _ Se encostando na cadeira, pegou o copo de bebida que outrora lhe foi oferecido. E deu um generoso gole.

_ E aquele beijo que você deu no meu irmão? _ Gargalhou, lhe dando um leve tapa nas costas.

_ Ele que me beijou.

_ Tanto faz! Enfim, vocês estão juntos? _ Colocando o copo sobre a mesa, encarou a morena em sua frente.

_ Não Jessy, eu e o Edgar não estamos juntos. E se quer saber, aquele beijo nem deveria ter acontecido.

_ Vocês formam um casal tão lindo! Sempre achei isso.

_ Quer saber? _ Ficou de pé subitamente. _ Essa festa já deu para mim. Tô indo!

_ Desculpa Ju, mas vou ficar.
_ Marcela continuou bem sentada.

_ Então divirta-se! _ Dando as costas se afastou dali.

_ Nossa! O que deu nela?

_ Você deveria saber, né? _ Ficando de pé Marcela também se afastou.

Continua...

Continua

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