six | vinnie

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          vinnie hacker • point of view                  𝑤𝑎𝑠𝒉𝑖𝑛𝑔𝑡𝑜𝑛 𝐷𝐶, 𝑠𝑒𝑎𝑡𝑡𝑙𝑒

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                  𝑤𝑎𝑠𝒉𝑖𝑛𝑔𝑡𝑜𝑛 𝐷𝐶, 𝑠𝑒𝑎𝑡𝑡𝑙𝑒.

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  Nunca significa boa coisa quando o meu pai liga, nunca. Então, não atendo. Até porque, se for urgente, irá me ligar uma segunda vez. E, se isso acontecer, atendo. Senão, sigo com a minha vida. Mas, ele liga. É claro que liga.

⸻ Pai.

⸻ Vinnie, você não sabe atender o maldito telefone?

⸻ Eu atendi. ⸺ Me faço de idiota.  ⸻ O que você quer?

⸻ Preciso que você me acompanhe em um evento nesse sábado, e no próximo.

⸻ O quê?! Não. Nós temos um combinado.

⸻ O combinado é, você fazer o que quiser da vida, até o seu dever como filho: reclamar. Mas, você me pediu um favor e agora estou retornando.

⸻ Porra nenhuma, eu vou fazer os malditos cursos no verão, essa foi a sua condição.

⸻ Você faria os cursos de um jeito ou de outro, minha condição agora é essa. Apareça, ou eu peço gentilmente ao John Hossler que reconsidere a necessidade de uma milésima secretária naquela empresa. ⸺ Quase era possível vê-lo sorrindo. ⸻ Então, estamos entendidos?

⸻ Estamos.

⸻ Ah, Vinnie.

⸻ O quê?!

⸻ Venha acompanhado, sim? ⸺ Franzi o cenho.

⸻ Como assim?

⸻ Talvez, eu tenha deixado escapar para um colega ou outro que você ficou noivo recentemente.

Só. Pode. Ser. Brincadeira.

⸻ E por quê caralhos você fez isso?

⸻ Porquê, você já têm vinte e dois anos e deve assumir o meu lugar no futuro. Não é bom para outros olhos que pensem que você é apenas um idiota largado e sem nenhum compromisso com nada. ⸺ Ouço um triunfo em sua voz. ⸻ Então, venha acompanhado.

  Sem nem uma palavra há mais, encerro a maldita ligação. Talvez, Raven aceite ir comigo. Ou, Riley, apesar da nossa aversão. Ren ainda está sem celular, e Riley provável que agora esteja na aula. Preciso de um tempo para digerir e dirigir até lá, não é uma má ideia.

  Pego a chave do carro e desço de elevador até o térreo. Estou prestes a entrar no meu audi a3 preto, quando um veículo me chama a atenção pela familiaridade, o mesmo que estava estacionado ao lado do hotel alguns dias atrás: era o de Rose, um tesla cinza.

  Não preciso forçar a visão para vê-la dentro dele, mas o que mais me surpreende, é que a mesma está com as duas mãos no volante e o rosto entre elas. O tremor em seus ombros diz que ela pode estar rindo, ou chorando. E, devido a sua posição, a primeira opção me parece menos provável.

  Antes que eu perceba, estou andando até ela e paro perto da porta, dando duas batidinhas na janela. Ophelia se assusta um pouco, mas se recompõe secando o seu rosto e aperta o botão que faz o vidro descer.

⸻ Vinnie. De novo! ⸺ Tentou brincar, mas não funcionou muito.

⸻ Você prefere me contar o que está rolando aqui embaixo, ou lá em cima? ⸺ Penso se teria sido muito... direto? Mas, Rose fungou mais uma vez e tirou a chave da ignição e abriu a porta.

⸻ É bom que você me faça um chocolate quente.

   Quase sorri com o seu jeito mandão de sempre, mas ainda estou mal humorado por causa do meu pai. Rose subiu comigo em direção do meu apartamento, e não tem restrição alguma quando chegamos. Se sentou no sofá, quase deitada na vertical e me observa pelo balcão enquanto vou fazer o seu chocolate quente que, tão carinhosamente, me pediu.

⸻ Só para deixar claro, isso não significa que eu gosto de você. Porque não gosto. ⸺ Comentou, comigo ainda na cozinha.

⸻ Isso, o quê, coração?

⸻ Isso. Eu, na sua casa. ⸺ Olho de relance, e vejo o seu dar de ombros.

⸻ Ok. ⸺ Despejo o chocolate em uma xícara e sigo a mesma. ⸻ O seu chocolate quente.

  Ela pareceu surpresa, mas assopra o chocolate e tomou um gole.

⸻ Há quanto tempo nos conhecemos, Rose? ⸺ Pergunto, mesmo sabendo a resposta.

⸻ Desde os dezesseis, o que nos dá cinco anos. ⸺ Responde.

⸻ Cinco anos... muito tempo, certo? ⸺ Acenou com a cabeça. ⸻ E, acredite em mim, eu sei de muita merda que você já fez na adolescência. Mas, não me viu espalhando por aí, não é? ⸺ Concorda. ⸻ Então, você não precisa se preocupar em me contar o que está rolando.

  Tomou um gole grande do chocolate quente e suspirou profundamente, colocou a xícara na mesinha de centro logo após e me encarou.

⸻ Você sabe da história da minha família na medicina, certo? ⸺ Afirmo. ⸻ Eu decidi pular fora e comecei a estudar arquitetura no começo do ano. ⸺ Ergo as sobrancelhas. ⸻ Consegui esconder isso do meu pai, e minha mãe mora em Boston com a minha irmã. Então... não foi tão difícil. Mas, alguns dias atrás, onze para ser exata, ele descobriu e me deu um ultimato: desisto do meu sonho e vou estudar medicina, ou saio de casa.

Uau.

⸻ Acho que sou uma sem teto agora... ⸺ Solto uma risada fraca e sem humor.

⸻ Parece que a maioria das crianças ricas tem problema com o pai, não é? ⸺ Ela riu também, mas não responde. ⸻ Se a minha melhor amiga não tivesse quebrado o nariz do seu pai, eu mesmo teria feito isso. O seu pai é um babaca, sempre foi.

⸻ É, eu sei dis... espera aí, o que você disse? ⸺ Franziu a testa.

⸻ Há umas duas semanas atrás, Raven, uma amiga minha, foi demitida porque batei com a bandeja na cara de um idiota que passou a mão no corpo dela duas vezes. Mexi uns pauzinhos para ver se conseguia ajudar ela a arrumar outro emprego, e acabei descobrindo que era o idiota do dr. Jackson, seu papai.

   Levou cinco segundos para raciocinar e deu de ombros.

⸻ Foi merecido.

De fato, foi mesmo.

pretending, vinnie h. √Onde histórias criam vida. Descubra agora