𝒞𝒶𝓅í𝓉𝓊𝓁𝑜 11

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Avisos: Espero que gostem ❤️‍🔥❤️‍🔥 Boa leitura!


Tobias

Sinto o vento gelado bater em meu rosto e bagunçar os fios teimosos que eu não conseguia prender quando jogava meu cabelo para trás. Esta é a razão pela qual não deixo minha mãe cortar meu cabelo, levariam meses até a parte da frente ficar do mesmo tamanho que está atrás. Ela ainda insiste em fazer tal coisa porque alega ser um dos poucos momentos em que ela podia fazer algo por mim, já que em sua percepção eu cresci rápido demais. Fato que a fazia se arrepender vez ou outra por ficar tanto tempo longe em suas viagens com meu pai. Contudo, eu não seria quem tiraria esse prazer dela. Ela poderia cortar meu cabelo quantas vezes quisesse se isso era o que a deixava feliz.

Escuto risadas altas me forçando a voltar a realidade. A festa já estava me dando nos nervos, assim como cada uma das pessoas ali. Não sei como Nick me obrigou a vir até aqui, mas já queria ir embora desde o momento que cheguei.

Estava um pouco mais afastado dos outros fumando um dos últimos cigarros que tinha e apreciando a serena noite que nos rodeava. Não posso me esquecer de passar em uma tabacaria na volta para casa. Mais cedo tentei mascar alguns chicletes para não fumar tanto e não precisar comprar outro maço, mas cá estou. Não me orgulhava muito deste hábito, e sabia do mal que me faria, mas sinceramente?! Eu não dou a mínima. Lembro-me de uma das viagens que meus pais fizeram, para Cuba se não me falha a memória, e meu velho me trouxe um charuto caríssimo e alegou que queria fumar comigo. Dali, foi só ladeira a baixo. Minha mãe, por outro lado, odiava cigarros. O cheiro, a fumaça, o mal que fazia para os pulmões; enfim, cigarros. Ao menos eu tento me manter controlado e não compro mais que um maço por mês. Entretanto, nas últimas semanas tenho fumado mais que o normal, devo admitir.

Eram apenas nove horas da noite quando pude sentir uma pitada leve de sono tomar conta de mim. Era como se eu estivesse naquele cassino em Percy Jackson, onde você fica horas lá dentro, mas na verdade passaram-se dias. Só que estava acontecendo exatamente o contrário comigo. Eu estava aqui há poucas horas e para mim pareciam semanas. As pessoas a minha volta faziam círculos e brincavam de verdade ou desafio, de quem nunca e Beer Pong. Algumas garotas haviam tentando se aproximar, mas as dispensei em segundos, tentando ser o mais educado possível. No meu nível de delicadeza, claro. Não estava aqui para ficar com ninguém e nem encher a cara. Não passei de duas garrafas de cerveja, uma vez que eu estava dirigindo.

Mais uma vez o vento me pega desprevenido, então percebo que estava ficando bem frio e me arrependo no mesmo segundo de não ter pego uma jaqueta.

Apoio meus dois braços na mureta do terraço. A maioria das pessoas ali estava agora na parte coberta, dançando, ou no bar improvisado que eles inventaram, o que na minha visão foi algo inteligente. Era um terraço espaçoso e não tinham tanta gente presente, se eu me esforçasse um pouco conseguiria achar cada um dos que vieram comigo a essa festa. Vez ou outra voltava minha atenção para o grupo de adolescentes bêbados se divertindo a alguns passos de mim. Estavam dando risada de qualquer coisa e era revolucionário ver a Liana bebendo algo diferente de suco. Era ótimo saber que ela houvera se permitido beber, dançar e ser mais ousada que o habitual.

Ela sempre foi muito certinha, daquelas pessoas que gostavam de seguir todas regras nos mínimos detalhes. Era impossível convence-la de fazer uma loucura ou pelo menos era para mim. Lembro de uma vez que estava louco para saltar de paraquedas em um evento que estava de passagem na cidade, tínhamos 19 e 17 na época, meus pais estavam tão animados quanto eu e meu maior desejo era que Liana fizesse parte daquele momento também. Joseph e Katie deram total apoio para que os dois filhos participassem, desde que fossemos acompanhados de um instrutor experiente. Mas em vez de saltitar alegre e sentir borboletas na barriga de nervosismo, Lia me deu uma lição de moral de quão imaturo e irresponsável era saltar de paraquedas sabendo que as chances de dar algo errado eram de 1 em 100mil.

Perfeitamente errado pra mimOnde histórias criam vida. Descubra agora