𝒞𝒶𝓅í𝓉𝓊𝓁𝑜 8

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Avisos:  ^3^ Preparem os corações!!! ^3^



Liana

O corredor estava lotado de alunos. Ele nunca está cheio, já que normalmente os alunos ficam no refeitório ou na área verde, mas justo hoje todo corpo de estudantes resolveu marcar presença nos corredores, dificultando qualquer tentativa de locomoção sem esbarrar em alguém. Eu precisava ser rápida, pois estava ficando sem tempo. Chegando a frente a sala de informática olhei pela parte de vidro da porta e procurei por Henry. Porém, nenhum sinal do garoto.

Posso estar exagerando? Talvez. Afinal, foi um beijo na bochecha inofensivo. Pelo menos pra mim. Tenho estado tão avoada nos últimos dias que isso passou batido, tirando o fato de ter me deixado sem jeito e um tanto quanto envergonhada. E já que levantamos o assunto, é uma ótima hora para dizer que eu nunca namorei na vida e ninguém além da Verônica sabia disso. Para não dizer que sou totalmente BV, quando eu tinha 14 anos eu confessei meu crush supremo por Ben Stewart, o garoto mais bonito da sala. Ele disse que eu era fofa e me deu um selinho. Mas, semanas depois, Ben foi para estudar fora e eu nunca mais beijei ninguém. O que significava que eu não havia dado meu oficial e tão sonhado primeiro beijo. Isso porque eu gostaria que fosse com alguém especial, que eu gostasse e que gostasse de mim. Contudo minhas fantasias clichês de adolescente de doze anos não veem ao caso agora. O importante era achar o Henry e colocar todas as cartas na mesa. Aperto o passo, mas sou parada no meio do caminho.


- Aonde vai com tanta pressa, garota? – Carly me segura quando perco o equilíbrio e sorri para mim


- Carly, você viu o Henry?


- Não, desde que saímos da sala. Por que?


- Preciso falar com ele, na sala de aula é impossível ter essa conversa... – Continuo olhando em volta e percebo que Carly agora me olhava com o semblante duvidoso e uma sobrancelha erguida – Que foi?


- Está interessada nele?


- O que?


- Huuum, eu sabia! Olha essa carinha, está ficando vermelha! Era o destino e todo mundo sabe que ele é caidinho por você! – Faz uma expressão feliz e fica dando pulinhos de alegria


- Não é nada disso, Carly! Eu só preciso... – O sinal toca nos avisando para voltarmos para as salas – Que merda! – falo um pouco alto e alguns alunos que passavam me encaram – Foi mal


Balancei a cabeça desacreditada que perdi tanto tempo procurando por ele e não tive uma pista sequer de que ele pelo menos ainda habitava o mesmo planeta que eu. Voltei para a sala acompanhada de Carly, aproveitei para mandar uma mensagem para minha amiga e avisa-la que eu já estava indo para a sala. Verônica me respondeu com algo parecido com "vou te esfolar viva, você deixou suas coisas jogadas aqui" ou coisa do tipo. Não dei muita atenção e apenas voltei para a sala.

Assim que adentro o lugar noto que Henry já estava lá. Na verdade, parecia estar ali há um bom tempo. E foi naquele instante que eu quis me matar. Tantos lugares, e eu não procurei justamente na sala de aula. Liana, você é um gênio.

Perfeitamente errado pra mimOnde histórias criam vida. Descubra agora