striptease;

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Pov de Lorenzo;


Eu nunca gostei de regras. Desde criança, tinha um apreço especial por rebeldias e má conduta total. Eu sei que com certeza já gerei muito estresse para minha mãe, que Deus a tenha, e que com certeza nunca vou esquecer as chibatadas que meu pai me dava, que ele queime no inferno. Mas, mesmo sendo punido a cada má ação, eu nunca parava de fazer o que eu queria. Era esse meu protesto, o sinal de que eu nunca, nunca poderia ser controlado.

E não seria uma igrejinha qualquer dessas que me faria aquietar a minha alma propensa a desordem. Não uma que eu já tive a liberdade de me apossar da virgindade de algumas freiras solitárias, necessitadas de uma atenção. Oh, Deus, como elas precisavam da minha atenção.

Era fácil fazer jogos de palavras com elas, porque elas nunca tinham sido ensinadas sobre o tom malicioso e o ato carnal em si. A Ruth, por exemplo, que tinha sido a última freira que eu consegui seduzir e comê-la no corredor de tanta pressa, eu só tinha falado a ela um dia antes: "Você precisa de uma mãozinha?" Claro que, ela tinha entendido que era uma ajuda solene durante seus afazeres, mas eu tive o prazer em explicá-la no outro dia sobre o que eu realmente estava falando.

Eu lembro dela me dizendo:

— Sim, muito obrigada!

Junto com um sorriso de covinhas, muito aberto e receptivo, como se ninguém nunca tivesse oferecido ajuda a ela antes naquele lugar. Parece até que eles escravizam as freiras – e eu, como um fiel solicito, estou mais que feliz em ajudá-las a relaxar.

Ruth era ingênua, intocada, mas só com o meu toque inicial ela já tinha ficado completamente molhada. Era como se fosse feita pra mim, esperando pela minha mão. Eu deslizei nas suas curvas, provei do seu gosto, mas... eu sabia que ela não tinha experiência de nada. Eu sabia que ela era só uma virgem, e na verdade esperava isso de todas ali. Eu estava esperando o de sempre: timidez, educação, pureza. Eram essas as características marcantes que devia existir numa freira, não é? Só que... existia uma delas que não parecia assim. Ela era... peculiar. Mais ousada, não desviava o olhar do meu e parecia manter uma fera dentro de si.

Eva.

Tão irônico, porque ela detinha o nome da primeira mulher do mundo e aquela que indiciou Adão para o fruto proibido. E seu olhar... porra. Ela parecia ter o próprio diabo nos olhos, um fogo invencível e que com certeza nenhum versículo da Bíblia seria capaz de apagar. Quando ela nos flagrou no corredor, eu estava feliz de ser uma freira que eu já observava faz tempo e que eu saberia exatamente como atingi-la no ponto fraco – que era sua total falta de características proeminentes que uma puritana deveria ter. Pelo amor de Deus, foram incontáveis as vezes que eu passava no jardim, olhando justamente para onde ela ficava enquanto lavava roupas e a pegava completamente nua. Que mulher devota as frases intermináveis da Bíblia estaria fazendo aquilo? Claro que, conheço as que fariam isso em um quarto, só para se dar ao prazer, só para se tocar em silêncio. Mas aquela freira estando pelada ao ar livre na luz do sol? Se fosse pega, seria acusada de bruxaria. E se eu a delatasse, com certeza irmã Mary não a deixaria sair impune.

Eu não sou idiota, sei que o tal Toby também vê as cenas. Provavelmente ele se divertia todos os dias só, na cama de palha medíocre que ele dorme, e por isso, não contou nada para ninguém. Mas eu poderia. Como Mary tinha restaurado a fé em mim, eu poderia me aproveitar um pouco disso, porque eu poderia deixar a pequena Eva em apuros caso decidisse contar o que acontecia quando ninguém estava a olhando. 

Ninguém não, eu estava. Eu estava a olhando quando até mesmo Deus abandonara seu posto, eu poderia ser onisciente por ela, e se ela deixasse, seria onipresente em toda a extensão da sua... 

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