Mesmo sendo o primeiro dia de aula, o tédio durante a aula e as gracinhas dos meninos continuavam sendo exatamente iguais ao ano anterior. Demorou para que aquele dia terminasse mas como nada é infinito, ouvi o sinal tocar e achei que estava livre dos interrogatórios já que eu iria pra casa caminhando sozinha(já que minha mãe teria que cobrir um plantão no hospital) até que Jude teve a brilhante idéia de que ele e as meninas iriam me acompanhar até minha casa, concordei para não parecer anti-social e também eu gostava da companhia deles! Fomos rindo e contando coisas interessantes, mas eu estava torcendo para que a Bia não tocasse novamente no assunto que o professor interrompeu, pois não queria ser obrigada a mentir para eles. Ninguém comentou nada sobre férias nem sobre absolutamente nada que pudesse remeter aquele assunto, mas acabamos marcando de nos reunirmos na casa de um de nós para fazer uma noite do pijama e para a minha decepção todos votaram em ir para minha casa. Cheguei em casa, tentei por várias vezes tirar aquele assunto da minha cabeça, mas foi tudo em vão! As horas voaram e quando me dei conta, ouvi minha mãe chegando em casa e eu simplesmente disse que meus amigos iriam dormir lá, ela não hesitou mas também não se empolgou já que teria de trabalhar além do que já trabalhou durante o dia. Alguns minutos depois a campainha soou e fui atender a porta, eram elas incluindo Jude que é do sexo oposto, mas tinha uma opção sexual diferente, e como meus pais sabiam disso sempre deixavam que ele participasse de nossas festinhas femininas. Eles entraram, cumprimentaram minha mãe e subiram correndo as escadas para chegarem ao meu quarto, quando chegamos Bia logo deixou claro que tinha umas perguntas para me fazer, e adivinhem! Ela não perdeu tempo e perguntou como foram minhas férias, mas queria detalhes. Sem nenhuma forma de mudar de assunto ou me esquivar da conversa, comecei a relatar os fatos, mas disse apenas o que queria e podia: - Nas férias, meus pais decidiram fazer um cruzeiro de sete dias, lá conheci um menino, o Alex, ele é bonito, charmoso, mas... Enfim... Agente se deu super bem. Foi só! Quando o cruzeiro acabou nunca mais o vi. - foi assim que encerrei o assunto, e conversamos sobre a escola, sobre as paqueras do Jude, brincamos de guerra de travesseiros, fizemos um lanche básico e quando já era umas três da madrugada fomos dormir.
No dia seguinte, às seis da manhã levantamos todos para nos preparar para ir à escola, quando acabamos descemos para tomar o café da manhã, e como sempre minha mãe com um ar de superioridade e um tom de arrogância nos olhava tentando demonstrar carinho e atenção. Terminamos e fomos com meu pai para a escola, o dia na escola podia ser considerado normal como os anteriores, todos já tinham outros assuntos para comentar, mas quando cheguei em casa com minha mãe, deitei no sofá e fiquei pensando na minha vida que da noite para o dia mudou completamente, por mais que aparentemente eu estava me esforçando para passar uma boa imagem, internamente eu estava totalmente abalada. À noite quando meu pai chegou, logo notei que ele não estava bem, estava pensativo, distante, quieto, enfim estranhei já que ele é um homem simpático, carismático, alegre, comunicativo. Fui até ele tentando puxar assunto, perguntei o que houve e ele respondeu que havia pegado uma investigação difícil, que não seria fácil de solucionar e que levaria bastante tempo, continuei e perguntei sobre o que se tratava, ele disse que ainda não tinha maiores informações, mas que era sobre um maníaco que estava espalhando um vírus que ainda não sabemos certo qual é, não sei se é homem ou mulher, se mora em nossa cidade ou se não. E ele não querendo me passar seus problemas do trabalho disse para que eu fosse me deitar, pois já que era tarde, e minha mãe com tom áspero disse para que eu fosse imediatamente me recolher, me despedi deles, dei um abraço no meu pai, tentando passar força e disse para que ele não se preocupasse e que tudo daria certo no final.
