𝐖𝐡𝐢𝐬𝐩𝐞𝐫𝐬 𝐈𝐧 𝐓𝐡𝐞 𝐃𝐚𝐫𝐤 | 𝐷𝑟𝑎𝑐𝑜 𝑀𝑎𝑙𝑓𝑜𝑦.

11

A primeira aula do dia era a tediosa História da Magia, e pela primeira vez em anos eu estava ansiosa para ela começar logo. Geralmente cheia bocejos disfarçados e olhares perdidos nas páginas empoeiradas dos livros, a turma foi surpreendida por explosões coloridas enquanto pegavam seus livros e se sentavam em seus lugares. Risos e espanto invadiram o ambiente. Professor Binns, perplexo, flutuava na frente da turma enquanto tentava entender o que estava acontecendo.

Mas a reação mais notável veio de Draco Malfoy, cuja expressão de desprezo habitual se transformou em choque quando sua mesa foi alvo direto da explosão colorida. Seus cabelos platinados agora exibiam tons vibrantes de azul e verde, e uma mistura de risos e risadinhas se espalhou pela sala, deixando-o irritado e constrangido.

Apesar do caos temporário, a turma saboreou um breve momento de escape da monotonia da História da Magia e eu só podia agradecer mentalmente aos gemeos. Rumores sobre a pegadinha circulavam pelos corredores, e expressões curiosas eram evidentes em todos os rostos. Fred e George Weasley, apesar de negarem qualquer envolvimento, eram alvo de olhares intrigados e sussurros suspeitos.

Durante o almoço, Draco Malfoy, que ainda tinha resquícios de cor em seus cabelos, lançava olhares cortantes em todas as direções. Seu rosto esculpido em feições de desagrado e humilhação era objeto dos meus discretos olhares de satisfação.

Ao anoitecer, durante o jantar no Salão Principal, Fred e George eram saudados com olhares cúmplices e, ocasionalmente, aplausos discretos. A reputação deles como mestres da travessura só crescia, enquanto eu me via apreciando a perspicácia deles em criar momentos de diversão em meio os dias tediosos de Hogwarts.

Eu e Hermione estavamos andando pelo castelo, a caminho na sala comunal, quando George apareceu e começamos a conversar.

- Da próxima vez que forem fazer algo do tipo, não hesitem em me chamar.

- Pode deixar. - Ele disse, prestando uma breve continência - Sem você, essa pegadinha não teria sido tão perfeita.

- Eu estava acompanhada de mestres, não poderia dar errado. - Eu disse dando de ombros e sorrindo.

- Ah, é mesmo? - Ele instigou - Cara, essas pessoas que você está falando realmente devem saber o que fazem.

- É... Talvez. - Provoquei - Boa noite, George. - Eu disse continuando meu caminho.

- Boa noite, Aurora.

No outro dia, durante a aula de poções, um origame de papel voou até a minha mesa. Olhei envolta para tentar ver de onde veio, e Malfoy estava me olhando com hostilidade. Desdobrei o papel e dele estava escrito: "Eu sei o que você fez". Eu sabia exatamente sobre o que ele estava falando. Amassei o papel e ignorei, afinal, ele não tinha provas, e mesmo se tivesse, não poderia fazer nada. Segui prestando atenção na aula.

- Psst! Hastings! Psst! - O loiro insistiu.

Sabendo que ele não iria parar se eu não desse uma resposta, me virei.

- O que foi?!

- Não pense que vai se safar!

- Não sei do que você está falando. Agora me deixe em paz.

- Eu sei que você e os Weasley fizeram aquela brincadeirinha sem graça. Ouvi vocês no corredor.

- O que- Está me seguindo agora?!

Uma terceira voz encerrou nossa discussão de baixo volume. Era Snape, dizendo: - Hastings e Malfoy, gostariam de compartilhar sua conversa tão importante que não pode esperar minha aula acabar com a classe? - ficamos em silêncio - Respondam.

- Não, senhor... - Draco respondeu em voz baixa.

- Imagino então que os dois saibam toda a matéria. Podem repetir o que acabei de explicar? - Ficamos em silêncio novamente - Menos 5 pontos para sonserina e menos 10 para grifinoria.

Todos das casas citadas na sala resmungaram.

- O que? Isso não é justo! - Eu falei, indignada com a situação.

- E os dois vão ficar após a aula, tenho mais uma coisa para vocês.

Ótimo. Pensei. Lançando um olhar raivoso para Draco Malfoy que agora estava fazendo sua lição freneticamente, talvez em uma tentativa de não perder tantos pontos com Snape. Sem trocadilhos.

Logo o fim da aula chegou, e todos saíram da sala, menos eu, o mimado e o narigudo.

- Vou dar uma escolha a vocês: Tem 3 dias para me entregarem um trabalho citando todas as que podem ser poções fatais existentes OU 3 dias de detenção.

Depois de uma breve hesitação, optamos pela primeira opção. Snape nos deu uma cópia encantada da chave da biblioteca, válida até o prazo do trabalho e nos deu uma longa e tediosa explicação sobre como o trabalho deveria ser feito.

Assim que Snape nos liberou, combinei com Draco de nos encontrarmos na biblioteca após o jantar e depois fui para o pátio contar a Harry, Ron e Hermione o desfecho do que havia ocorrido.

— E então, como foi? — perguntou Hermione, seus olhos curiosos.

— Tenho dois dias para fazer um trabalho com Malfoy.

— Eu sinto muito, muito mesmo. — Harry disse tocando meu ombro.

— Era isso ou detenção.

— Eu, — o ruivo começou — preferiria 1 semana de detenção a passar 1 hora tendo que trabalhar com o Draco.