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Alguns dias se passaram e a amizade de George de tornou cada vez mais presente na minha vida e a figura enigmática de Malfoy continuava a me assombrar.

Eu estava a caminho a caminho do salão principal para o jantar quando vi uma silhueta no fim do corredor se aproximando. A luz fraca das velas que iluminavam o local me fariam não conseguir ver quem era, mas eu reconheceria aquele andar pomposo em qualquer lugar.

— Ora, ora se não é a nova senhora Weasley. — Draco falou, lançando um olhar desdenhoso enquanto me observava de cima a baixo.

Sua postura orgulhosa e quase indiferente a mim me incomodou. — Repetindo provocações? Você já foi mais criativo, Malfoy. Além disso, por que voltou a agir como um idiota?

Draco, continuou a caminhar em minha direção. — Você realmente acha que vou perder meu tempo pensando em como impressionar você?

Revirei os olhos. — É claro que não. Para me impressionar você teria que ser alguém meramente interessante.

Draco pareceu intrigado com minha resposta, seus olhos cinzentos fixos nos meus, como se buscasse algo além das palavras que trocávamos. - Sempre com uma resposta afiada na ponta da língua, não é, Hastings? Como você é previsível. — Ele pronunciou meu sobrenome com um toque de desprezo, mas seus olhos cinzentos faiscavam com uma chama desconhecida. Mesmo não sendo meu verdadeiro sobrenome, aquilo me enfureceu.

Cruzei os braços, encarando-o. — Você também não é nenhuma novidade, Malfoy. O mesmo arrogante, convencido, incapaz de perceber que o mundo não gira em torno de você que sempre foi.

Draco não disse uma palavra, apenas deu um passo mais perto, ignorando a distância que deveria manter entre nós. Agora nossos rostos estavam perigosamente próximos. 

Draco estudando-me como se tentasse ler algo além da minha expressão, finalmente falou algo: — Sabe, Hastings, nem tudo é tão preto no branco quanto você gostaria que fosse.

— Eu tenho coisas mais importantes para me preocupar do que seus joguinhos. — Falei me virando para sair dali, mas Draco se colocou em meu caminho.

A tensão entre nós se fazia presente como sempre, e o corredor parecia mais estreito do que nunca. Draco inclinou a cabeça, olhando-me intensamente. — E o que exatamente te preocupa, Aurora? A amizade com aquele palerma do Weasley?

— George é apenas meu amigo e-... Eu não tenho que me explicar pra você. Por que se importa tanto afinal?!

Draco deu um sorriso irônico. — Amigo, é? Interessante como você define amizade, Hastings.

— Responda a pergunta, Malfoy. Por que se importa?

Ele permaneceu ali, a poucos centímetros de mim. O calor da discussão e a proximidade física criavam uma atmosfera eletricamente carregada, e mesmo tentando resistir, algo nos puxava para mais perto, como se estivéssemos presos em um jogo do qual não podíamos escapar. Eu não havia notado quão próximos realmente estávamos até pararmos de falar. Eu consegui ver seus olhos com as pupilas dilatadas pelo escuro, a curva de seus lábios, seu cabelo caindo perfeitamente sob seu rosto e seu uniforme irritantemente arrumado.

O som de passos se aproximando nos fez recuar involuntariamente. Draco lançou um último olhar penetrante antes de se afastar, desaparecendo nas sombras do corredor.

Eu fiquei ali, tentando compreender o turbilhão de emoções que a discussão tinha desencadeado. George, Malfoy, amizade, ódio - tudo se misturava em uma confusão que consumia meus pensamentos.

Os passos que tínhamos escutado a alguns instantes era professora McGonagall, que agora, estava a minha frente.

— Senhorita Hastings, o que está fazendo aqui? — Ela perguntou olhando envolta, como se estivesse procurando alguém.

— Estou indo para o Salão principal, professora.

— Não quero alunos perambulando pelos corredores e aprontando, já basta seus amigos gêmeos. Bom, agora apresse-se. Até depois, Aurora. E não se meta em confusão. — Ela piscou para mim —

— Pode deixar. — Respondi sorrindo e seguindo meu caminho.

𝐖𝐡𝐢𝐬𝐩𝐞𝐫𝐬 𝐈𝐧 𝐓𝐡𝐞 𝐃𝐚𝐫𝐤 | 𝐷𝑟𝑎𝑐𝑜 𝑀𝑎𝑙𝑓𝑜𝑦.Where stories live. Discover now