Espirito de Natal

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Era dia 24 de dezembro, véspera de natal. Mas Regulus Black não se importava nem um pouco com a data. Ele odiava o natal. E as festividades não significavam nada para ele, a única coisa que importava era ele mesmo. Ele era uma estrela, afinal.

Ele acabava de inaugurar sua própria galeria de arte, e isso sim era algo a se comemorar. Regulus era o pintor mais jovem a fazer tanto sucesso em toda a Europa. Tudo construído com muito esforço e trabalho duro. Ele costumava ser grato à meticulosidade da mãe quanto as suas atividades quando menor. Era como a própria Walburga sempre disse a ele: "Em um mundo egoísta, os egoístas se dão bem".

E lá estava Regulus, explicando cada traço de seu quadro mais recente, que retratava uma ceia de natal, a um grande grupo de pessoas que vieram à recém inaugurada galeria prestigiá-lo. Mas assim que fechou o espaço, seus olhos se reviraram.

"Eu odeio o natal." Ele explodiu, para apenas seu gato, Navi, ouvir. O buquê de rosas vermelhas que recebera de um admirador de sua arte, ele jogou em qualquer canto.

"Ter que pintar esses jantares sem graça todo ano." Ele revirava os olhos a cada frase. "Eu sou um pintor renomado, Navi."

Ao finalizar seu breve discurso para o gato, o Black parou. Parecia frustrado com a falta de algo.

"Onde está meu chá com bolinhos?! Era pra ter uma bandeja de chá com bolinhos exatamente aqui." O garoto disse apontando para uma pequena mesa, no canto da sala. "E onde está James?!"

Oh, James Potter, o pobre garoto de bom coração. Se ofereceu para ajudar Regulus com o que quer que fosse assim que soube que o garoto pretendia abrir sua galeria. Agora, para seu azar, Black o via como seu assistente pessoal. Mesmo que sua função oficial fosse tratar da aparência de Regulus, principalmente desenhando e fabricando suas roupas.

"James?!" Regulus chamou outra vez, sem resposta. "James!"

-– — • — –-

No subsolo do prédio que portava a galeria de Regulus, era onde o próprio garoto pintava suas obras. E também onde seus ajudantes trabalhavam, incluindo James, e até o próprio irmão de Regulus, Sirius.

Quando Regulus não estava ali, o lugar parecia uma festa. Os funcionários cantavam enquanto trabalhavam, se divertiam e faziam todo tipo de piada. Mas era quando o mais jovem dos Black chegava que eles precisavam parar todas as brincadeiras e se concentrar única e exclusivamente no trabalho.

Porém, enquanto isso não acontecia, o clima era de acolhimento.

"Sirius?" Começou Marlene, com toda a naturalidade.

"Então." Continuou Alice, que sempre falava junto de Marlene.

"Quando vai chamá-lo para sair?" As duas garotas perguntaram em uníssono.

Sirius quase caiu da escada que usava para enfeitar a árvore de natal ao ouvir a pergunta. "O que? Convidar quem?"

"'Convidar quem?'" Frank imitou Sirius ao se aproximar, enquanto fazia malabarismo com algumas bolas que seriam penduradas na árvore. "Todos sabemos que quer convidar Remus para sair."

O mais velho ali olhou para Remus, que se ocupava acendendo a lareira, e, mais uma vez, quase caiu da escada.

"Se quer chamá-lo para sair, chame logo. Antes de sairmos para o feriado." Frank continuou até uma das bolas cair em sua testa, foi quando as entregou para Sirius.

"Acha mesmo?" Black questionou.

"Tenho certeza."

"Está bem. Eu vou lá agora." A atitude de Sirius impressionou a todos. Ele realmente desceu da escada e estava fazendo seu caminho até Remus.

Os Fantasmas de RegulusOnde histórias criam vida. Descubra agora