Fantasma do Natal Passado

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À exata meia do noite do dia 25 de dezembro, Regulus já havia voltado a dormir. Mas foi acordado com algo que fazia cócegas tocando seu rosto. Ele não chegou a abrir os olhos antes de reclamar. "Navi... Navi, ainda não amanheceu." O garoto tentava afastar o que parecia ser seu gato, mas ele não parava. "Navi, já chega! Vai lá pra fora!"

Quando o Black abriu os olhos, viu que seu gato ainda dormia pacificamente. "Ah, eu tive um sonho tão estranho essa noite..."

Mas no momento em que olhou para cima, Regulus se assustou com uma nova figura em seu quarto. "É mesmo?! Eu adoraria que me contasse sobre seu sonho!" Foi a frase que veio da figura, que mais parecia uma fada do que um fantasma. Ela tinha cabelos loiros platinados e algumas sardas espalhadas pelo rosto. Além de orelhas levemente pontudas e uma coroa de flores na cabeça.

Regulus gritou e pulou da cama. "Quem diabos é você?!"

"Oh! Eu sou Pandora, o Espírito do Natal Passado! Sua mãe não disse que eu vinha?!"

"Minha mãe, é..?"

Assim que Pandora viu o gato, que continuava a dormir, seus olhos brilharam. "Awwn! Você tem um gatinho!" Com um movimento do que parecia ser uma varinha, o espírito levantou Navi no ar, apenas para acariciar seu pelo.

"Isso deve ser um pesadelo..." Regulus murmurou para si mesmo, mas Pandora ouviu.

"Não, bobinho, eu vim para levá-lo..." Ela parou por um momento. "Para onde eu tenho que te levar mesmo?" Demorou alguns segundos até ela se recordar. "Ah! Lembrei! Eu vim te levar para o natal da sua infância! Uhuuul! Isso não é divertido?"

"Minha infância?" O garoto repetiu, incrédulo. "Eu acho que não é uma boa..."

Antes que ele finalizasse, Pandora já havia pegado seu braço e balançado sua varinha, fazendo uma espécie de portal aparecer.

"E sem demora, vamos embora!" Ela cantou alegremente, feliz em fazer rimas. "Para o seu passado agora!"

O de cabelos negros encarava o portal perplexo, quando Navi protestou com miados altos e se agarrava nas pernas de seu dono.

"Ah, o gatinho está com medo achando que não vamos levar ele!" Pandora suspirou enquanto levantava o gato no ar outra vez. "Venha aqui, bonitinho! Está tudo bem! É só se segurar!"

"Eu acho que não é isso que ele..." Regulus não pôde concluir antes que Pandora puxasse todos para dentro do portal.

-– — • — –-

Havia bastante eco dentro do tal portal, além de ser um pouco frio.

"Então..." Pandora começou. "Eu não quis dizer nada antes, mas eu preciso falar!" Ela riu. "Eu sou sua fã! Talvez a maior! E eu adoro seus desenhos! Principalmente quando pinta aqueles quadros de natal!" O espírito parecia mais empolgado pelos quadros do que qualquer outra pessoa que Regulus conheceu. Ela continuava falando e falando, até notar a expressão preocupada e confusa do garoto. "Ah, desculpe, mas você acha estranho eu ser sua fã?"

"Hm? Não é exatamente essa parte que eu acho estranha." Disse o Black olhando ao redor.

Enfim, Pandora pegou o gato novamente, agarrou o pulso de Regulus e anunciou. "Se segura!" E começou a guiá-los na direção de uma forte luz branca.

No segundo em que saíram do portal, se viram na sala de jantar de uma casa escura e fria. Havia apenas uma pessoa sentada à mesa. Era um Regulus bem mais jovem, provavelmente com 10 anos de idade. Ele olhava pela janela e suspirava tristemente.

"Tem alguma coisa errada..." Pandora estranhou a falta de decorações natalinas. "Era para estarmos aqui no natal. Eu acho que errei o ajuste." O espírito começou a bater a varinha contra a palma de sua mão, como se tentasse fazê-la funcionar.

Os Fantasmas de RegulusOnde histórias criam vida. Descubra agora