Shark Tank (Concluída)

Capítulo 29 - Natal

Ah, o Natal...

Uma época maravilhosa, não é mesmo?

Karla Camila Cabello Duarte

— Agora escuta a mamãe, filho.

Estava colocando a coleirinha no meu bebê que tinha acabado de chegar do Pet Shop, todo cheiroso e limpinho. Ele pulou em mim assim que a doutora Vera o soltou da cadeirinha no banco traseiro do carro e abriu a porta. Segundo ela, estava com saudades desde que deixou nossa casa.

O acessório que comprei para Money de Natal era da cor vermelha e tinha um bonito lacinho. Era detalhado com flocos de neve, acrescentando-lhe um charme ainda maior, onde precisei colocar as duas mãos na boca, além de bater uma foto no celular assim que o vi com a coleira e a língua para fora, verdadeiramente emocionada ao constatar que ele estava muito fofo e que este seria o nosso primeiro Natal em família, juntos. O primeiro de muitos.

Ajeitei a coleira em Money após ele se sacudir, deixando um cheiro e um beijo no topo de sua cabeça.

— Money, senta. Senta bonitinho para ganhar biscoito e escuta a mamãe. — lhe mostrei o chão com o dedo indicador, além do meu rosto nada amigável, dado que agora era hora de conversar seriamente com meu bebê. Feito o bom garoto que era, Money me obedeceu sentando no piso, onde parou quietinho e atento, me olhando com seus lindos olhos caramelos grandões. — Quando a mamãe Lauren chegar, filho, você precisa se fazer de doente. Se jogar e rastejar no chão. Você precisa chorar, está me ouvindo? — ele estava com a língua para fora e sorrindo, talvez a espera do agrado sabor carne que eu lhe prometi. Mas não dei trelas. Continuei lhe orientando feito a boa mãe que era: — Quando ela passar por aquela porta, bebê, você vai chorar feito um cãozinho doente.

Nos Natais anteriores, eu faturei milhões de dólares com as empresas que a minha holding administrava. A data é perfeita para a economia no geral, porque as pessoas compram, compram sem parar . É presente para vizinho, parente distante, para o amigo secreto, tudo! Então, sim. Pelo menos nos Natais anteriores, eu era a pessoa quem lucrava com ele.

— Você não quer ir para Jaçanã, meu bebê. Eu sei que não quer. A mamãe também não quer ir... — olhei para a porta encostada do nosso quarto, checando se a barra estava realmente "limpa" enquanto orientava em segredo Money sobre o que ele deveria fazer. Estávamos na nossa casa em Jabaquara e Lauren tinha ido ao supermercado. — Ninguém quer passar o Natal lá. Ninguém em sã consciência, não é mesmo, querido? — Money latiu em concordância. Sempre adorei o quão parecido ele era comigo. Por isso, acariciei sua pelagem cheirosa e macia numa tentativa de lhe acalmar, de lhe falar que estava "tudo bem" e que se dependesse de mim, meu filho jamais pisaria as quatro patinhas dele naquele lugar. — Por isso, precisamos nos unir nessa casa, Money. Dois é maior que um. 'Tá na hora da gente colocar ordem nessa casa. — novamente latiu, me dando um beijo lambido na cara logo após. — Não, não, sem beijos e felicidades aqui. — cerrei meu maxilar, limpando meu rosto com a palma da mão. Ele ainda estava sorrindo com a língua para fora. — Ela já está chegando e precisamos recepcioná-la em um clima hostil, um clima em que você estará dodói e eu precisarei ficar aqui, cuidando de você, entendido?

Tínhamos deixado o Caribe com três dias de antecipação dado a reserva. Saímos de lá pela manhã do dia 22, para chegar em casa, em Jabaquara, à tarde do dia 23.

Hoje era dia 24 de dezembro de 2023, véspera de Natal. Pela primeira vez desde muito tempo, quando eu tinha oito anos especificamente, eu me reuniria novamente em família. Meus planos iniciais? Passar o feriado no Leblon com Money, Lauren, minha sogra, Dinah e Keana com sua família.

"Cheguei, amor!"

— Ai, minha nossa senhora! Rápido, filho! Deita no chão, vamos! — minha movimentação afoita fizera Money se ouriçar ainda mais, onde achou que eu estava querendo brincar com ele e pulou na nossa cama. Costumávamos brincar que o chão era larva, mas não dessa vez, não naquele momento!