Laços cor de rosa

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Remus Lupin P.O.V

   Eu não sei o que fazer. Dorcas sempre fala de amor comigo, sobre como Marlene é como o fogo que a mantém e viva e como seus cabelos loiros são o sol de sua vida, mas eu nunca imaginei que o amor, o sentimento de se apaixonar pudesse parecer tanto com a curiosidade. Tem quatro meses que Sirius trombou comigo no sebo e minha vida passou a ser muito menos monótona.

   Ele sempre surpreende as pessoas com laços cor de rosa e jaquetas de couro, e ao mesmo tempo que parece que eu sei tanto sobre ele só de nos vermos todo dia e falarmos coisas banais um com o outro, eu não sei nada sobre ele. Não sei bem o que seus pais fizeram, mas sei que ele vive com os Potter agora.

   Mas cá estou eu, acenando para ele se aproximar enquanto ele conversa com suas novas amigas do outro lado do pátio. Lily, Marlene e Mary olham para mim e começam a rir junto com Sirius, o que me deixaum pouco confuso,mas apenas ignoro.

- Como foram suas aulas até agora, Lady Stardust?

- Remus John Lupin! Você acabou de fazer uma refrência a David Bowie?

- Bem o quê posso fazer? Meu gosto musical é extamente como meu gosto para roupas.

   Ele sorri e quando suas covinhas aparecem sinto como se tivesse ganhado um prêmio, o melhor prêmio do mundo. Sua franja cai sobre um de seus olhos então me aproximo e a coloco atrás de sua orelha.

- Remus, você escuta Taylor Swift? Esses dias estou viciado em um de seus albúms, se chama Reputation. Eu fui no show dela em junho escondido com minha prima.

- Na verdade não, eu não escuto tanta música quanto você. Mas tenho certeza de que é ótimo.

Assim que digo isso percebo que hoje é sexta, o único dia em que Sirius não vai embora com seus irmãos, ele gosta de passear pela cidade. Nunca perguntei o que ele faz em seus passeios, ele nunca disse nada sobre.

- Quer ir almoçar lá em casa? Tenho certeza de que minha mãe não se importa.

- Claro! Mas só se ela realmente não se importar.

O seu ânimo com o convite me deixa mais empolgado do que deveria, então apenas sorrio enquanto ele acena para suas amigas e nós vamos andando até o sebo. Eu acho que o que mais admiro sobre o Sirius é a maneira como ele encanta a todos sem nem mesmo perceber, meninos e meninas admirando o jeito que ele leva a vida, sempre tão simples.

Assim que minha mãe nos vê percebo que ficou animada de ver que trouxe um amigo comigo, já faz um tempo que isso que isso não acontece. Sirius olha para mim e sorri então se vira para minha mãe novamente.

- Qual é o seu nome, senhora?

- Hope, querido. Por favor não me chame de senhora, ou os fios brancos de meus cabelos irão se tornar mais chamativos ainda.

- Sirius, vamos sentar em meu quarto depois do almoço o que acha?

- Claro, Moony.

Moony. Eu nunca ouvi um apelido que soasse tão bem aos meus ouvidos quanto esse, é quase como se tivesse sido feito para mim. Na verdade, ele foi. Olho para o Sirius, mas acho que ele percebeu que havia algo de diferente dessa vez. Então nós vamos almoçar e meu apelido sendo dito pela voz suave de Sirius ainda ressoa em minha mente enquanto como silenciosamente.
   Assim que subimos para meu quarto, Sirius começa a analisar tudo. Desde as cores das paredes até o modo que eu organizo meus livros nas prateleiras.
  - E aí? Gostou da minha decoração?
  - Na verdade eu amei, Moony. Parece que veio direto de um livro, coisa que não me surpreenderia considerando o vício que você compartilha com meu irmão. Mas porra né Remus, não precisava humilhar com a organização. Sinto que vivo em um chiqueiro depois de ver isso.
- Provavelmente porque você deve viver, mas nunca vi seu quarto para saber então melhor eu ficar calado. 

   Então ele sorri, e por um momento sei que sou capaz de amá-lo e posso fazer com que ele me ame. Desta maneira eu puxo a cadeira da minha escrivaninha para ele se sentar e me sento na cama enquanto ele arruma os materiais dele e se senta.

- Remus, não acredito que vamos realmente estudar. Achei que fossemos bater papo ao algo assim.

 - Se é o que você deseja. Vamos jogar 20 perguntas, você começa.

  - Qual é o seu livro preferido?

   - Meu Deus, Sirius. É mais fácil eu saber a data e a hora da minha morte, mas provavelmente "uma vida pequena". Eu sei que é clichê, mas esse livro destruiu meu coração do melhor jeito possível. Eu queria abraçar e estender a mão para os personagens e quase perdi a fé no mundo, mas vale a experiência. - Então eu prossigo o jogo antes que ele tente fazer mais perguntas - Minha vez. O que você faz nos seus passeios de sexta feira?

   Sirius demora um pouco para responder, como se estivesse pensando se deveria ou não me contar. Então eu observo o momento em que sua discussão interna acaba e ele decide me contar

- Eu conheço pessoas, algumas boas e outras decepcionantes. Eu também visito alguns restaurantes, dois seguranças me consideraram maior de idade e me deixaram entrar no bar, mas eu não bebi. Eu conheci um cara lá, o bobão estava apaixonado e não tinha coragem de assumir para quem ele amava. Não sei como, acabamos ficando, mas ele me mandou mensagem dizendo que finalmente está junto com o tal Evan e estou feliz por ele.

- Por acaso o nome do idiota é Bartolomeu Crouch Junior? - Digo antes que possa me controlar e simplesmente seguir o jogo – Ele estuda na minha sala e é um dos maiores galinhas que já conheci, como você deixou esse idiota te beijar?

- Calma aí Lupin, não foi nada demais. Já faz um tempo e eu nem sequer sentia nada por ele, não precisa ficar com ciúmes.

  E então antes que eu possa protestar ele olha nos meus olhos e eu esqueço qualquer coisa que eu poderia dizer. Ele se levanta da cadeira e senta do meu lado na cama sem quebrar o contato visual e pela primeira vez na vida, eu me solto. Eu levo minha mão direita até seu maxilar enquanto a direita segura seu braço e acabo com qualquer distância que existia entre nós. 

   Seus lábios tem gosto de cereja e eu aprofundo o beijo até que esse seja o único gosto existente em minha boca, só eu e ele e seus lábios deliciosos. Sinto seus braços ao redor do meu pescoço e coloco suas pernas entorno da minha cintura enquanto aproximo seu quadril até que ele esteja sentado em meu colo.

   Ele interrompe o beijo e me olha com os lábios entre abertos.

 - O que isso significa? - Sua voz saí tão baixa quanto um sussuro.

 - Eu não sei, Six. 

  Então ele agarra meu rosto e eu seguro seu cabelo entre meus dedos e nos beijamos como duas pessoas que não sabem quando isso vai acontecer novamente.

Deixe a luz entrar || WolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora