Sob cuidados.

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Pov: Mateus.

Assim que saio do quarto vejo Felipe saindo do seu. Faço um sinal com a cabeça e ele se aproxima de mim e de Alice.

—Está de saída, primo? - perguntou.

—Sim, Daniel já está lá embaixo me esperando. - ficamos os três em silêncio, ajeitei meu chapéu e continuei - Olha, primo, preciso que cuide da S/n enquanto estou fora. Ela está com febre, e eu não posso levá-la na viagem como tinha planejado. - Felipe assentiu com a cabeça, seus olhos desencontram dos meus, pareceu percorrer todos os detalhes das paredes só para não encontrar os meus. Aquilo me deixou tenso.

—Eu sei que ela vai ficar bem, que vocês vão ficar bem. Me ligue se ela piorar...se melhorar também. - falei.

—Vai com cuidado na viagem. - falou me dando um leve tapinha nas costas.

E assim fiz, fui em direção a saída, me despedir de Alice e me encontrei com Daniel. Enquanto me afastava da casa, me senti inquieto. Felipe está como responsável pelo bem-estar dela, e isso estava mexendo com meus sentimentos, esses que eu não queria admitir. Eu mesmo falei pra ela que ela não deveria se apaixonar por mim. E eu não me apaixonaria por ela. Mas porque só o fato de eu não estar perto...me provoca...ciúme?

Pov: Felipe.

Ainda parado em frente ao quarto do primo, nunca tinha cuidado de alguém doente. Normalmente essa tarefa era de Alice, mas como bem sabia era o dia da ruiva ir pra casa. E no fundo a ideia de estar quase a sós com S/n me deixava um pouco feliz. Girei a maçaneta com cautela, adentrando o quarto onde a namorada do meu primo repousava. Ouço apenas a respiração suave dela. Tenho vontade de tocar seu rosto. Esticou meu braço em sua direção.

—Bom dia, Felipe. - ela resmunga

—Você estava fingindo que estava dormindo?

—não, mesmo - virou se para outro lado - o que faz aqui?

—Mateus pediu que eu cuidasse de ti.

—e quem disse que eu preciso que cuidem de mim? - eu a ignorei, levantei seu braço e coloquei o termômetro debaixo do seu braço.

—mesma coisa...você já tomou banho hoje?

—Estou fedendo? - ela cheirou uma das axilas. Não pude deixar de rir.

—Não. É por conta da sua temperatura. Vai levanta logo! e depois de um banho você vai se sentir melhor, vou te trazer uma sopa e você vai melhorar rap...

—Eu não me sinto bem pra comer, realmente estou me sentindo mal, se você puder me deixar sozinha eu agradeço.

...

Pov: S/n

Felipe fez questão de fazer uma sopa, lembrou o horário do remédio certinho, ele jura que foi sem despertador, conversou comigo um pouco e conseguiu me fazer ir tomar banho.

—E ai, de 0 a 10 o quanto se sente melhor? - perguntou mexendo no seu celular.

—honestamente, 1 - ele balançou a cabeça como se me reprovasse. - Obrigada, como eu já disse, não precisava se incomodar e muito menos ficar fazendo sala pra mim.

—Não estou fazendo sala. Estou deixando você apreciar minha companhia, agora coma. - apontou para o prato de sopa que ele pôs em cima da mesa de cabeceira.

Eu me sentei na ponta da mesa e a sensação de tontura me envolveu.

—Ei...- minha visão ficou escura, escutei Felipe perguntar o que foi agora, S/n? e não conseguir responder.

Minha estadia na fazenda. - ENTRE LAÇOS E AMASSOSOnde histórias criam vida. Descubra agora