Heart of Glass (adaptação)

Capítulo 7

SEOKJIN

Cerca de uma semana atrás, quando estava fazendo meu trabalho tranquilamente, Taehyung apareceu um tanto aborrecido pedindo um Martini. Eu acabei seu pedido e servi a bebida, quando estava para me afastar, ele me olhou atentamente e chamou-me para uma conversa privada nos fundos. Temeroso com a ideia de ser demitido, segui seus passos de forma preocupada. Todavia, o teor da conversa não envolvia em nada o meu emprego.

- Jin, sabe que pode me contar qualquer coisa, não é? assenti, mesmo confuso com o rumo da conversa. Então poderia me dizer o que significa isso no seu rosto? antes que pudesse lhe dar uma desculpa, ele continuou. - Nem adianta me dizer que caiu ou que bateu em algum lugar, conheço as marcas de uma surra quando vejo. o ômega cruzou seus braços. Foi seu alfa quem lhe fez isso?

Existiam alguns fatores que me impediam de ir embora:

1. Por mais imprestável que seja, Hyungsik é quem paga as contas da casa passando na minha cara, mas ele pega. Por causa dele, tenho condições de comprar certas coisas para meu filhote, que é minha prioridade.

2. Eu sou marcado e, mesmo que meu ômega tenha, de certa forma, rejeitado a marca, ainda sou dependente dela. Quando fui marcado houve certa rejeição, a ferida ainda aberta inflamou e demorou para cicatrizar. Hoje em dia compartilhamos um laço, mas ele é mínimo - sinto quando ele me trai por ser sensível, mas não compartilhamos sentimentos e sensações;

3. Tenho medo de perder meu filhote. A primeira vez que decidi ir embora ainda tinha meus dezessete anos e um bebê recém nascido nos braços. Hyungsik me ameaçou dizendo que, se eu passasse pela porta, ele tomaria meu bebê de mim e que nunca mais iria vê-lo. Apavorado com a ideia, desisti e fiquei.

- Não é nada, Tae, não precisa se preocupar. - lhe respondi.

- Isso não se faz! Ele te bate há muito tempo?

Como dizer a ele que apanho desde que Hyungsik colocou as mãos em mim? É vergonhoso para mim admitir esse tipo de coisa, principalmente para alguém como o senhor Taehyung, que é casado com um alfa de respeito. Tae é um ômega formado, educado e bem de vida, além de ter um alfa bom.

Já eu, que sequer terminou o ensino médio, engravidei novo demais e aquele era o melhor emprego que eu consegui. O pior, é claro, é ter aquele alfa escorando em minha vida. Não, eu nunca direi nada, não quero seus olhares de pena e palavras de conforto que vão me fazer pensar o quão miserável estou.

- Hyungsik não tem nada a ver com isso. respondi categórico.

- Tem certeza?

- Sim, senhor Kim.

- Tudo bem então. - Ele suspirou. - Vou resolver algumas coisas. ele disse por fim.

Então Kim Namjoon apareceu. Esse alfa me fazia sentir coisas barriga sempre que chegava perto, além de bagunçar meu coração.
Não sei o que é ou como descrever de forma clara, mas é bom de se sentir, embora eu saiba que seja perigoso. Namjoon pareceu realmente se importar com o roxo em meu rosto e aquela pequena demonstração me fez flutuar, porém caí em mim. Eu não posso me permitir sentir esse tipo de coisa, pois Hyungsik acabaria comigo.

Naquela semana aquele cretino me bateu mais três vezes e, apesar de ser ruim, foi apenas isso e nenhuma violência sexual. Posso lidar com seus tapas. Taemin estava adormecido em seu berço, serenamente quieto. Faltavam cerca de vinte minutos para meu horário e eu estava quase matando o tempo de tanto olhar para o relógio.

- Seokjin. - Não me atrevi a olhar para trás. - Eu não vou ficar de babá da porcaria do seu filho não.

Aquilo não era problema, afinal. Talvez a senhora Lee ficasse com ele, mas estou sem dinheiro... e se eu a pagar depois? Ela pode ser razoável, já que olha meu filhote faz alguns meses e mora aqui ao lado.