"Noite de Tragédia".

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Capítulo 1


Nova Iorque - 30 de junho de 1999 - 21:00

Uma noite coberta pelo frio incomum em uma época tão quente quanto junho, o vento forte que fazia os fios dos postes dançarem anunciavam uma forte tempestade a caminho. Contudo, a forte ventania não era capaz de invadir o extremo conforto do berçário em um hospital de Manhattan. Um hospital onde se testemunhava a alegria perante a chegada de muitos ao mundo.

Com seus pequenos dedos segurando firmemente os cobertores, seus olhos verdes como uma esmeralda levemente abertos observavam aquele novo mundo estranho sem ao menos proclamar um único som de sua boca.

O rosto frágil e sonolento da recém-nascida enfeitiçava todos os médicos e enfermeiras que ali passavam, principalmente o homem emocionado por finalmente conhecer sua filha. Acompanhado do médico que continuava a conversar com o homem.

Charles: - "....Ela é perfeita, estou tão feliz que ela tenha nascido bem e saudável; que susto que ela nos deu na sala de parto".

O Médico, observando o homem, voltou os seus olhos para o berçário e apenas confirmou com a cabeça.

Médico: - "Concordo, Sr. Pennington. Ela é realmente adorável, me pergunto o que aquela cabecinha está pensando. Ela não deu nenhum pio até agora.

Charles: - "Ela está tão calma, realmente eu não esperava por isso".

Médico: - "Ás vezes eles nos surpreendem desde o nascimento, alguns acreditam que esse já é um sinal de que serão muito prósperos no futuro".

O Médico disse sorrindo observando a garotinha e desfazendo seu sorriso por alguns segundos, demonstrando um olhar melancólico que Charles havia percebido.

Charles: - "Lamento muito por elas, Doutor". - Dizendo e fazendo o médico tentar se recompor.

Médico: - "Sua filha me lembra muito a minha, no momento em que eu a vi; e a última vez que eu a segurei, me desculpe por isso". - Disse respirando fortemente.

Charlie: - "Essas coisas são difíceis de se superar, eu imagino". - Evidentemente comovido com a história de vida daquele pobre médico.

Médico: - "Apesar de passar 2 anos, é como se essas memórias voltassem para nos assombrar; perder as pessoas que você mais ama e que te faziam companhia em um piscar de olhos. Não sou um homem preso ao passado, mas às vezes é o passado que retorna para atormentar minha mente".

O pai da criança permaneceu em silêncio, pois não sabia como motivar aquele médico de traços asiáticos assombrado pelos fantasmas de seu passado. Até que notou que o médico removia algo de seu bolso, um belo medalhão de prata com seu cordão vermelho, aparentemente antigo. Uma detalhada mansão asiática estava esculpida na frente daquele medalhão oval, e atrás havia esculpido um penhasco com uma bela árvore de glicínia, também com pequenas palavras asiáticas acima da mansão da qual Charles não compreendia.

Charles: - "Que lindo".

Médico: - "Esse medalhão era da minha falecida esposa, é uma herança de família passada de geração em geração; nós íamos dar para a nossa filha quando ela nascesse, esse medalhão simbolizava a continuidade da família, mas agora não passa de um simples objeto".

Charles: - "O que está escrito nele encima dessa casa?" - Perguntou curioso.

Médico: - "É o lema da família, que diz: "A grandeza prevalece sobre aqueles que têm nosso sangue", e tem mais de 400 anos". - O médico disse olhando para o medalhão com o olhar centrado.

As Tartarugas Ninja - "Laços e Honra"Onde histórias criam vida. Descubra agora