"Medo, Orgulho e Provação"

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Capítulo 18

A escuridão de seu inconsciente cobria sua visão mais uma vez depois de tanto tempo, Com Karai tendo os seus mais recentes sonhos consigo mesma ajoelhada após ser brutalmente agredida pela imagem distorcida da armadura de seu mestre, com toda a noite em tons escuros e trêmulos.

Aquela imagem imponente encarava a mulher asiática que sentia a esperança de seu mestre a ajudar a levantá-la, como sempre fazia. Contudo, a medida em que as mãos iam em direção ao capacete, aquela imagem imponente começara a diminuir de tamanho.

Ao remover o capacete de puro metal que intimidava qualquer um, revelou-se um belo rosto feminino ainda com seu rosto coberto por uma máscara de médico e seus cabelos soltos de uma maneira que não conseguia ser visto o quão curto ou longo era.

O terror se apoderou na expressão petrificada de Karai ao se dar conta que era a mulher misteriosa que se revelara usando a mesma armadura do Destruidor, mas nada seria tão intimidador quanto aqueles grandes esverdeados olhos vazios e sem nenhum sentimento esboçado; como se fosse os olhos do próprio Destruidor que a observavam com desprezo e nojo.

Karai naquele momento, demonstrava temor perante àquela mulher de baixa estatura da mesma forma que temia o seu mestre, nos seus primeiros dias em que convivera com o mesmo.

"Você é uma vergonha".

A mulher mascarada e aterrorizante falava, ao mesmo tempo em que possuía a duas vozes saindo de sua boca; uma da própria mulher e a outra do Destruidor. Ativando as lâminas magnéticas de seus braços, a mulher atacou ferozmente o coração de Karai antes da mesma abrir seus olhos e se encontrar em seu quarto, ainda ofegante e aterrorizada com aquela mulher.

Quando Karai finalmente se acalmou, olhou devagar para o seu quarto e notara que ainda estava sol apesar das cortinas fechadas, e que ela estava conectada a aparelhos ao lado de sua cama. E a mesma se espantou fortemente ao ver a porta se abrindo por conta do choque que seu sonho lhe causara, mas recompôs ao ver que era o Dr. Chaplin o indivíduo que invadira seu recanto pessoal.

Dr. Chaplin: - "Karai-- Digo, minha senhora; você acordou! Ficamos todos preocupados com a senhora a noite inteira!" - Disse caminhando até ela deveras preocupado com seu estado, por um lado, Karai sabia que em uma parte ele estava mentindo para não entregar que somente ele se importava com seu bem-estar; mesmo ela não se importando com isso.

Karai: - "Quieto, Chaplin.... Por quanto tempo eu estou aqui?" - Perguntou pondo a sua mão livre dos fios dos aparelhos em sua cabeça.

Dr. Chaplin: - "Não muitos dias, senhora. Você ficou inconsciente a noite inteira depois de ter enfrentado a Demônio Mariposa ontem".

Karai: - "Demônio Mariposa? É assim que passaram a chamar aquela coisa?!" - Perguntou com levando sua cabeça mais fundo ao travesseiro, inconformada com a própria conduta de seus subordinados.

Dr. Chaplin: - "Hun também passou a chamá-la assim, senhora. Ele teve sua mão decepada com um único golpe por ela, e fez muitos dos nossos homens morrerem ou serem internados e detidos pela polícia.... Ela sabia realmente onde cortar e posicionar uma lâmina".

Karai: - "Nem em sono profundo eu consegui me livrar da imagem daquela mulher.... Aqueles olhos vazios e sem vida.... Parecia que era a própria morte me encarando". - Disse assombrada pela imagem dos olhos esverdeados.

Dr. Chaplin: - "Mestra.... Se as tartarugas não tivessem falado nada, ela já teria te matado". - Disse fazendo Karai se levantar bruscamente e olhar para ele rapidamente, indignada.

Karai: - "Como disse?!" - Perguntou furiosa.

Dr. Chaplin: - "Ela estava prestes a te matar, enfiando o bastão elétrico de uma das tartarugas no seu pescoço. Eu parei na frente dela e implorei pra ela te poupar.... Mas no momento em que eu vi ela olhando pras tartarugas, como se perguntasse o que deveria fazer.... Eu sabia na hora que ela não ia te poupar se as tartarugas não tivessem pedido pra ela não te matar".

Karai: - "Você quer dizer que a minha vida foi salva por aqueles mutantes nojentos?!" - Perguntou apertando os cobertores com sua mais ardente raiva em seu ranger de dentes.

Dr. Chaplin: - "Eu sabia que não conseguiria enfrentá-la sozinha, então eu--"

Karai: - "E você... Implorou?! Me diga que não se ajoelhou pra aquela mulher que humilhou a mim e o Clã do Pé". - Disse interrompendo o doutor com um olhar de loucura, mas só teve o silêncio do doutor como resposta.

Karai: - "Quem é essa maldita mulher afinal?! Se apresentou como um tipo de guardiã daquelas tartarugas e lutava como um demônio! Aqueles golpes eram algo que eu nunca havia visto". - Disse cada vez mais furiosa.

Dr. Chaplin: - "O que pretende fazer, mestra Karai?" - Perguntou com medo de irritá-la ainda mais.

Karai: - "Quanto de soro roxo do Krang sobrou?" - Perguntou conseguindo controlar sua raiva enquanto massageava sua cabeça dolorida.

Dr. Chaplin: - "Pouco, senhora. Mas os recursos que conseguimos do laboratório central de ontem vão ser suficientes pra reproduzir mais da fórmula multiplicadora".

Karai: - "E a mulher? Descubram quem ela é, onde mora, e quem são seus contatos. Eu a quero viva aqui e agora!" - Disse com sua raiva se transformando em estresse. Fazendo o doutor sorrir.

Dr. Chaplin: - "Me alegro em não ser unicamente o portador de más notícias á senhora, mestra. Mas veja, durante a luta de vocês duas ela arrancou seu capacete da sua cabeça". - Disse pegando seu tablet.

Karai: - "Sim, e daí?"

Dr. Chaplin: - "Com suas mãos descobertas".

O doutor disse ajeitando seu óculos e com um sorriso em seu rosto, e ao entregar o tablet para Karai, a mesma teve o vislumbre da foto de Artemísia Mirelle Pennington; uniformizada e com ainda com a gargantilha e o colar vermelho em seu pescoço. Com seu nome completo, de seus pais e irmão em seus dados da sua antiga escola do Ensino Médio em sua antiga cidade.

Os nervos de Karai novamente se alteraram ao ver que era uma jovem de 19 anos que a derrotou em uma batalha mortal, mas sua atenção fora chamada por Dr Chaplin.

Dr. Chaplin: - "Ela não estava pronta pra uma briga, se não teria vindo com uma armadura e não com roupas normais. Uma garota tímida, porém exemplar, talentosa e com um grande futuro; como foi relatada pelos seus professores..... Agora nós podemos matar todos como exemplo e--"

Karai: - "Não". - Disse olhando fixada para a foto, surpreendendo o doutor.

Dr. Chaplin: - "Senhora?!"

Karai: - "Ainda não está claro o motivo de proteger aqueles mutantes.... Esse símbolo, eu já o vi marcado nas próprias tartarugas antes, mas por que essa garota o possui e só apareceu agora?.... Eu quero respostas.... Antes de torturá-la e mandar as entranhas dela pra aquelas tartarugas, eles vão ver que é isso o que acontece com quem desafia o Clã do Pé! Ela tem um irmãozinho de treze anos, não é? Pegue esse pirralho e traga ele aqui.... Ela ainda é jovem e vai se desesperar fácil, e vai ser a nova espécime perfeita".

Karai disse olhando diretamente nos olhos do doutor, que percebera que sua mestra não descansaria até encontrar Artemísia M. Pennington e fazer com que ela pague pela sofra a mais ardente punição por ter humilhado a sucessora do Destruidor.




As Tartarugas Ninja - "Laços e Honra"Onde histórias criam vida. Descubra agora