RICHIE
Chego na frente da empresa e respiro fundo.
Deus, eu odeio esse emprego!
Eu sou formado em administração - outra coisa que não gosto muito - e trabalho na empresa da família, isso é porquê eu sou quase uma marionete do meu pai. Me sinto bem mal com isso, até porquê ele é meu pai, né, mas eu odeio Tyler Simmons!
Enfim, entro e subo pro meu andar, entrando na minha sala.
— Richie! — meu pai fala alto entrando na sala e eu viro os olhos. — Que merda é essa?!
Ele joga uma folha na minha mesa.
— O meu relatório.
— Que ficou uma droga! — ele praticamente grita.
— Não precisa falar assim comigo, pai! Eu refaço, pronto.
— Você é meio sensível demais.
Respiro fundo.
— Sabe, você tem razão. Eu só deveria cagar e andar pra você.
— Garoto, me respeita!
— E você me respeita? Não, eu nem devia perguntar isso. Eu deveria só aceitar que nunca vou receber carinho de você.
— Richie, homem só recebe carinho de mulher. Nem pode receber muito carinho de mãe, pra não acabar virando viado, tem que ser carinho de mulher mesmo.
— Isso não faz eu me sentir melhor.
— Arruma uma mulher que passa.
Ele sai.
— Que saco! Eu não gosto de mulher, que inferno.
Levanto e vou pegar um café.
— Oi, Richie. — diz tio Alistair.
— Oi, tio!
Adoro o tio Alistair, ele sempre me tratou com carinho e sempre me incluiu no que fazia com o Jake.
— Tá bem?
— Ah, sim. Só o meu pai daquele jeito.
— Ih, não liga pro meu irmão, não. Você é quase meu filho mesmo. — ele ri.
— É. — rio junto.
Pego o café e volto pra minha sala.
— É, bora refazer esse relatório.
Eu adoraria ser filho do tio Alistar, ele criou o Jake muito melhor do que meu pai me criou, e o problema seria exatamente ele. Se eu fosse irmão do Jake, não teríamos tido uma história de amor como a que tivemos, ele é a única coisa que me deixa feliz.
Bom, ele era... Aquele vizinho dele acabou com tudo e tirou ele de mim.
[...]
Chego em casa no final da tarde e vejo minha mãe sentada no meu sofá.
— Oi, mãe.
— Oi, amor.
Abraço ela, coisa que eu só posso fazer agora, antes de sair de casa meu pai não deixava minha mãe me dar muito carinho com medo que eu "virasse viado".
— Mamãe, você parece triste.
— É, dá pra reparar? Realmente não tô nada feliz, meu filho.
— Por quê?
— Seu pai.
— O mesmo motivo que me faz triste sempre. — digo e me viro, pego um uísque e bebo um gole.
— Ele não pega leve com você, né?
Balanço a cabeça em negação.
— Acho que comigo também não. Ele tá tendo um caso com uma ninfeta mais nova que você!
Olho pra ela surpreso.
— Como é?!
Sento no sofá e me mexo incomodado.
— Meu Deus, como meu pai consegue? Ele nunca foi um bom marido, mãe.
— Não, também não é...
Interrompo ela.
— Mãe, eu sei que você ama o meu pai. Mas, olha, não tem como negar isso! O pai é um idiota e trata nós dois como lixo.
— É verdade. — ela diz com a voz embargada. — Desde que casei com seu pai, eu me humilho pra ser amada por ele e nunca me sinto realizada. A única coisa que vale a pena é você, Richie.
— É muito importante pra mim ouvir isso, mãe.
— Sabe o que eu deveria ter feito? Ter arrumado outro homem pra ser um bom pai pra você e um bom marido pra mim.
— Seria bom ter um pai carinhoso.
Lágrimas descem pelo meu rosto e eu fungo.
— Filho... — minha mãe diz já chorando. — Me perdoa? Me desculpa por ter sido tão omissa.
Abraço ela.
— Eu amo você, mãe.
— Também te amo, meu filho. Não acredito que passei mais tempo da minha vida com o seu pai do que sem ele. E você, conviveu a vida inteira com ele.
— Bom, já passou. Acho que você precisa se separar dele.
— É, já chega disso. — ela diz pegando nas minhas mãos.
Beijo a testa dela.
— Eu vou dar uma lição no papai. Vou fazer essa garota sumir da vida dele.
— Vê lá o que vai fazer, hein.
— Não se preocupa. Eu só quero fazer o papai se sentir lesado, como fez você se sentir a vida toda.
— Bom, eu vou embora.
— Tá bom.
Ela me beija e levanta, então eu a levo até a porta.
— Te amo. — ela diz.
— Te amo.
Fecho a porta e encosto as costas nela, então começo a chorar e desço até sentar no chão.
— Como é que ele pode ser assim? Se eu ao menos tivesse o Jake... Que ódio.
Seco minhas lágrimas e levanto.
— Meu pai vai ver uma coisa.
Continua...
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Derrota e Vitória (Romance Gay)
RomanceAlistair foi derrotado e precisou viver preso no armário, o acompanhe até sua vitória.