#39: Saída do divórcio

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Segunda, 08:30

ALISTAIR

Estou saindo do fórum com a Olivia, acabamos de assinar os papéis do divórcio. O processo foi bem rápido, visto que eu e a Olivia estamos de total acordo.

— Você vai ficar bem? — pergunto pra ela.

— Vou.

Dou um sorriso mínimo.

— Alistair, eu desejo que você seja feliz, e que você encontre paz interior depois de tudo isso que te aconteceu durante esses anos.

— Te desejo o mesmo, Olivia. Você é importante pra mim do mesmo jeito.

— Você também.

Pego nas mãos dela.

— Tchau. — digo.

— Tchau.

Ela se afasta, então eu respiro fundo e vou até o meu carro. Mando uma mensagem pro Taylor pedindo pra ele ligar pra Olivia e consolar ela, então vou pra empresa.

Eu tô um pouco triste de me separar da Olivia, mas agora eu tô livre, mesmo que com ela eu nunca tenha me sentindo exatamente preso.

Enfim, entro na minha sala e sento com os cotovelos apoiados na mesa.

— Alistair?

É o Lachlan, nosso CFO de 35 anos, ele é um homem muito bonito, branco, tem cabelo claro, olhos azuis, é malhado e alto. Desde que ele entrou na empresa nós trocamos olhares e conversamos bastante, mas eu nunca traí a Olivia, não faria ela fazer papel de boba, não sou o Tyler.

— Lachlan, oi. Precisa de alguma coisa?

— Eu, hã... Não Exatamente. Queria saber se você precisa, seu divórcio saiu hoje, né.

Sorrio.

— Entra, Lachlan, senta aí.

Ele entra e senta na beirada da minha mesa.

— Bem, como você pode ver eu tô bem desanimado.

Ele assente.

— Mesmo que eu seja gay, fiquei triste de me separar da Olivia, ela foi importante na minha vida.

— É normal, um ciclo na sua vida acabou de terminar. Mas você tem o seu filho, sei que você o ama muito, e vice-versa.

— É, o Taylor é o meu tesouro, sabe? Ele tá muito feliz com o namorado, e eu fico feliz por ele em qualquer circunstância.

Ele assente.

— Desculpa, você não queria saber disso.

— Não, imagina. Eu quero te ouvir, o que você tiver pra falar, bom ou ruim, eu quero que você possa compartilhar comigo.

— Obrigado, Lachlan. Mas aqui não é um bom lugar, que tal você ir na minha casa hoje?

— Eu ia adorar ter privacidade com você. — ele diz.

— Ótimo, então.

— Bom, vou voltar pro trabalho. — ele diz. — Fica bem.

Ele põe a mão na minha coxa e sai, foi um toque bom.

— Com licença, Sr. Simmons. — diz minha secretária, Grace.

— Sim, Grace.

— Uma moça te deixou esse envelope. — ela diz me entregando.

— Obrigado...

Ela sai e eu abro o envelope, são várias fotos do Jonah, e tem também um bilhete. "Achei que você gostaria de umas fotos do meu irmão. — Molly."

— Que fofa.

Olho as fotos e logo acho que eu mais gosto, uma onde ele está sorrindo de forma serena e com o seu cabelinho de anjo caindo sobre sua testa.

— Que pena que as fotos da gente juntos não existem mais.

[...]

Final da tarde

Estou no cemitério, vim olhar a lápide do Jonah.

— Que dia bonito, não? — digo sentando no chão na frente da lápide.

Pode parecer loucura, mas eu fico imaginando ele me respondendo, chego até a escutar a voz dele. Tudo dele está gravado na minha cabeça, não, no meu coração.

— Queria tanto que você estivesse vivo agora, pra gente ficar juntos. Sua irmã já deve ter vindo te ver, mas eu quero te dizer que ela teria te aceitado.

Olho pra foto dele na lápide, é a mesma que eu disse ser a que eu mais gosto.

— Como você estaria agora com 47? Aposto que um puta de um coroa gostoso, e grisalho...

Dou uma risada nasalada.

— Seria muito bom, por motivos óbvios.

Fico ali por um tempo, então vou embora me sentindo melhor do que eu me sentia há muito tempo. Enfim uma coisa mudou nesses 25 anos, não é mesmo?

Continua...

Derrota e Vitória (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora