A Exposição

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A paz voltou àquele pedaço de chão.  Os dois tinham aprendido o valor do diálogo e prometeram nunca mais ir dormir de costas voltadas.

O  casamento civil foi realizado apenas com a presença dos familiares e alguns, poucos amigos.

Depois de oficializarem o acto regressaram à fazenda onde os esperava um fabuloso repasto.

Estavam presentes todos os peões da fazenda e suas famílias.

Durante estes meses Juliette tentou fazer uma surpresa ao marido.

Rodolffo aproveitava alguns momentos livres para pintar.  A sala da tapera estava repleta de quadros assim como na casa principal também havia muitos.

Juliette pensou no desperdício que eram tantos quadros ali encostados.

Negociou com a galeria  da cidade e marcaram uma exposição.

Ficou decidido que o lucro da exposição revertiria para uma ou duas instituições.  O objectivo era dar a conhecer o artista e não propriamente a receita.

Hoje Juliette foi com Rodolffo até ao atelier.

- Amor, destes quadros todos  quais são os que  nunca te desfazias.

- Porquê?

- Estou a preparar um cantinho muito lindo lá em casa.

- Este, este e este.  Aí Ju!  Não sei.  Não consigo escolher.  Eu gosto de todos mas não posso levá- los todos,

Por fim  conseguiram escolher uma meia dúzia que vai para casa.

Hoje era o dia em que ia acontecer a exposição.

Sem que Rodolffo percebesse conseguimos retirar todas as obras da tapera e mais algumas que estavam lá em casa e João levou para a cidade.

- Rodolffo,  esqueci de avisar mas hoje tenho consulta médica.   Preciso
de ir à cidade sem falta.

- A que horas?

- É para estar entre as 14/ 15 horas.

- Levamos o bébé?

- Sim e  os meus pais.  O meu pai também tem consulta de cardiologia.

- Então vamos tomar café e vestir uma roupa bonita.

- Terno?  Era assim que ela se referia a terno.
Porquê?

- No final do dia temos um evento.

- Ai Ju!  Podes deixar.  É tanto mistério.

Já durante o caminho, Juliette recebeu uma mensagem da Lena a dizer que estava tudo bem.

Chegámos ao local eram perto das
15 horas.  Rodolffo muito desconfiado ao ver a mãe e irmã na entrada que ele percebeu logo onde estavam.

No interior já havia muita gente.  Os quadros de Rodolffo estavam expostos nos mais diversos corredores e salas.

Ele não se cansava de olhar para as paredes e para Ju, com as lágrimas nos olhos.

- Amor, as pessoas precisam de conhecer o artista incrível que tu és.
E ainda vais ajudar duas instituições.   A exposição vai ficar aqui pelo menos por uma semana.

Depois de terminada a exposição decidimos ir jantar num restaurante
Top.
Hoje ficávamos a dormir todos na casa da Lena que por ser  geande, albergava todo o mundo.

Os avós ficaram com o Raffael e eu fui curtir um forrózinho com a  minha morena.

Entrámos na balada e a artista principal cantava:

" Morena, me convidou para dançar um shote .........
.....

E foi nos braços dessa morena
que eu forrozeei até o dia  clarear"

Foi muito bom  e era já madrugada quando regressámos a casa.

Escusado será dizer que a exposição foi um sucesso.   As instituições ficaram agradecidas e nós também.

Rodolffo continuou a pintar a par da gestão da fazenda e hoje, um ano e meio depois já preparava nova exposição.

Juliette vivia entre as flores e os animais.  Não deixou de vez a veterinária mas eram as estufas que ocupavam grande parte do dia.

Na vida de casal tudo corria bem.  Com o Raffael mais autónomo eles tinham mais liberdade para umas escapadinhas.   A avó ajudava bastante.

Juliette tinha parado o anticoncepcional.  Dizia ela que estava na hora de vir a Valenttina.

Hoje o almoço era em família e estava no fim.

- Ju!  Tenho uma coisa para te mostrar na tapera.

- Só se for agora.  O último a chegar
vai ao castigo.

FIM

Tapera caídaOnde histórias criam vida. Descubra agora