A filha rejeitada. A escolhida pelo destino para escrever seu nome na história.
Tudo o que Siggy conhecia era o abandono. O sentimento de ver o amor que tanto necessitava ser arrancado dela pela rejeição tornava a vida da filha de Bjorn Ironside um...
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O punho de Bjorn bateu tão forte na mesa, que fez o que ainda havia sobrado da comida sobre ela, voar pelos ares. Algumas gotas da sopa foram parar direto no rosto vermelho e enfurecido dele, mas ele não se importou em limpar.
— Vocês estão loucos, porra? — Ele rugiu como um urso selvagem.
Bjorn era uma figura imponente que exalava autoridade e liderança naturalmente. Talvez fossem os ombros largos, os braços fortes ou a altura impressionante... Ele não sabia ao certo, mas uma coisa que era muito certa, era que Bjorn Ironside nasceu para ser um líder. E era algo que ele passou anos entre invasões e batalhas aprimorando. Ele não era cruel, mas sabia encarnar uma faceta digna de medo quando era necessário. E pra ele, naquele momento, não se importava em parecer uma besta pronta para atacar.
Era o irmão mais velho ali. Era o responsável por aquelas e pelas outras centenas de vidas que escolheram seguí-lo até ali. Ele decidiu apostar naquela invasão e não seria o culpado pelas vidas que muito em breve poderiam encontrar seus fins quando o Destino decidisse. Não queria o peso de mais uma vida pagando por sua negligência. Não outra vez.
— O louco aqui parece você. — Acusa Ubbe, as mãos tensas ainda grudadas no machado em sua cintura. — Você também concordou com essa reunião, esqueceu disso?
— Isso foi antes.
— Antes de Siggy? — Ivar pergunta, a voz aveludada como a de um demônio traiçoeiro.
— Ela não é a Siggy! — Bjorn exala furiosamente apertando os punhos com força para se conter.
Ivar exibe um sorriso de canto e vasculha a mesa até achar um pedaço de pão ainda intacto. Ele morde e mastiga focado em Bjorn. Julgando-o, Bjorn percebe.
— Pensei que fosse mais esperto, irmão.
— E pensei que você fosse menos ingênuo, Ivar. — Rebate Bjorn cruzando os braços — Nunca pensei que fosse tão fácil te enganar.
Uma risada baixa e grave sooa de Ivar e sua cabeça pende para o lado. Ele estava de alguma forma se divertindo com a situação e isso fez a raiva nas veias de Bjorn pulsar com mais força. Conter a ira não era uma das qualidades de Bjorn Ironside.
— Acredite, ninguém me engana. — Ivar termina o último pedaço do pão e se inclina sobre a mesa juntando as mãos. Os olhos azuis brilhando como fogo azul nas orbes frias — Sou eu quem engana.
Bjorn não se moveu por um instante, tentando entender se o irmão mais novo realmente falava sério. Ivar e Bjorn travaram uma batalha silenciosa durante alguns segundos, até que com uma risada nada confiável, Ivar desviou os olhos.
— Estou brincando. Não precisa ficar tão sério.
Mas Bjorn estava rígido como uma das pilastras que sustentavam a tenda. Perto de Ivar era bom manter a atenção, ele e os irmãos mais novos aprenderam cedo que o caçula de Ragnar era tão imprevisível quanto um temporal.