Eu respirei fundo, acompanhando Samuel em direção as escadas entre os convidados de Aresco.
Um frio percorreu a minha coluna, enquanto eu pensava nas inúmeras possibilidades de isso dar errado. Nós subimos as escadas, e no andar de cima eu olhei para Samuel, que parecia um pouco tenso.
O garoto tinha apenas dezoito e já havia se enfiado em mais confusão que eu poderia contar. Ele seria um sortudo se não acabasse na prisão antes de chegar aos vinte e um.
Eu olhei para ele.
— Você já esteve aqui antes? — perguntei.
Samuel passou a mão pelo cabelo, parecendo desconfortável.
— Jogamos pôquer no escritório dele uma vez. Mas.... Não conte isso ao Leo ou ao seu pai.... Ou ao meu.
— Tudo bem, eu já escondi algumas merdas que você fez antes, não é? Mas se meu pai descobrir, eu vou fingir que não sei de nada. — Avisei, passando direto por Sammy — Agora me mostre onde é o escritório do Adriano.
Eu não iria acabar mal diante dos olhos do meu pai apenas porque Samuel não conseguia se controlar. Se em algum momento Leo e eu acabássemos em problemas por causa dele, eu jogaria unicamente o nome de Sammy no ventilador.
Meu pai podia ser muito paciente quando queria, no entanto, tirar ele do sério não era uma decisão sábia.
Samuel apontou para o final do corredor, indicando uma porta entreaberta. Eu caminhei naquela direção, sentindo a tensão no ar à medida que nos aproximávamos.
Adentramos a sala vazia. O lugar estava iluminado com a luz fraca de um abajur amarelado e cheirava a charuto.
Ao entrar na sala, senti um arrepio percorrer minha espinha. A atmosfera estava carregada, e os indícios de luxo contrastavam com a tensão no ar. Observando ao redor, percebi que o escritório de Adriano Aresco era um reflexo do homem: imponente e intimidador.
Samuel fechou a porta atrás de nós, e eu caminhei em direção à escrivaninha onde estava o laptop que poderia nos dar acesso ao sistema de segurança, tirando o meu próprio laptop da minha bolsa. Enquanto eu começava a trabalhar, Samuel parecia inquieto, olhando para todos os lados.
O computador de Aresco estava ligado e aberto, sem bloqueio o que facilitou o processo. Eu sorri, agradecendo mentalmente.
— Você deveria vigiar a porta. — Avisei — Isso aqui pode ser demorado.
Samuel assentiu e foi ficar de guarda junto à porta enquanto eu me concentrava no laptop.
O lado positivo disso era que eu não precisava fazer perder tempo fazendo o download do programa, era apenas ligar e hackear.
Eu busquei pelo programa qual ele usava para manter a segurança do apartamento, e por mais que ele tivesse sido cauteloso ao tirar da área de trabalho, ele não soube esconder direito.
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O Jogo Bianchi
Short StoryUm conto de natal narrado pelos 4 Bianchi mais velhos da próxima geração, passando alguns dias de aventura pelas ruas de Nova York