Eu andei de um lado para o outro na sala apartamento da Vittoria. O olhar de Bruno estava fixo em mim há vinte minutos, como se o cara não tivesse mais o que fazer.
Eu já estava tenso o suficiente pra saber se Leo e Ella conseguiriam resolver a minha situação.
— Você vai acabar fazendo um buraco nesse chão. — Resmungou Alexis, sentada em outro sofá, enquanto pintava as unhas das mãos de vermelho. — Se você não consegue confiar no seu primo, talvez ele não seja tão bom para ser um chefe da máfia.
Ela soltou um muxoxo de desgosto, sem tirar os olhos das unhas.
— Não podemos falar sobre isso agora, bella. — Acenei para o intruso na sala.
Alexis não entendia. Isso não era apenas sobre confiar no Leo. Era sobre a bagunça que eu causei e a encrenca em que todos nós estávamos. Se meu tio descobrisse que foi por minha causa que o Leo estava negociando territórios, ele iria me matar antes mesmo que os Arescos tivessem a chance.
— Talvez o intruso fosse mais capaz de resolver do que Leo. — Ela continuou insinuando.
Parecia que nada que meu primo fizesse, fosse de alguma forma agradar a Alexis. Ela já havia colocado na cabeça que ele era um incompetente e que ela não gostava dele.
— Vocês podem me dizer ou não o que está acontecendo, mas Theo vai saber que há um problema. — Bruno afirmou, encostando no sofá. Principalmente porque eu mandei que todos vocês ficassem dentro desse apartamento e ninguém quis me ouvir.
Talvez ele não tivesse amigos e tivesse sempre sozinho, porque não conseguisse ser leal a ninguém além do capo.
— Você acha mesmo que tem alguma autoridade? — perguntei, e Alexis soltou uma risada irônica.
— Você pode ao menos tentar se acalmar, Sammy. A ansiedade não vai mudar nada. — Vittoria apareceu na sala, carregando uma bandeja de aperitivos. — Relaxa, nós daremos um jeito nisso.
Ela colocou a bandeja sobre a mesa de centro e sentou-se ao lado do Bruno, oferecendo a ele alguma coisa pra comer.
Bruno pegou um queijo e o encarou com desconfiança, como se a comida pudesse ser envenenada. Suspirei e continuei meu trajeto pela sala, sentindo o peso do meu erro.
— Você precisa experimentar os meus biscoitos natalinos — Vittoria continuou oferecendo coisas ao intruso e um sorriso brilhante apareceu em seu rosto.
Eu parei por um momento e olhei para Vittoria, surpreso com a tranquilidade dela diante da situação tensa. Parecia que ela estava disposta a fazer amizade até mesmo com o diabo se isso ajudasse a acalmar as coisas.
— Você deveria aceitar, Bruno. A Vittoria é uma cozinheira incrível. — Alexis comentou, agora mais interessada na conversa.
Bruno pegou um biscoito, examinando-o antes de finalmente dar uma mordida. Vittoria observava atentamente sua reação, como se a qualidade dos seus biscoitos fosse determinar o desfecho da situação.
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O Jogo Bianchi
Short StoryUm conto de natal narrado pelos 4 Bianchi mais velhos da próxima geração, passando alguns dias de aventura pelas ruas de Nova York