Capítulo 3

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 Crystal Lake, 22 de dezembro,  8:30

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Crystal Lake, 22 de dezembro, 8:30

Alexander

A sala estava gelada, tenho certeza de que todas as janelas estavam fechadas, mas se tratando do inverno de Crystal Lake, talvez um dos aquecedores tenha congelado e pifado.

Estremeci e me encolhi, me aconchegando mais ao corpo quente de Magnus, que dormia tranquilamente, ignorando completamente a nevasca dentro da sala.

Não sabia dizer ao certo se ele estava acordado ou dormindo, estava sem coragem ainda de abrir os olhos e verificar, estou adiando o máximo que posso e aproveitando o momento com ele, porque honestamente não sei como vai ser quando levantarmos desse sofá e tudo que fizemos sem pensar, vier a tona.

Toco minha costela dolorida, que infelizmente não tem nada a ver com o delicioso sexo de ontem. Fui atingido quase a madrugada toda pelos cotovelos de Magnus, dormir com ele não é a coisa mais agradável do mundo como imaginava.

Magnus é inquieto, virou de um lado para outro metade da noite. Pensei ser pelo sofá pequeno e apartado e só estivesse buscando uma boa posição para dormir, no entanto, ele também balbuciava palavras desconexas e suava, ele suava muito, ao ponto de ensopar o estofado.

Quase o acordei para checar se estava bem, mas em algum momento sua agitação parou, ele relaxou e dormiu, assim, também fechei os olhos e apaguei.

Acho que ele tem pesadelos. Não. Definitivamente ele tem pesadelos, alguma coisa não deixa ele dormir.

Foi estranho e me preocupou. O que aconteceu com ele que o deixou assim?

Ele nunca está em paz. Pude perceber que é excessivamente viciado em trabalho, e quando não está no trabalho, qualquer aproximação repentina ele se alarma e está pronto para atirar na cabeça de qualquer um, como se constantemente corresse perigo, até mesmo em sua casa que deveria ser um lugar seguro e de descanso. Supus que tudo isso estava ligado a sua profissão, com certeza todos os dias deve enfrentar coisas que sou incapaz de imaginar, não deve ser fácil e é mesmo um perigo constante lidar com todo tipo de gente, boas que vão a delegacia implorando por proteção, e as ruins querendo prejudicar pessoas inocentes, mas vendo-o dormir algo me diz que não é só isso.

Talvez seja um acúmulo de coisas, sua profissão ou algo do seu passado. Certamente é isso. Ele é tão sozinho, e para um cara bom e encantador como ele ser assim, algum motivo deve ter, e sinto que ele ser tão só, é por escolha própria.

Como alguém pode querer não fazer parte da sua vida ou conhecê-lo? Não tem cabimento.

E se ele é assim por opção, por quê?

Droga, estou soando como uma moçinha apaixonada pelo policial que salva gatinhos de árvores. Que ridículo. Eu mal o conheço, não devo vê-lo assim, não posso me sentir assim por ele.

Hóspede IndesejadoOnde histórias criam vida. Descubra agora