Em um mundo onde a realidade e a magia se entrelaçam, Luna, uma jovem aparentemente comum, vê sua vida virar de cabeça para baixo quando, contra sua vontade, é arrastada para um reino mágico oculto aos olhos dos mortais. Descobre-se herdeira de uma...
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Pelos campos familiares, eu me lançava numa corrida desesperada, os pés pulsando ritmicamente na grama úmida. A ansiedade me impelia para a frente, e o eco ofegante da respiração competia com os pensamentos tumultuados que giravam em minha mente. O mistério daquela cozinha pairava sobre mim, entrelaçado com sonhos cada vez mais vívidos, levando-me à beira da loucura. Questionava a realidade dos acontecimentos que se desenrolavam ao meu redor.
A cada passo, o vento acariciava meus longos cabelos, fazendo-os dançar em desalinho. Meu vestido, já marcado pelos borrões de lama da chuva, esvoaçava em sintonia com a brisa, testemunhando a frenética busca por respostas. Corri até sentir minhas pernas cederem, meu corpo implorando por uma pausa.
Em um momento de distração, meus passos vacilaram na sinuosidade do solo, e meu corpo se lançou descontroladamente em direção ao chão. Um grito escapou dos meus lábios, ecoando brevemente antes de ser abafado pelo encontro áspero com a grama.
De bruços no solo, forcei-me a sentar. Meu olhar se fixou no braço, agora marcado pelos arranhões da queda. Ao tocar a ferida, uma sensação de ardência se propagou, e lágrimas, teimosas, começaram a deslizar pelo meu rosto.
— Por que as lágrimas insistem em rolar pelo meu rosto? Por que essas marcas simples causam uma dor tão profunda? — sussurrei, perdendo-me em meu próprio murmúrio. As lágrimas, uma vez contidas em silêncio, agora teimavam em se manifestar, ganhando força e sacudindo meu corpo em espasmos. A dor que eu sentia não provinha apenas dos arranhões visíveis; ela emanava de um lugar mais sombrio, um profundo recanto em meu peito.
Eu me sentia tola por permitir que a angústia se apossasse de mim, por me deixar preocupar com sombras que ultrapassavam os limites da compreensão. Era hora de enfrentar o medo que se avolumava dentro de mim, de reagir e não me deixar abalar por meros devaneios noturnos. Erguendo a cabeça, dispus-me a secar as últimas lágrimas que insistiam em trilhar meu rosto com as costas das mãos. Sofi merecia uma irmã forte, alguém que a protegesse e proporcionasse uma vida melhor. Era imperativo que eu me reerguesse.
Ao elevar o olhar, deparei-me com uma visão familiar. Uma árvore majestosa erguia-se diante de mim, suas folhas dançando ao sabor do vento, como se celebrando a chegada de uma viajante há muito esperada. Era meu refúgio, aquele lugar especial onde encontrava paz sob as sombras de suas folhas. Ao seu redor, desdobrava-se um cenário exuberante: a vegetação estendia-se em ondas verdes, formando um tapete natural sob meus pés. Flores coloridas salpicavam a paisagem, e o doce aroma das plantas entrelaçava-se ao frescor do ar.
— Que beleza este lugar proporciona — sussurrei para mim mesma.
Em vez de pressa ao levantar, permiti-me deitar sobre a grama úmida. Observando as nuvens brancas deslizando pelo céu azul, senti a carícia suave do vento em meu rosto. Fechei os olhos e inspirei profundamente, absorvendo a serenidade que o ambiente oferecia. A confusão e o medo que me atormentavam desvaneceram momentaneamente. Naquele instante, não era a garota perdida e amedrontada; era apenas Luna, conectada à terra e ao céu.