𝟎𝟏𝟐

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Volleyball


O ar gélido da manhã envolvia seu corpo enquanto os primeiros raios de sol surgiam no horizonte, tingindo o céu de dourado. As nuvens, ainda dispersas, tingiam-se de tons alaranjados e rosa, anunciando um dia claro e, possivelmente, longo. Yuno ajustou o cachecol ao redor do pescoço, tentando se proteger do frio cortante que fazia seus dedos formigarem, e suspirou. Nunca foi muito fã do calor, embora as manhãs frias de Tóquio fossem insuportáveis também.

 E era ainda pior quando tinha que acordar uma hora mais cedo.

Ser a gerente de um time designado ao nacional era algo digno de reconhecimento, talvez até invejável, mas isso significava compromissos que começavam antes do nascer do sol. O despertador soava às cinco e poucos da manhã, agredindo seus ouvidos como uma orquestra de instrumentos desafinados, lembrando-a cruelmente de que os treinos, muitas vezes matinais, esperariam por ela.

"Devia ter pensado nesse pormenor" — Refletiu Yuno com um leve sorriso irônico, enquanto passava pelas grandes portas cinzentas do ginásio. — "Tenho certeza de que até o Kenma teria me aconselhado a negar" — pensou, lembrando-se do loiro que sempre parecia evitar esforços desnecessários. Mas era apenas o cansaço falando. No fundo, ela sabia que não trocaria essa experiência por nada.

O barulho consequente de sua recém entrada no ginásio fez todos lá olharem para Yuno, mas surpreendeu-se quando o primeiro que a abordou não era quem esperava.

– Minha deusa. — Uma voz ressoou em um tom dramático, misturando entusiasmo e uma pontada de desesperos enquanto ajoelhava diante de Yuno que até então estava confusa. — Disseram que havia desistido de nós.

 Ele pegou nas mãos alheias enquanto continuava a choramingar baboseiras e Yuno não conseguiu segurar a risada enquanto acalmava-o. 

– Yamamoto? Levante-se! — Ela disse, ainda sorrindo, tentando puxá-lo para cima. — Como pode ter tanta energia tão cedo?

 Ele fez o que lhe foi pedido, exibindo agora um sorriso presunçoso.

– O que esperar do ace da equipa? — Ele dizia, convencido, fazendo a garota sorrir e concordar.

 Yamamoto conduziu-a até a sala de equipamentos enquanto falava mais, o que não deixou de ser divertido para a morena. Ao longe, dois pares de olhos os seguiam com o olhar, um deles com um sorriso provocativo para complementar.

– Não fique com ciúmes. — Tetsuro não pôde impedir-se de dizer. 

– Não estou com ciúmes, só... Ela está rindo muito. — Era forçado certo? Impossível ela achar que Taketora era tão engraçado assim, ele está mais para idiota.

– Se não gosta que ela ria para outro homem, está com ciúmes. — Provocou, como se fosse óbvio. — Porque é tão difícil aceitar ciúmes?

– Ciúmes é um sentimento feio. — Murmurou Kenma, no fundo tinha vergonha de realmente sentir algo assim.

– Na verdade, só significa que você se importa bastante com essa pessoa. — Kuroo respondeu, dando dois tapinhas no ombro do amigo antes de se afastar.

Kenma observou a figura do morenos , sentindo seu coração acelerar levemente, incomodado pelas palavras diretas do amigo. Ele sabia que Kuroo tinha um jeito peculiar de dizer coisas que atingiam o ponto exato, fazendo-o refletir mais do que gostaria. A verdade é que Kenma não sabia lidar bem com suas emoções, e o ciúmes... era um território desconhecido e desconfortável para ele.

Ele voltou a olhar na direção de Yuno e Yamamoto, que ainda conversavam animadamente. Yuno parecia à vontade, rindo de algo que Yamamoto havia dito. Kenma não conseguia ouvir o que era, mas sentia uma leve pontada de desconforto. "Ciúmes", pensou ele, revirando os olhos consigo mesmo. Não fazia sentido. Eles eram amigos, nada mais. Mesmo que ele desejasse, talvez, que fosse algo diferente... Não, ele afastou esse pensamento rapidamente.

Enquanto ele se perdia em seus pensamentos, Yuno se virou em sua direção, como se sentisse seu olhar sobre ela. Seus olhos se encontraram, e por um breve momento, Kenma sentiu seu coração acelerar de novo, mas desta vez, de uma maneira diferente. Yuno acenou, sorrindo, e ele se sentiu meio bobo por desviar o olhar imediatamente, tentando esconder o leve rubor que subiu em suas bochechas.

"Estou sendo idiota" — Pensou ele, dando uma longa respirada. Mas não conseguia parar de pensar no que Kuroo havia dito. Importar-se bastante com alguém... era realmente ciúmes, ou era algo mais? E, se fosse mais, como ele poderia lidar com isso?

Enquanto isso, Yuno se aproximou, ainda sorrindo, agora acompanhada por Yamamoto, que parecia empolgado como sempre.

– Bom dia, Kenma! — Ela disse, com um tom de voz suave. — Dormiu bem?

Kenma assentiu, tentando não parecer tão desconfortável. — Sim... dormi.

– Certeza que não ficou acordado até tarde? — Yuno riu levemente, suspeitando do garoto.

O loiro por sua vezes negou, não muito convincente, mas Taketora, claro, não perdeu a chance de continuar a conversa.

– Não sei como ele consegue! — O de moicano exclamou, exagerando nos gestos. — Acordar cedo é um pesadelo. Mas claro, ser o ace requer sacrifícios!

Yuno riu novamente, e Kenma sentiu aquele incômodo familiar. Mas, antes que pudesse afundar mais em sua irritação, ela se virou novamente para ele.

– Kenma, pode ficar de fora no jogo? O treinador comentou que você é o cérebro da equipa, quero ver um jogo sem você, tudo bem? Ai você me ajuda com o treino. — Questionou e ofereceu.

Ele hesitou por um segundo, então percebeu que talvez fosse uma oportunidade. Talvez, se ele se envolvesse mais, pudesse entender melhor o que estava sentindo... ou ao menos ficar perto dela sem esse desconforto todo.

– Tudo bem. — disse finalmente, olhando-a nos olhos. 

Yuno sorriu, satisfeita.

Enquanto ela se afastava para organizar os materiais, Kenma não pôde evitar um leve sorriso. Talvez Kuroo estivesse certo. Talvez ele devesse, pelo menos uma vez, aceitar o que sentia, mesmo que ainda não soubesse bem o que era.

– Não vai perder tempo, vai? — Falando no diabo. 

Kenma corou um pouco mais, mas, em vez de se afastar ou se fechar, desta vez ele apenas deu um pequeno sorriso ladino.

– Não se mete, Kuroo.

𝙀𝙔𝙀𝙎 𝘿𝙊𝙉❜𝙏 𝙇𝙄𝙀, kenmaOnde histórias criam vida. Descubra agora