Capítulo 1: Lar Doce Lar

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Entro em uma sala fria e pouco iluminada, onde a pouca luz que a ilumina vem de uma janela alta e comprida, quase que tomando a parede inteira, dela a luz da lua passa deixando apenas a sombra da janela. Lá fora uma cidade nova, que aqui de cima parece pequena, cheia de outras pequenas luzes de casas, possivelmente pertencente a famílias, onde talvez crianças esperam ansiosas a chegada do pai após o trabalho para jantarem, algo feito pela mãe acredito. Acabo abrindo um sorriso espontâneo, que rapidamente se fecha ao voltar para minha realidade.

Ao olhar em volta encontro o interruptor, aperto e rapidamente aquela sala de jantar que antes fora uma escuridão, ganha vida e revela seus detalhes à medida que as luzes se acendem, meus olhos ardem um pouco até se acostumar com a claridade, agora consigo ver, uma grande mesa já posta, com pratos colocados de maneira calculada. Uma mesa rectangular de 12 lugares, um prato marcava a ponta, enquanto ao longo do comprimento, os demais formavam um triângulo simples, com dois pratos alinhados um na frente do outro, que não dura muito, pois já vou pegando um dos pratos que estavam de frente um para o outro, desmanchando a silhueta do triângulo. Vou em direção a umas panelas e cambucas com comidas, para me servir. Em cima de uma panela havia um bilhete, que dizia, "Não deixe de comer, ok! Com amor Di-Naa". Di-Naa é a nossa "empregada", apesar de eu não achar que esse termo a represente, está conosco desde que me conheço por gente, já é da família, participando de todas as mudanças, me pergunto se não tem a própria família, nunca foi de falar deles, porque deve ser complicado para vê-los, afinal por conta do trabalho do meu pai sempre estamos de mudança, parar em lugar por um longo período não é nosso forte, será que a saudade não bate? Vou comentar com ela na nossa próxima conversa.

Peguei um pouco de comida e fui me sentar na outra ponta, ignorando a organização original. Sempre sento no mesmo lugar, porque assim vejo com exatidão todos os lugares, consigo ver que estou sozinha, apenas olhando para frente:

-Mais uma noite, como todas as outras.

Termino de colocar a primeira colherada na boca. A porta do salão se abre contudo. Quase me engasgo. Um homem alto, com cabelos pretos e curto (quase certeza que ele pinta o cabelo, não vejo um fio branco, apesar de não procurar muito, será peruca? Um homem de fato bastante vaidoso), usando óculos e terno, na casa dos 50 anos, entra falando todo o meu cronograma de amanhã. Bebo uma água tentando engolir minha comida. É Doyoon meu empresário, apesar de ser um pouco inconveniente, gosto dele. Digamos que ele e Di-Naa são as minhas únicas companhias no dia a dia. Eles passam bastante tempo juntos, foi ela que criou essa ponte de ligação entre mim e ele, afinal no inicio de carreira era uma adolescente revoltada ainda, não gostava muito da ideia de ter alguém ditando o que eu tinha que fazer, mas tenho certeza que agora somos bons amigos.

Ele continuo falando:

-Boa noite senhorita Ari!, Espero que esteja bem. Queria compartilhar suas atividades de amanhã. Amanhã de manhã você embarca em uma nova escola, escolhida a dedo pelo seu pai.

-Uau! Como sempre. Falo isso de modo sarcástico, apenas para interrompe-lo. O que não funciona muito, porque ele continua sem êxito.

-Além disso, você deveria ficar animada com as novas oportunidades de parcerias que conseguimos, você terá colaborações com marcas de renome.

Voltei a comer, ignorando algumas coisas que ele estava falando, afinal provavelmente ele vai repassar isso amanhã de novo.

-Ah, e a sessão de fotos, com um modelo famoso daqui já está marcada! Ele bota alguns papéis na mesa. Normalmente são fichas de indentidade do modelo com o qual eu faço parceria.

 Normalmente são fichas de indentidade do modelo com o qual eu faço parceria

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-Mais uma noite, como todas as outras.

Beleza Verdadeira PS: Eu Te Amo Onde histórias criam vida. Descubra agora