Parte 4

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Sasuke impregnou uma mulher ou um ômega e fez a porra de uma criança! Os únicos filhos que ele deve ter são os que sairão de dentro de si! Como não soube disso? Como aqueles bastardos que se dizem pais de Sasuke Uchiha não lhe contaram? Não haverão outros filhos, só os seus.

Naruto estalou os dedos no ar. Os seguranças se aproximaram e ele ergueu a mão. Uma arma foi posta ali. Sem demonstrar qualquer sinal de dúvida, Naruto apontou a arma para a criança. Esta começou a chorar e se encolheu contra a parede, se cobrindo com o vestido. Não haverão outros.

Só os seus.

Os seguranças viraram de costas.

Não terão testemunhas.

Um arrepio passou por sua nuca. Como um beliscão. Não sabia por qual motivo, mas Naruto olhou para o lado, para o seu marido. Ele está lhe encarando sem piscar. Forte, sério, intenso. Um pai pronto para defender sua cria. Naruto sente o ar mudar perto dos dois, mas não baixa a arma.

-Quem é essa criança?

Pela primeira vez em décadas, Sasuke não viu dúvida num par de olhos azuis, como o oceano. Num par de olhos que não eram os seus. A arma nem tremia. Nenhum dos seus soldados, nenhum dos homens e das mulheres que esteve sob seu controle tinha tanta frieza, tanta voracidade, alimentado por uma ideia. Por isso ele matou os mais jovens, os grumetes que entraram na guerra pela pensão que deixariam para a família porque sabiam que morreriam. Sasuke matou cada criança no oceano.

Engoliu suas almas como um monstro e as abrigou onde é mais seguro, onde ninguém as fará chorar e nem sofrer.

Dentro de si não existem órgãos, o fundo da sua garganta não é o estômago.

Apenas o oceano e as embarcações navegando para a eternidade.

A criança chorava sem forças para se defender do dragão que ergue seu fogo contra ela, mas aquela criança sabe que há uma criatura maior, com tentáculos longos e pesados, cheios de veneno e garras, uma criatura com uma boca tão grande que engoliu milhões de almas.

-Se não disser quem é essa criança, eu vou atirar com a cabeça dela agora mesmo.

Sasuke pousou levemente sua mão sobre o punho da arma e com delicadeza, pressionou o tendão com o polegar. Não precisou ir adiante para que Naruto soubesse exatamente o que iria acontecer. Ele vai quebrar o seu pulso, esmagar os ossos e partir os ligamentos. Bem na noite das suas núpcias, bem quando os dois deveriam se amar com cada fibra dos seus corpos, quando Sasuke deveria marcar Naruto para sempre. Não, estão aqui, no meio do frio e da noite, vestidos e distantes.

Mas Naruto não abaixou a arma e não deu sinal de que faria isso.

-Ou fala ou ela morre. - repetiu jogando a arma para a outra mão. Naruto sorriu em desafio. Terá que quebrar cada osso do seu corpo se quiser salvar o filhote de si. Nasceu lobo, mas é um leão. - Ou você me prova que tem língua ou eu explodo os miolos dela! - berrou furioso.

Então Sasuke sorriu.

Não como quando ele estava com o Imperador, ou quando recebeu os presentes dos seus amigos militares, seu sorriso era igual ao de que Naruto acabou de mostrar.

Num segundo, os dois trocavam o primeiro olhar cúmplice de suas vidas, doentio e ameaçador porque se desafiavam ao limite, no outro Naruto estava contra a parede acima do chão dez centímetros com uma mão de garras enormes e afiadas sufocando sua garganta e não havia dor.

Só prazer, só luxúria, seus olhos quase reviraram dentro das órbitas para gemer.

Sasuke ainda sorria, pequeno e intimidante.

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