Parte 5

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Os dias avançavam na forma de semanas e logo outro ano passou. A empresa crescia mais graças à imagem do casal perfeito: um alfa que não suplantava o sucesso do seu ômega, mas não se apagava como alfa. Um ômega que era independente e forte, mas era também um exemplo de fidelidade e respeito às tradições licanas com seu ômega. Foram capas de revistas e alvos de grandes matérias seis vezes naqueles dois anos seguintes.

E a presença da pequena Sara deu um ar ainda mais familiar e aconchegante. Eram a família dos novos dias, diziam os jornais. Um ômega bem sucedido por seu próprio direitos, um alfa herói de guerra sempre em luto respeitoso, uma criança adotada e adorável, pessoas que juntas davam esperança ao mundo.

Eram a propaganda perfeita.

Juntos, criavam cenários de amor e de felicidade registrados em fotos. 

Não demorou para que um dos hotéis da família Uzumaki se tornasse o local preferido para realizar casamentos, álbuns de fotos de formatura, de casamento e outros motivos íntimos, só por causa deles.

Naruto soube manipular a mídia em seu favor muito bem. Se não conseguia comover Sasuke a lhe dar um filho, garantiria que a diretoria não o tirasse da cabeceira da empresa e da família ligando intimamente sua imagem ao sucesso e aos lucros da empresa. Se saísse, pelo menos sairá por cima, vitorioso, destruindo tudo o que não fosse mais seu.

Já no âmbito privado, Naruto descobriu um jeito de dar vazão aos seus apetites, uma vez que três anos se passaram e ele ainda desconhece o corpo do seu amado marido.

Sobre os seus cios, afinal é um ômega incrivelmente saudável, tomava fortes supressores para se conter. Sobre os apetites, contratava pessoas parecidas com ele e com Sasuke para transarem enquanto assistia. Deu ao seu marido duas horas "para fazer coisa sozinho dentro de casa" e nessas duas horas, Naruto tinha sua... terapia sexual.

Gostava de ver as dinâmicas variarem, sempre imaginando quais delas seriam as dos dois na cama. Sasuke lhe dominando? Naruto o dominando? Algo romântico e apaixonado? Dois animais famintos e sujos? Algo entediante e repetitivo? Os atores ou prostitutas contratadas davam o melhor para satisfazê-lo, mas nunca lhe parecia 100% bom.

O fato de ser teatro era o que ferrava com tudo na sua cabeça. Algumas vezes espiava o que Sasuke fazia sozinho naquele quarto que era privado a ele. Através de uma câmera posta num ponto estratégico, Naruto assistia à rotina do seu alfa.

Ou ele faz exercícios físicos.

Ou lê na poltrona.

Ou monta barcos dentro de aquários.

Ou vê filmes pelo computador.

Ou deita para dormir embaixo da cama.

Ou fica olhando um álbum enorme feito com recortes de jornais.

Sasuke os coleciona. Todas as notícias que saíram sobre a guerra e após ela. Nada de absurdo. Nada que não faça Naruto sorrir certo de que tem o marido mais fiel de todos. Particularmente gosta de vê-lo se exercitar e é nesses momentos em que se masturba.

Mas seu conto de fadas está acabando.

Ele recém completou 29 anos e as reuniões sobre o que será feito após o cumprimento do testamento ficam repetitivas.

Só querem atormentá-lo, fazer desistir logo de tudo, mas não vai.

Naruto toma seus supressores e senta no sofá, um pouco mais à vontade sem véu.

-Sasuke! - chama enquanto checa as mensagens no seu celular. Ouve o alfa chegar. Ele senta ao seu lado, estica as pernas sobre a mesa de centro e afasta o braço. Naruto se aconchega sorrindo, amando o cheiro dele. - O celular. - pediu baixinho.

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